Nesta quinzena, o C-Suite traz movimentações no mercado de comunicação, saúde, alimentação e mais. Pierre Wagner assume a presidência da Royal Canin. Fábio Spinelli é o novo head de nutrição da Nestlé. A GE Healthcare promoveu Carlos Magno Barreiros a diretor executivo para o Brasil. A adtech Seedtag anunciou cinco novos executivos para o Brasil e América Latina, incluindo o novo vice-presidente, Vitor Hernandez Bellote.
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Com 20 anos de carreira, Renata Bokel assume o posto de COO e CSO da WMcCann, uma das principais agências de publicidade do Brasil. Aos 27 anos, ela decidiu deixar uma carreira consolidada no direito para começar do zero na comunicação. Sempre em movimento, a profissional em destaque no C-Suite desta quinzena tem paixão pela publicidade. Sua paixão é formar times diversos.
Forbes: Quais os principais aprendizados de carreira até chegar nessa posição?
Renata Bokel:Uma das minhas maiores paixões durante esses 20 anos de carreira foi formar times diversos. Sempre acreditei na generosidade do saber, na multidisciplinariedade das equipes e em talentos diversos construindo juntos. E que precisamos estar abertos para as ideias que podem surgir de qualquer profissional. Eu sempre busquei ter uma carreira baseada em dados. Concluí o curso de direito e aos 27 anos resolvi largar meu título de doutora, com meu nome na placa da porta e tudo, para ser estagiária de comunicação. Aqui entendi que as palavras coragem, curiosidade e inquietude me acompanhariam para sempre. Após 15 anos em agências, resolvi ir para a IBM para entender o que estava acontecendo no mundo da tecnologia. Voltei para a WMcCann como CSO e agora estou assumindo essa nova posição na operação. É muito importante nunca pararmos de estudar e o que trago do direito e que é imprescindível é que precisamos nos preparar para todos os casos com argumentos concretos e comprovações. A publicidade pede muito isso hoje.
F:Quais as principais transformações do mercado publicitário e o que é necessário para alcançar a liderança nessa indústria?
RB:Um dos maiores desafios desse mercado é entender que ele muda e que vai sempre mudar. Nos últimos tempos, ele está mudando cada vez mais rápido. É um mercado dinâmico, que se sofistica a cada dia, principalmente na questão de como você entrega a mensagem da sua marca ao consumidor, mas ao mesmo tempo, é um mercado que te inspira a sempre se atualizar e abraçar o novo. Acho que o grande segredo para não perder o foco é amar a mudança. Amar a adaptação. Amar o que tem para o futuro e não ficar olhando para o passado. O passado é importante para aprendermos, mas a grande chave desse mercado é conseguir entender para onde ele está indo, e principalmente, as mudanças de comportamento do consumidor. Ele é a chave para a gente destravar o futuro.
F:Qual seu papel como mulher e líder em uma indústria que vive uma transformação profunda baseada, sobretudo, em diversidade e novas dinâmicas de negócios?
RB: Eu preciso servir como exemplo de que é possível. Quando você olha para cima e vê que uma mulher chegou lá. Eu tenho a sorte de olhar para cima e ver a inspiração que é a Suzanne Powers, CEO da McCann Worldgroup. E tive sorte de ter líderes homens que foram aliados. No passado, quando comecei minha carreira, eu tive pouquíssimos exemplos femininos que estavam em cargos de liderança. Vim de uma família matriarcal. Minha mãe era executiva da Vogue e sempre fui acostumada a ter perto de mim figuras femininas muito fortes. Mas, ao mesmo tempo, sempre vi minha mãe usar terninhos para não parecer tão feminina. Hoje, o meu maior dever como líder feminina é inspirar, ajudar e principalmente fomentar o caminho para que as mulheres se sintam acolhidas e tenham cada vez mais oportunidades. Eu gostaria de ser uma porta de entrada para essas mulheres que gostariam de entrar no mercado de comunicação. Eu quero ser uma líder que inspira e puxa mais mulheres diversas para a conversa.
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