A comercialização de soja 2021/22 do Brasil atingiu 56,6% da produção projetada, com um atraso ante a média histórica para a época, à medida que produtores apostam em melhores oportunidades, avaliou hoje (12) a consultoria Safras & Mercado com dados recolhidos até 11 de abril.
Houve um avanço de oito pontos percentuais na comparação com o índice de vendas obtido no início do mês passado. Ainda assim, os negócios estão mais lentos em relação ao patamar verificado para a mesma época da safra passada (67,4%) e a média de cinco anos para o período é de 57,4%.
“Hoje o produtor está segurando a soja, está bem capitalizado, ele está apostando que os preços vão voltar a subir, com uma melhora no câmbio e na bolsa de Chicago, principalmente pela questão da escassez de soja no mercado brasileiro neste ano”, disse o analisa Luiz Fernando Roque.
“Tem o produtor capitalizado e querendo especular um pouco mais com esse resto de soja que ele tem”, acrescentou.
Levando-se em conta uma safra estimada em 125,08 milhões de toneladas, o total de soja já negociada é de 70,74 milhões de toneladas.
A colheita brasileira tinha potencial para patamares acima de 140 milhões de toneladas, antes de a seca reduzir as produtividades no Sul do país.
Roque lembrou que as negociações de soja no último mês tiveram dois momentos.
Na primeira quinzena de março, com preços recordes, o agricultor avançou na comercialização. Com a queda nas cotações, principalmente pelo câmbio na segunda metade do mês, o produtor voltou a se retrair.
Nova safra
As vendas antecipadas da safra 2022/23 também avançaram no período. Levando-se em conta uma safra hipotética de 144,7 milhões de toneladas, a consultoria estima uma comercialização antecipada de 9,8%.
Em igual período do ano passado, a comercialização antecipada era de 14%, enquanto a média para o período é de 17,8%. Em 4 de março, o número era de 7,1%.
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