Depois da demolição total do autódromo de Jacarepaguá, em 2012, para dar lugar às instalações dos jogos Olímpicos Rio 2016, somente um projeto ousado seria capaz de trazer o automobilismo de volta ao Rio de Janeiro. No entanto, a Stock Car, ciente dos desafios, mobilizou toda sua operação e vai realizar a terceira etapa da temporada em solo carioca.
“As únicas formas de voltar a ter uma corrida no Rio de Janeiro, seria em um circuito de rua ou em um aeroporto”, explica Fernando Julianelli, CEO da Vicar, promotora da Stock Car. Dessa maneira, o palco escolhido para o evento foi a pista do Aeroporto Internacional Rio Galeão, um formato inédito na história do esporte a motor brasileiro. Contudo, a complexidade habitual da organização de uma corrida é imensamente maior quando um evento é levado para fora do autódromo, principalmente pela necessidade de criar toda uma infraestrura do zero e em poucos dias.
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“Temos que cuidar de 100% da transformação de um aeroporto em uma pista homologada, mas também da estrutura para receber equipes, fãs, imprensa, patrocinadores, transmissão de tv, entre outras coisas. Além de tudo, temos de fazer isso em um ambiente de aeroporto, com diversas autorizações, mudanças de malha aérea etc.”, conta Julianelli. Entretanto, para realizar pela primeira vez uma corrida em um aeroporto em atividade no Brasil, algo que ocorre em outras competições internacionais como a Fórmula Indy e a Fórmula E, a Vicar contou com o apoio de patrocinadores locais.
Deste modo, além das cerca de 20 marcas presentes na temporada completa, o GP Galeão conta com investimento da Light, Naturgy e do Governo do Rio de Janeiro para arcar com os R$ 10 milhões equivalentes ao orçamento de produção. Entretanto, um evento da magnitude da Stock Car, geralmente injeta por volta de R$ 30 milhões nas cidades por onde passa, e no Rio de Janeiro, a expectativa é a de que este número dobre.
“Além de termos de contratar muito mais fornecedores pois temos que colocar um autódromo de pé (diferente de Interlagos, que o encontramos pronto), tem o atrativo turístico das empresas e fãs da Stock Car. Acredito que minimamente levaremos para o RJ cerca de R$ 60 milhões em movimentos diretos e indiretos”, conta Julianelli.
A corrida está marcada para domingo, 10 de abril e o circuito misto de aproximadamente 3km levará o nome do pentacampeão da Stock Car, Cacá Bueno.
Letícia Datena é jornalista de esportes há oito anos, e atua no setor do automobilismo desde 2016. Já foi correspondente internacional dos canais Fox Sports e cobriu alguns dos campeonatos mais importantes do mundo, como o Rally Dakar, Rally dos Sertões, o WRC (World Rally Championship), Fórmula E e hoje é uma das responsáveis pelo departamento de criação de conteúdo da Stock Car.
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