Em todo o mundo, existem quase 600 bolsas de criptomoedas que convidam os investidores a negociar bitcoin, ethereum e outros ativos digitais. No entanto, os custos, a qualidade e a segurança variam muitíssimo. Com ênfase na conformidade regulatória, aqui vai o ranking das 60 melhores bolsas elaborado pela Forbes Digital Assets.
Se, por um lado, a tecnologia blockchain está sendo adotada por corporações do mundo inteiro (vide Forbes Blockchain 50), por outro, também tem havido uma expansão das empresas que permitem aos investidores comprar, vender e armazenar criptomoedas. Apesar de o setor ter pouco mais de uma década de existência, o site CoinGecko.com informa que há nada menos de 580 bolsas de criptomoedas independentes que permitem aos investidores negociar moedas virtuais. Aliás, no último trimestre de 2021, os sites de bolsas especializadas em criptomoedas receberam 1,7 bilhão de visitas, de acordo com dados da SimilarWeb coletados pela Forbes.
Para os investidores em criptomoedas não iniciados, é quase impossível distinguir empresas de qualidade daquelas que parecem ser respeitáveis por terem um site bacana ou um porta-voz famoso. Mesmo grandes volumes negociados em determinada criptomoeda ou par de criptomoedas são um mau indicador de qualidade das bolsas porque, em um ambiente repleto de empresas não reguladas, é relativamente fácil, para as bolsas, simplesmente informar números falsos.
Para ajudar os investidores a navegar pelo mundo da compra e venda de bitcoin, ethereum e outras criptomoedas, a Forbes Digital Assets analisou 60 das maiores bolsas de criptomoedas, classificando-as de acordo com dez critérios diferentes (vide a Metodologia de classificação abaixo) que vão das providências de segurança cibernética e taxas de negociação ao apoio institucional e à conformidade regulatória, à qual atribuímos um peso maior. No início de janeiro, as 60 bolsas de nossa lista estavam gerando mais de US$ 100 bilhões em volume negociado por dia, o que representa a maior parte do volume de negociação de criptomoedas em todo o mundo.
Dez das bolsas de nossa lista, nomes como Coinbase, Gemini, Kraken e FTX.US, são mais conformes do ponto de vista regulatório e, portanto, consideradas empresas da Classe A em nossa pesquisa. Catorze das empresas que analisamos – entre elas PayPal, Robinhood e Block – oferecem negociação de criptomoedas, mas essa não é sua atividade principal. Colocamos essas empresas na Classe B. As empresas da classe C são reguladas no nível nacional ou regional, como a Coinone, da Coreia, a Luno, de Singapura, e a Bitso, do México. A FTX e a Binance são duas empresas maiores que se enquadram na Classe C porque ainda não são tão bem reguladas quanto as bolsas da Classe A. Pelos critérios de nossa pesquisa, as bolsas da Classe D têm sites com contratos legais e registro em lugares como as Ilhas Seychelles e Hong Kong, o que transmite aos visitantes a sensação de que essas empresas são reguladas, mas registro como empresa não é sinônimo conformidade regulatória. Consideramos que as empresas da Classe D, como Bitfinex, Kucoin e Gate.io, são, em grande medida, não reguladas.
À diferença dos serviços financeiros tradicionais, o setor de bolsas de criptomoedas, em termos gerais, carece de padrões para certificar uma nova entidade antes ou depois de ela começar a atrair recursos de clientes. Nos Estados Unidos, não há nenhuma organização como a Autoridade Reguladora do Sistema Financeiro (FINRA, na sigla em inglês de “Financial Industry Regulatory Authority”) que faça a autorregulação das bolsas de criptomoedas, apesar de que, do ponto de vista do cliente, essas bolsas funcionam de forma muito semelhante à das corretoras de valores, como E-Trade ou Schwab. Até onde sabemos, apenas o Japão tem um grupo setorial autorregulador que verifica a governança básica e a competência operacional de uma empresa e garante que os funcionários ou proprietários não sejam indivíduos com histórico de transgressões ou até com mesmo antecedentes criminais. Por isso, nosso novo ranking global atribui um grande peso à conformidade regulatória.
Um dos motivos pelos quais existem mais de 600 bolsas de criptomoedas tem a ver com as baixas barreiras de entrada no setor. Há inúmeras empresas de tecnologia de marca própria no mundo todo, como a cipriota B2Broker, a novaiorquina Alphapoint e a londrina GCEX, que oferecem aos aspirantes a empreendedores o software e os dados necessários para dar os primeiros passos em uma bolsa de criptomoedas. Em alguns casos, o custo desse software não chega a US$ 5 mil por mês. A parte administrativa do lançamento de uma nova bolsa de criptomoedas – o site, a constituição legal e as conexões financeiras – costuma representar um custo modesto. Às vezes, as empresas precisam fazer pouco mais do que se registrar em um pequeno país insular, como São Cristóvão ou Samoa, e torcer para ficar longe de órgãos reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio (SEC, na sigla em inglês de “Securities and Exchange Comission”) e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês de “Commodity Futures Trading Comission”).
Outra possível armadilha para os investidores é confiar nas “pontuações de confiança” ou “pontuações de bolsa” de sites populares de preços e dados, como CoinMarketCap e CoinGecko.com. Muitas vezes, esses sites são recompensados pelos clientes que eles geram por meio de links para bolsas de criptomoedas; portanto, esses supostos rankings geralmente envolvem pouquíssima análise de qualidade e segurança.
1 | Coinbase
Maior bolsa de criptomoedas dos EUA, a Coinbase abriu o capital na Nasdaq por meio de registro direto no valor de US$ 86 bilhões, o maior da história. É regulada pelo Departamento de Serviços Financeiros de Nova York com uma licença para moedas virtuais, atende a 44 estados dos EUA e tem autorização bancária do estado de Nova York. Oferece o maior número de moedas e mercados entre as bolsas de criptomoedas dos EUA e está lançando um mercado de NFTs e um serviço de derivativos.
2 | Kraken
Regulada nos EUA, Reino Unido e jurisdições seletas do Pacífico Asiático, a Kraken, sediada nos EUA, é voltada a negociantes de criptomoedas intermediários e avançados. Atende a todos os estados dos EUA, exceto Nova York e Washington, e dispõe de uma licença bancária do estado de Wyoming, embora não tenha iniciado esse tipo de atividade. Recentemente, apresentou uma prova de reservas de US$ 19 bilhões em ativos de clientes, uma das únicas bolsas a fazê-lo até hoje. Possui 13 licenças diferentes em todo o mundo e declarou ter planos para um IPO este ano. Sua taxa de 16 pontos-base para “makers” é inferior à de outras grandes empresas reguladas. É a única empresa da Classe A que conta com uma bolsa de futuros.
3 | Robinhood
Corretora de valores de capital aberto sediada nos EUA e regulada pela SEC, a Robinhood oferece negociação de ações e criptomoedas sem comissão. O número de ativos para negociação é relativamente baixo (sete) em comparação com a maioria das corretoras especializadas em criptomoedas. Tem mais de 2 milhões de clientes em uma lista de espera para obter uma carteira que envia criptomoedas para endereços externos. Devido ao baixo custo de entrada e à oferta simples, é adequada para iniciantes. O valor dos criptoativos sob custódia é bastante alto, US$ 22 bilhões.
4 | Crypto.com
Sediada em Singapura e regulada nos EUA, a Crypto.com pagou US$ 700 milhões pelo direito de colocar seu nome no antigo estádio Staples Center de Los Angeles. Oferece 169 moedas e 349 pares para negociação. Tem um volume negociado superior ao da Coinbase, apesar de sua taxa de 40 pontos-base para negociações de nível básico, relativamente cara.
5 | FTX
Bolsa que está em rápido crescimento (avaliada em US$ 32 bilhões) e é comandada pelo jovem prodígio Sam Bankman-Fried, de 29 anos, a FTX se tornou rapidamente uma das maiores bolsas do mundo em volume, em grande medida por explorar o mercado de derivativos de criptomoedas. Já possui entidades reguladas nos EUA e no Japão e opera em mais de 100 países em todo o mundo. Tom Brady, Stephen Curry, Gisele Bündchen, David Ortiz e Kevin O’Leary são seus endossantes remunerados.
6 | Binance
Maior bolsa de criptomoedas do mundo em volume informado, a Binance oferece aos clientes uma enorme variedade de pares de criptomoedas – mais de 1600 – nos mercados à vista, de derivativos e de finanças descentralizadas (DeFi). A maior parte de seu volume está em futuros perpétuos de ether e bitcoin. A licença de prestadora de serviços de criptoativos no Bahrein recém-anunciada pela Binance indica que a gigante está tomando medidas na direção certa em termos de conformidade regulatória. Em 2021, a empresa teria passado por várias inspeções regulatórias referentes a seu programa de combate à lavagem de dinheiro.
7 | Huobi Global
Fundada na China em 2013, a Huobi é voltada a negociantes intermediários e avançados. Além de oferecer mercados à vista para mais de 200 ativos, a empresa também fornece derivativos, serviços de margem, mesas para negociação fora da bolsa (OTC) e corretagem de primeira linha. Sofreu acusações de lavagem (“wash trading”). Encerrou todas as atividades na China em 2021 e agora executa suas operações em Singapura. É regulada no Japão, em Gibraltar e em Luxemburgo.
8 | Gemini
Fundada pelos irmãos Winklevoss em 2013, a Gemini é uma corretora de criptomoedas sediada e regulada nos EUA e fortemente apoiada em sua imagem de promoção da conformidade regulatória. Também é dona da plataforma de NFTs Nifty Gateway. A empresa levantou US$ 400 milhões com a Morgan Creek Digital em novembro de 2021, a uma avaliação de US$ 7,1 bilhões. Suas taxas são intermediárias, e o número de moedas e mercados está um pouco abaixo da média.
9 | GMO Coin
Uma das maiores bolsas de criptomoedas japonesas, a GMO Coin oferece um dos menores custos de negociação do setor, -1 ponto-base para “makers” e 5 pb para “takers” (em ienes japoneses), em nove pares de criptomoedas. Sua empresa controladora, o GMO Internet Group, também é dona da maior corretora de câmbio de varejo do mundo, a GMO Click Securities.
10 | eToro
Empresa regulada globalmente, a eToro tem uma avaliação de US$ 9,6 bilhões e oferece negociação de múltiplos ativos a mais de 1,5 milhão de clientes e 19 milhões de usuários. É regulada na Europa, nos EUA e em outras regiões. Os spreads para clientes de varejo são muito altos (vão de 75 a 490 pontos-base, dependendo da criptomoeda), mas sua unidade eToroX cobra uma taxa baixa, de 5 pontos-base por negociação.
11 | Interactive Brokers
Corretora de valores sediada nos EUA e regulada globalmente, a Interactive Brokers oferece muitas classes de ativos, inclusive criptomoedas, a uma base de clientes exigente. Seu custo por negociação (18 pontos-base) está entre os mais baixos, mas sua oferta de criptomoedas ainda é limitada. Ótima opção para quem negocia múltiplas classes de ativos.
12 | IG: O IG Group é um nome de peso na oferta de derivativos financeiros para um público de varejo global exigente, com milhares de títulos para negociação, inclusive uma pequena seleção de criptomoedas. Nos EUA, sua unidade tastytrade oferece futuros e opções de bitcoin e ethereum a taxas baixas. Ao valor de 50 pb, o serviço de CFD (contrato por diferença) para criptomoedas, oferecido a clientes de fora dos EUA, é barato no contexto das empresas de CFD, mas caro em relação àquelas que trabalham com criptomoedas à vista.
13 | Bithumb: Uma das “quatro grandes” bolsas reguladas na Coreia, a Bithumb oferece mais de 250 pares para negociação a uma taxa de 20 pontos-base para “makers” e 25 pb para “takers”. A maior parte da liquidez está em won coreano (KRW). Empresas bancárias e de tecnologia independentes já analisaram as práticas de segurança cibernética e conformidade regulatória da Bithumb.
14 | Plus500: Corretora registrada no Reino Unido e regulada globalmente, a Plus500 oferece contratos por diferença (CFDs) em várias classes de ativos, como ações, índices, câmbio e também dez mercados de criptomoedas. Grande patrocinadora esportiva em nível mundial, ela é forte concorrente do IG Group e da eToro. Devido à natureza alavancada dos CFDs, eles são arriscados; não são oferecidos nos Estados Unidos.
15 | KuCoin: Ostentando uma oferta robusta de moedas (mais de 500) e taxas baixas, a KuCoin é uma das maiores bolsas de criptomoedas do mundo. Em 2020, ela sofreu um dos maiores roubos em bolsa quando hackers surrupiaram mais de US$ 275 milhões em criptomoedas, embora quase todo o fruto do roubo tenha sido recuperado posteriormente. Sediada nas Seychelles, a KuCoin não é regulada e não tem licença para atender a clientes dos EUA.
16 | CME Group: Bolsa de derivativos norte-americana de 100 anos, o CME Group lançou seu serviço de futuros de bitcoin no final de 2017 e agora tem quatro contratos de futuros de criptomoedas (inclusive futuros de ether, de micro bitcoin e de micro ether) e dois contratos de opções de criptomoedas que os negociantes treinados em derivativos podem acessar por meio de contas em mercados futuros de commodities (FCMs).
17 | bitFlyer: Uma das maiores bolsas de criptomoedas japonesas, a bitFlyer é regulada no Japão, nos EUA e na Europa. Ele restringe sua oferta ao bitcoin e, particularmente, ao bitcoin contra o iene (BTC/JPY), disponível a uma taxa de 15 pontos-base para “makers” e “takers”.
18 | FTX.US: Afiliada norte-americana de sua empresa homônima, a FTX.US está ganhando impulso rapidamente no mercado dos EUA, apesar de sua oferta relativamente limitada no mercado à vista (26 moedas). Recentemente, ela adquiriu a LedgerX, uma empresa de derivativos regulada pela CFTC, e lançou um mercado de NFTs.
19 | CEX.IO: Bolsa de criptomoedas fundada em 2013, a CEX.IO é sediada no Reino Unido e regulada no Reino Unido, Europa continental, Estados Unidos e Canadá. Embora focada principalmente no varejo, a CEX.IO agora está entrando no espaço institucional com serviços de corretagem de primeira linha, negociação de margem e APIs. Oferece mais de 100 ativos para negociação.
20 | CashApp: Pertencente à Square Inc., a CashApp lançou em 2017 o serviço de criptomoedas para seus atuais 30 milhões de usuários ativos mensais. Limita-se ao bitcoin e cobra taxas altas, que variam de 75 a 300 pontos-base e são adequadas para os iniciantes. A CashApp permite pagamentos a carteiras de criptomoedas externas.
21 | SoFi: Empresa sediada e regulada nos EUA, a SoFi oferece investimentos em múltiplos ativos, como ações, fundos negociados em bolsa e 30 criptomoedas. A taxa de 125 pontos-base por negociação de criptomoedas é salgada e, por não oferecer carteira externa, ela é adequada apenas para iniciantes.
22| OKX: Anteriormente conhecida como OKEx, a OKX é uma bolsa não regulada com sede nas Seychelles. As taxas baixas, os rendimentos altos do “staking” e a ampla gama de produtos têm sido seus principais atrativos. Não atende a clientes norte-americanos. Em 2020, bloqueou as retiradas por seis semanas, quando um detentor de chave privada foi preso e a empresa não tinha outro plano de contingência para esse tipo de situação.
23 | Blockchain.com: A empresa levantou US$ 537 milhões com empresas de capital de risco, o que elevou sua avaliação a US$ 5,2 bilhões. A Blockchain.com é uma entidade registrada nos EUA, sediada em Miami e regulada em determinados estados dos EUA. Ostenta 37 milhões de usuários de carteira, e suas taxas se situam na média da Classe A.
24 | Upbit: Uma das maiores bolsas de criptomoedas da Coreia, ela também é regulada na Tailândia, Indonésia e Singapura. Tem mais de 8 milhões de clientes e negocia uma média de US$ 4 bilhões por dia, a maior parte em wons coreanos (KRW); sua oferta de moedas é grande.
25 | Gate.io: Não regulada, a Gate.io conta com a maior variedade de moedas (mais de 1200) e pares (mais de 2200) disponível; afirma processar mais de US$ 12 bilhões em volume negociado por dia. A bolsa oferece negociação à vista, de margem e de derivativos, além de empréstimo de criptomoedas e mineração de liquidez, entre outros produtos e serviços. Não atende a clientes norte-americanos.
26 | Bitbank: Fundada em 2015, a Bitbank é uma das principais bolsas de criptomoedas do Japão em volume negociado. Oferece 13 tokens de negociação contra as principais criptomoedas e o iene japonês (JPY). É voltada ao mercado interno, operando apenas com “onramps” de depósito fiduciário em ienes japoneses; contas corporativas internacionais podem ser aceitas.
27 | Liquid: A Liquid, sediada no Japão, e sua subsidiária Quoine foram compradas pela FTX em fevereiro de 2022, o que proporcionou a esta última licenças para operar legalmente no Japão e em Singapura. Em agosto de 2019, a Liquid sofreu um ataque de hackers no valor de US$ 97 milhões em criptomoedas.
28 | PayPal: A empresa de pagamentos mundialmente conhecida PayPal e sua subsidiária Venmo prestam serviços de criptomoedas a seus mais de 400 milhões de usuários ativos. A oferta de criptomoedas da empresa é limitada a bitcoin, ethereum, litecoin e bitcoin cash e, como a taxa é alta, ela é aceitável para os iniciantes.
29 | Bitstamp: A Bitstamp é sediada no Reino Unido e sua afiliada norte-americana é regulada nos EUA pelo Departamento de Serviços Financeiros de Nova York. Oferece 53 moedas e 134 mercados; suas taxas a partir de 50 pontos-base são altas em comparação com as de seus pares da Classe A.
30 | Bittrex: Bolsa fundada em 2014 e sediada nos EUA. Oferece mercados de negociação para mais de 800 criptoativos e ações tokenizadas. Recentemente, lançou uma plataforma de ofertas iniciais de bolsa, a Bittrex Global Starting Block, para ajudar novos tokens a conseguir liquidez por conta própria com a base de usuários integrada dela.
31 | Bybit: A Bybit oferece uma ampla gama de ferramentas de negociação avançadas para negociantes experientes, com alavancagem de até 100 vezes. Não cobra taxas de retirada nem de depósito, mas cada transferência tem uma taxa fixa de mineração, independentemente do valor da negociação. A plataforma não está disponível nos EUA, mas, desde 2020, está registrada na Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN) e na maioria dos estados dos EUA como entidade transmissora de dinheiro.
32 | Bitfinex: Bolsa não regulada de propriedade da iFinex, a Bitfinex é controladora do Tether, a maior stablecoin do mundo. Em agosto de 2016, hackers violaram o sistema de segurança da bolsa e roubaram cerca de 120 mil bitcoins de seus clientes, no valor de aproximadamente US$ 70 milhões na época e mais de US$ 4 bilhões a preços atuais. Não é regulada nos EUA.
33 | Binance.US: Parceira da BAM Trading Services, a Binance.US é uma entidade que aluga tecnologia da Binance e cujo proprietário majoritário é o CEO da Binance, Changpeng Zhao. A BAM dispõe de licenças de entidade transmissora de dinheiro na FinCEN e na maioria dos estados dos EUA. A oferta de produtos da Binance.US abrange 72 moedas e 158 mercados, e ela cobra taxas baixas.
34 | TradeStation: Corretora de valores sediada e regulada nos EUA (de propriedade do conglomerado financeiro japonês Monex Group), a TradeStation oferece múltiplos ativos, inclusive cinco criptomoedas. Sua plataforma de negociação é particularmente poderosa e adequada para negociantes avançados, embora sua taxa de 30 pontos-base seja média.
35 | Lbank: Bolsa de criptomoedas de origem desconhecida, a Lbank se caracteriza pelo alto tráfego e a grande variedade de produtos e conduz suas atividades sem supervisão regulatória. Muitos clientes da empresa são de mercados emergentes, como a Argentina, e ela não aceita clientes dos EUA nem da China continental.
36 | Coincheck: Bolsa de criptomoedas japonesa pertencente ao Grupo Monex, a Coincheck oferece pares de negociação baseados no iene contra 17 criptoativos diferentes. Também tem um mercado de NFTs na fase beta e oferece serviços de empréstimo e pagamento de contas. Em 2018, sofreu um dos maiores ataques de hackers da história, tendo perdido US$ 530 milhões.
37 | Indodax: Maior bolsa regulada da Indonésia, a Indodax conta com nada menos do que 5 milhões de clientes. Oferece quase 200 mercados de criptomoedas à vista em rúpias indonésias (IDR), além de derivativos de criptomoedas em IDR e mercados DeFi.
38 | BitPanda: Sediada na Áustria e focada no varejo, a Bitpanda tornou-se o primeiro unicórnio do país em março de 2021, a uma avaliação de US$ 4,1 bilhões, financiada, em parte, pelo bilionário norte-americano da tecnologia Peter Thiel. Oferece serviços de negociação em mais de 50 criptoativos, bem como ações, ETFs e metais preciosos. Também licencia suas soluções exclusivas para bancos e para outras fintechs.
39 | Bitso: Uma das maiores bolsas de criptomoedas da América Latina, a Bitso, sediada no México, oferece pares de negociação com 22 criptomoedas diferentes. Também está implementando um programa de recompensas e um serviço de pagamentos internacionais. Não atende a clientes norte-americanos.
40 | ErisX: Sediada em Chicago e regulada pela CFTC, a ErisX oferece contratos futuros e à vista de criptomoedas a empresas institucionais e clientes de varejo, alguns dos quais investem em criptomoedas por meio de contas de aposentadoria autodirigidas. A ErisX oferece negociação gratuita para “price makers” à vista e futuros de criptomoedas – apenas a taxa da FCM se aplica. Fez um acordo para ser adquirida pela Cboe no final de 2021 e passará a ser a Cboe Digital assim que o acordo for fechado.
41 | LMAX Digital: Bolsa de criptomoedas sediada e regulada em Gibraltar, a LMAX Digital atende a um público de investidores de varejo e empresas institucionais exigentes e de alto nível. Oferece cinco moedas e 19 pares de negociação; é conhecida por sua tecnologia de negociação e sua qualidade de execução, sendo que sua liquidez é estável e suas taxas de “maker” e “taker” (2 pontos-base e 6 pb) são bastante baixas.
42 | itBit: Bolsa sediada e regulada nos EUA, a itBit oferece negociação à vista em nove criptomoedas a taxas baixas para clientes institucionais e de varejo. Pertence à Paxos, entidade regulada como um banco norte-americano, criadora do PAX dollar (USDP, uma das principais stablecoins) e provedora de tecnologia de criptomoedas para empresas como PayPal, Interactive Brokers e Revolut.
43 | Phemex: Bolsa registrada em Singapura sob uma licença provisória, já que a cidade-estado ainda não tem regulamentos para bolsas de criptomoedas, a Phemex oferece 53 criptomoedas à vista, mas a maior parte de suas negociações vem de contratos perpétuos de BTC e ETH. Oferece uma das taxas mais baixas (-2,5 pb) para “price makers” de derivativos de criptomoedas.
44 | Coinone: Uma das “quatro grandes” bolsas sul-coreanas que passaram com sucesso por validações de conformidade regulatória e de TI realizadas por partes externas, a Coinone oferece pares de negociação contra 192 ativos digitais. Devido à pressão regulatória a partir de 24 de janeiro, a bolsa não está mais permitindo que os usuários retirem fundos para carteiras não verificadas.
45 | AscendEX: Bolsa de criptomoedas sediada em Singapura e não regulada, a AscendEx oferece mais de 300 mercados de USDT à vista, além de dezenas de mercados de derivativos de USDT; as taxas são baixas, e não são permitidos clientes dos EUA nem da China continental.
46 | Korbit: Uma das “quatro grandes” bolsas sul-coreanas, a Korbit oferece pares de negociação contra 83 criptomoedas diferentes. Pertencente à Nexon, gigante dos games, ela foi a primeira bolsa sul-coreana a lançar um mercado de NFTs.
47 | Luno: Sediada em Londres, a Luno foi adquirida pelo Digital Currency Group de Barry Silbert em 2020. A empresa se concentra principalmente em atender a mercados emergentes de toda a África e Ásia. O serviço focado no varejo oferece atualmente negociações em bitcoin e ethereum.
48 | XT.com: Registrada nas Seychelles em 2018 e sediada em Singapura, a XT.com é uma bolsa de criptomoedas não regulada que cobra taxas baixas e oferece mais de 300 mercados de criptomoedas à vista, além de futuros de criptomoedas em mais de 40 mercados e “staking”. Não está autorizada a atender a quem reside nos EUA.
49 | BTCTurk: Bolsa sediada na Turquia, a BTCTurk afirma ter sido lançada em 2013. Seu serviço BtcTurk Pro é voltado ao público turco, com uma oferta de mais de 100 mercados de criptomoedas em liras turcas. A empresa não é regulada e não aceita clientes dos EUA.
50 | Invest Voyager: Bolsa de criptomoedas de capital aberto sediada no Canadá e que oferece negociação isenta de taxa com mais de 80 criptoativos, a Invest Voyager gera receitas a partir de spreads. Também conta com um cartão de débito Mastercard que permite que os usuários gastem criptomoedas, além de oferecer rendimentos de até 12% em 36 ativos na plataforma.
51 | HitBTC: Registrada nas Ilhas Virgens Britânicas em 2013 e sediada no Chile, a HitBTC é uma bolsa não regulada com uma grande oferta de produtos nos mercados de criptomoedas à vista e derivativos. Não atende a clientes dos EUA.
52 | BitMEX: Bolsa de criptomoedas sediada nas Seychelles e não regulada, a BitMEX foi pioneira em contratos futuros perpétuos. Esses contratos, oferecidos a taxas baixas, são o principal atrativo da empresa. Em 2021, órgãos reguladores dos EUA contestaram o programa de combate à lavagem de dinheiro da BitMEX e impuseram à bolsa uma multa de US$ 100 milhões. A empresa tem planos de se tornar regulada futuramente, e seu novo CEO acaba de adquirir um banco alemão.
53 | OKCoin: Sediada nos EUA, a OKCoin atende a investidores institucionais e de varejo em mais de 190 países e territórios. Os usuários de varejo podem comprar mais de 50 criptomoedas diferentes com várias moedas fiduciárias e obter rendimento com o Earn, recurso de DeFi e “staking” da OKCoin.
54 | Zaif: Uma das primeiras bolsas de criptomoedas licenciadas no Japão, a Zaif surgiu logo após o infame colapso de outra bolsa de bitcoins japonesa, a Mt. Gox. A plataforma oferece pouquíssimos ativos, mas cobra taxas baixas.
55 | Poloniex: Bolsa sediada no Panamá e não regulada, a Poloniex oferece um grande número de tokens e moedas a uma taxa baixa (14 pb). Ganhou destaque originalmente durante a mania das ICOs de 2017-2018. Depois, em 2018, foi comprada pela Circle, emissora primária da stablecoin USDC, por US$ 400 milhões. Atualmente, um de seus donos é Justin Sun, criador do blockchain Tron. Em agosto de 2021, a Poloniex concordou em pagar à SEC um acordo sem investigação de culpa no valor de US$ 10 milhões por operar uma bolsa não registrada.
56 | Mercado Bitcoin: A MercadoBitcoin.com.br é possivelmente a maior bolsa de criptomoedas do Brasil e, juntamente com a Bitso, uma das maiores da América Latina. A empresa está registrada no Brasil, mas o país ainda carece de um quadro regulatório para criptomoedas. Oferece algumas dezenas de criptomoedas, DeFi tokens, tokens utilitários, fan tokens e outros ativos digitais tokenizados.
57 | Deribit: Sediada no Panamá, a Deribit foi lançada em 2016 como uma bolsa offshore de derivativos de criptomoedas com grande foco em opções de criptomoedas; gera mais de US$ 5 bilhões em volume diário desse tipo de opção – de longe, o mais alto. Apesar da falta de credenciais regulatórias, a empresa tem um público sólido, composto por exigentes negociantes institucionais e de varejo. As taxas são baixas.
58 | Bibox: Empresa registrada na Estônia com licença limitada (combate à lavagem de dinheiro) de uma entidade suíça autorizada, mas que não é regulada como bolsa de criptomoedas. Consta que tem mais de 10 milhões de usuários; sua oferta inclui mais de 400 mercados, mineração DeFi, “grid trading” e derivativos de criptomoedas.
59 | ZB.com: Esta bolsa sediada em Samoa e não regulada afirma ter surgido na China em 2013, e o tráfego da web mostra que a maioria dos visitantes é proveniente da Índia, da China e de outros mercados emergentes. Não está registrada para atender a clientes dos EUA. Oferece suporte a 80 criptoativos à vista, bem como derivativos e negociação de margem.
60 | CoinZoom: Sediada em Utah, a CoinZoom está registrada em todos os territórios e os 50 estados dos EUA. A bolsa oferece recursos tanto para os negociantes experientes quanto para os iniciantes, com mais de 70 pares de criptomoedas à vista, bem como serviços de cartão. As taxas geralmente partem de 36 pontos base, o que está próximo da média das entidades reguladas nos EUA.
Metodologia de classificação
Nossa metodologia de classificação utiliza 10 categorias, cada uma com um máximo de três pontos e um mínimo de zero. Duas categorias, regulamentação e popularidade, receberam peso duplo – ou seja, um máximo de 6 pontos cada. Esse reforço no quesito regulatório é uma maneira de normalizar a escala porque as entidades reguladas arcam com custos adicionais para fins de prestação de contas ao público investidor, aspecto pelo qual não recebem o devido reconhecimento, na maioria dos casos. Nosso reforço no quesito de popularidade é simplesmente um reconhecimento de que as empresas com uma certa escala têm um bom histórico de atração e integração de um segmento maior do público investidor do que seus pares.
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
Jurisdição: dependendo da jurisdição ou local onde uma organização opera, pode ser difícil ou inviável os investidores prejudicados defenderem seus interesses. Jurisdições como Alemanha, Japão ou Estados Unidos recebem a pontuação mais alta (3), enquanto as Seychelles ou paraísos fiscais recebem a mais baixa (0).
Regulamentação: como etapa preliminar, geramos nossa própria Pontuação de Dificuldade do Regulador (PDR) atribuindo um valor de 1 a 3 (sendo 3 o mais rigoroso) a cada órgão regulador. Algumas empresas não eram reguladas e receberam 0, enquanto outras chegavam a ser reguladas em nove jurisdições. Para calcular a pontuação de entidade regulada (PER) de uma empresa, atribuímos a PDR em questão a cada entidade regulada com a qual a empresa trabalhava. Por exemplo, nossa pontuação para uma entidade registrada como empresa de serviços financeiros dos EUA é 1 ponto. Por outro lado, uma empresa receberia 3 pontos se fosse uma corretora regulada pela SEC dos EUA ou uma entidade regulada pela CFTC e 6 pontos se fosse regulada por ambas. A etapa final foi dar à empresa uma pontuação de 0 a 3 para a categoria de regulamentação. Determinamos que as empresas com PER igual ou superior a 5 recebiam 3, as com PER de 3 a 4 recebiam 2, e as com PER de 1 a 2 recebiam 1.
Institucional: quanto mais dinheiro uma entidade levanta junto a investidores institucionais reconhecidos, mais provável que esses investidores experientes tenham recebido cláusulas concretas que protegiam seu investimento e mais provável que a empresa tenha aplicado controles internos seguros após o investimento. Uma pontuação 3 na categoria significa que a empresa é de capital aberto ou fez rodadas de investimento convincentes, uma pontuação 2 significa um montante menor de investimento externo ou investidores menos conhecidos, e uma pontuação 1 pode significar uma mesa de negociação institucional ativa ou uma API que várias empresas de negociação institucionais estão usando.
Produto: nesta categoria, consideramos principalmente a variedade de produtos de criptomoedas. Um número de mercados oferecidos inferior a 50 recebe 0, de 50 a 199 mercados recebe 1, de 200 a 499 mercados recebe 2, e de 500 ou mais mercados recebe 3. Também fizemos uma adaptação especial em nossa pontuação para entidades que oferecem aos investidores a possibilidade de investirem em várias classes de ativos a partir da mesma plataforma e para as que permitem que os clientes invistam em mercados de criptomoedas à vista e de derivativos.
Volume: geralmente, um alto volume negociado reflete maior liquidez e apoio da comunidade de negociação. No entanto, poucos aspectos estão mais sujeitos a estatísticas falsas do que o volume negociado. No caso das entidades reguladas, utilizamos o volume informado e, no caso das não reguladas, aplicamos um desconto ao volume. O primeiro passo para calcular uma pontuação de volume é gerar um volume total ajustado (VTA) – ajustado em relação ao volume exagerado. Depois, calculamos a participação da empresa no VTA e a classificamos da seguinte forma: 2,5% ou mais = 3; 0,5% a 2,4% = 2; 0,1% a 0,4% = 1; menos de 0,1% ou desconhecido = 0.
Popularidade: tomamos o número histórico de visitantes únicos de uma empresa em todas as plataformas (móveis + desktop) usando um serviço como o SimilarWeb e geramos uma média dos três meses mais recentes. Usando essa média, a escala desta categoria é a seguinte: 2 milhões ou mais de visitantes únicos mensais = 3; 1,0 a 1,99 milhão de visitantes únicos mensais = 2; 0,25 milhão a 0,99 milhão de visitantes únicos mensais = 1; menos de 0,25 milhão de visitantes únicos mensais = 0.
Avaliações dos clientes: levamos em consideração os comentários e classificações dos aplicativos no Google Play e na Apple App Store, além de análises dos sites em lugares como o TrustPilot, para determinar a satisfação dos clientes. É uma análise ao mesmo tempo quantitativa e qualitativa, sujeita à interpretação da Forbes.
Fundos de clientes: usamos as estimativas de ativos de clientes da Cer.Live e complementamos isso com informações públicas confiáveis e dados diretamente da empresa em questão; os ativos de clientes são definidos como a soma do valor atual de todos os ativos de clientes custodiados em US$ milhões na última data disponível, neste caso, 31 de dezembro de 2021. Nossa classificação é a seguinte: mais de US$ 1 bilhão = 3, US$ 200 milhões a US$ 999 milhões = 2, US$ 30 milhões a US$ 199 milhões = 1, menos de US$ 30 milhões = 0. Nos poucos casos em que a Cer.live não tem o valor referente a uma grande empresa, a Forbes gera sua própria estimativa.
Segurança cibernética: usamos os resultados de segurança cibernética da Cer.Live e complementamos isso com informações públicas confiáveis e dados divulgados diretamente pelas bolsas. Uma pontuação na Cer.live de 8 a 10 = 3; de 5 a 7,9 = 2; de 3 a 4,9 = 1; abaixo de 3 = 0.
Líder de taxa baixa: pegamos as informações sobre taxas nos sites das bolsas e usamos uma situação na qual um negociante novo compra US$ 10 mil em bitcoins aos valores publicados. As pontuações desta categoria são em pontos-base (100 pontos-base = 1%), de acordo com a taxa de “price maker” e de “price taker” mais alta oferecida, da seguinte maneira: até 9 pontos-base = 3; 10 pb a 19 pb = 2; 20 pb a 35 pb = 1; mais de 35 pb = 0.
Principais métricas
O processo de classificação foi o mais quantitativo possível, extraindo dados de múltiplas fontes confiáveis. Resumimos abaixo as principais métricas sobre cada empresa, que nossos leitores podem achar úteis para embasar sua escolha de empresa de criptomoedas.
I. Classes de empresas
Um dos principais objetivos de nosso estudo foi dividir as bolsas de criptomoedas em grupos para realizarmos uma análise mais refinada. Acabamos dividindo as 60 empresas em quatro grupos. A Classe A reúne as empresas mais globais, reguladas e bem capitalizadas, enquanto as empresas da Classe B são instituições financeiras surgidas fora do universo cripto, a Classe C contém bolsas de criptomoedas reguladas em determinados países ou regiões, e as empresas da Classe D são principalmente bolsas de criptomoedas pouco ou não reguladas.
CLASSES DO ESPAÇO DE INVESTIMENTO EM CRIPTOMOEDAS DEFINIDAS PELA FORBES
É lógico que as empresas que precisam cumprir requisitos regulamentares tendem a crescer mais lentamente do que as que não fazem esse tipo de investimento.
Antes de registrar um novo token, as empresas da Classe A precisam contratar especialistas caros para avaliar os prós e contras do registro no atual panorama regulatório incerto. As empresas da Classe A também alugam escritórios em distritos financeiros caros, contratam pessoal qualificado para fins de conformidade, mantêm software de monitoramento de transações, como os da Chainalysis e Elliptic, e despendem montantes consideráveis com serviços profissionais. Seus sites têm muitas declarações referentes aos riscos e usam um marketing prudente. Como não cumprem esses requisitos, as empresas da Classe D podem alocar mais recursos para o marketing e a aquisição de clientes. Essa parcela extra do orçamento não dedicada à conformidade pode ajudar as empresas dessa classe a oferecer uma remuneração atraente a um pequeno exército de parceiros afiliados – é como se fossem prestadores de serviços que criam sites e fazem promessas de altos retornos –, os quais direcionam mais tráfego para os sites das empresas da Classe D.
A parte de leão (41,6%) do volume negociado de nosso conjunto de 60 empresas seria executada pela Binance, uma bolsa da Classe C. Esse tipo de concentração é incomum, mas reflete a popularidade dos derivativos de criptomoedas – quase a metade do volume negociado da Binance vem de cinco desses contratos, chamados de futuros perpétuos. O volume negociado das bolsas da Classe D – aproximadamente 34% do total do conjunto – também foi alto, mesmo depois de um desconto de 25% aplicado ao volume das empresas domiciliadas em paraísos fiscais. Com base em conversas com o CEO de uma grande agregadora de dados de criptomoedas, nosso estudo confirmou que não há muito que impeça uma bolsa de criptomoedas de exagerar seu volume de negociação para aumentar sua importância em sites como CoinMarketCap.com e coingecko.com. Para ajudar a lidar com os volumes falsos, que são generalizados no setor, entidades especializadas como a CoinMetrics e outras publicam relatórios que esclarecem o problema.
Outra observação importante de nosso estudo é que as bolsas da Classe A divulgaram preços relativos a cerca de 215 mercados – mercado é o nome dado a pares de negociação, como bitcoin/tether (BTC/USDT) ou ethereum/bitcoin (ETH/BTC) –, em comparação com 299 mercados divulgados pelas bolsas da Classe C e 487 mercados pelas bolsas da Classe D. O mesmo vale para o número médio de moedas oferecidas. Esse fenômeno pode se dever à falta de supervisão regulatória e à comercialização desenfreada de ativos novos e não comprovados pelas bolsas da Classe D, enquanto as bolsas da Classe A tendem a consultar advogados e órgãos reguladores antes de (responsavelmente) registrar novos ativos. Com poucas exceções, as empresas da Classe B operam apenas com uma a 20 criptomoedas.
Sem incluir a Binance, as bolsas da Classe C recebem apenas 7% das visitas globais a sites de empresas de investimento de varejo em criptomoedas e capturam 10% do volume negociado, segundo estimativas. Incluindo a Binance, essa classe recebe 47% do tráfego que vai para as bolsas de criptomoedas e 52% do volume. Por outro lado, as empresas da Classe B têm centenas de milhões de clientes que podem não ter entrado no mercado de criptomoedas, e talvez a classe ganhe muito com essa introdução quando os preços começarem a subir novamente a em relação ao atual inverno das criptomoedas.
Estimar o tamanho de um mercado que cresce rapidamente e se desenvolve com pouca transparência é mais arte do que ciência. A Forbes estima que o número mensal de visitantes únicos das bolsas de criptomoedas (Classes A, C e D) era de 100 milhões em janeiro de 2022, enquanto o total de visitantes dos sites da Classe B era de 208 milhões. Devemos observar que, para nossa análise, contamos apenas o que acreditamos serem 17 grandes empresas da Classe D. Existem várias centenas de empresas da Classe D em todo o mundo – em geral, muito pequenas, embora normalmente não dê para saber apenas olhando para um site. Aliás, muitas bolsas da Classe D podem ter encerrado as atividades, mas mantêm o site no ar para enganar novos investidores que não conhecem os sinais de uma bolsa de criptomoedas zumbi.
II. Geografia das empresas de criptomoedas
Nosso estudo pôde verificar que existem milhões de negociantes de criptomoedas em vários países do mundo, inclusive, entre outros, Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão, Rússia, Brasil, Indonésia, Turquia, México, Índia e Alemanha. As 60 empresas de nosso estudo que oferecem investimento em criptomoedas ao público de varejo receberam um total de 3,92 bilhões de visitas durante o último trimestre de 2021. O local que a empresa de criptomoedas registrou como sua sede (ou o domicílio que indicou em seu documento de Termos de Serviço) foi o que usamos para criar as tabelas abaixo e responder a perguntas como: “quais são as regiões geográficas que as bolsas de criptomoedas usam como base de operações?” e “quão significativos são os negócios com criptomoedas que se originam em empresas localizadas nessas regiões geográficas?”
A distribuição geográfica da atividade de criptomoedas em todo o mundo mostrou que cerca de um terço dessas empresas fizeram dos Estados Unidos sua base ou sua principal região de negócios, em comparação com 38% que têm base em paraísos fiscais. As bolsas sediadas em paraísos fiscais capturaram 34% das visitas a sites de prestadores de serviços de criptomoedas e em torno de 86% do volume negociado mundial.
Vale ressaltar que pode haver confusão deliberada por parte de bolsas de criptomoedas que estão domiciliadas em uma jurisdição bem conhecida, sendo que essa localidade proíbe criptomoedas. É o caso da Binance, OKX, Bitfinex e Lbank, que indicam Hong Kong como domicílio em seu documento de Termos de Serviço. De fato, elas podem ter entidades comerciais registradas em Hong Kong, mas, novamente, registrada não significa regulada. As licenças regulatórias de Hong Kong – Tipos 1, 7 e 9 – emitidas pela SEC local não são fáceis de obter. Muitas coisas aconteceram na China continental e em Hong Kong em 2021, e nem Hong Kong nem a China aprovam ou regulam a mineração ou negociação de criptomoedas atualmente. Isso significa que, se um cliente de alguma dessas empresas a processasse em Hong Kong (de acordo com as instruções dos Termos de Uso), a resposta dos tribunais poderia muito bem ser que eles não são competentes ou não têm interesse nessas matérias porque não aprovam o investimento em criptomoedas e não regulam essas empresas.
Os órgãos reguladores sul-coreanos instituíram regras rigorosas para criptomoedas, que entraram em vigor em 2021 e levaram à consolidação de quase 100 bolsas lá sediadas em apenas quatro com licenças ativas atualmente – vide abaixo. Esses regulamentos exigiam que as bolsas fossem aprovadas em um rígido licenciamento tecnológico feito por empresas especializadas nessa área e também obtivessem um patrocínio bancário por meio do qual a bolsa de criptomoedas mostrasse dispor de métodos adequados para monitorar a identidade e os compromissos fiscais dos indivíduos.
A abordagem da regulamentação de criptomoedas pelo Japão desde ataques de hackers a duas importantes bolsas de criptomoedas em 2018 – a Coincheck e a Zaif – foi a de incentivar a criação de uma entidade autorreguladora, que hoje conta com 40 membros e usa, como critérios para o ingresso, questões como a segurança das carteiras quentes. A seguinte lista de empresas de criptomoedas do Japão deve crescer com o acréscimo de mais dessas empresas.
Vários órgãos reguladores europeus aprovaram regras que regem as criptomoedas como um serviço de moeda virtual com foco em dispositivos de combate à lavagem de dinheiro (AML, na sigla em inglês de “anti-money laundering”), após a adoção da 5ª Diretiva de AML em janeiro de 2020, que exigia que as bolsas de criptomoedas e os provedores de carteiras custodiantes fossem licenciados ou registrados por todas as autoridades nacionais da União Europeia.
O BaFin alemão está buscando opiniões do público sobre sua intenção de proibir os contratos futuros que deixam os investidores devendo mais dinheiro do que o que investiram inicialmente. Considerando-se que grande parte do volume de criptomoedas é negociado em futuros perpétuos, o que, em teoria, pode deixar os investidores em risco de perdas superiores ao investimento inicial, a Forbes contatou o BaFin para esclarecer sua posição sobre a probabilidade de proibição desses tipos de contratos. O BaFin esclareceu que tanto a bolsa de criptomoedas quanto o contrato de criptomoedas precisam ser submetidos a testes para determinar se estão isentos desses regulamentos propostos ou se precisam cumpri-los.
O panorama regulatório das criptomoedas nos EUA vem evoluindo, sendo que os órgãos reguladores estão assumindo responsabilidades diferentes e, às vezes, sobrepostas.
– Órgãos reguladores de valores mobiliários. A SEC e sua divisão de fiscalização FINRA estão trabalhando diligentemente para elaborar o que, sem dúvida, serão regulamentos abrangentes para licenciar bolsas de criptomoedas no âmbito nacional.
– Órgãos reguladores de futuros. Pelo que sabemos, não há novas regulamentações imediatas dos órgãos reguladores de mercados futuros – a CFTC e sua divisão de fiscalização, a National Futures Association –, mas isso pode mudar à luz da proposta de regulamentação de criptomoedas da SEC e de como as empresas reguladas pela CFTC evoluam (ou seja, casos como o da FTX.US, que quer oferecer criptomoedas à vista, vários tipos de futuros e ações na mesma conta). E ainda há a questão das regras existentes que permitem o funcionamento de bolsas que oferecem futuros de bitcoin e ethereum por serem considerados commodities.
– Estados e órgãos reguladores do setor bancário dos EUA. Separadamente, estados e certos órgãos reguladores do setor bancário dos EUA também têm regulamentos que efetivamente autorizam as bolsas de criptomoedas a operar como entidades transmissoras de dinheiro (MTE, na sigla em inglês de “money transmitter entities”), bancos com autorização estadual, empresas de moedas virtuais e bancos com autorização federal. Bolsas de criptomoedas também se registraram na Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCen) para certificar sua conformidade com os requisitos de AML. Com o advento dos tokens não fungíveis (NFTs, na sigla em inglês de “nonfungible tokens”) e bolsas de DeFi, entre outras coisas, e com tanto a SEC quanto o Congresso interessados em aprovar a regulamentação do espaço de criptomoedas, a última palavra sobre essa regulamentação nos EUA ainda não foi dita.
Os planos da SEC de regular os ativos digitais aumentarão consideravelmente o custo de uma empresa para permanecer regulada nos EUA e operar com um licença de entidade transmissora de dinheiro. Algumas optarão por sair do mercado dos EUA, e começará a haver consolidações. As empresas que já estão acostumadas à regulamentação, como as corretoras reguladas pela SEC, terão vantagem sobre as bolsas de criptomoedas de pequeno e médio portes.
III. Aspectos práticos de “due diligence” das empresas de criptomoedas
Encerramos nosso relatório com algumas dicas úteis para os investidores prudentes que são novatos em criptomoedas, com o objetivo de ajudá-los a identificar os sinais de alerta e a prestadora de serviços certa.
Rankings da Forbes. As páginas do Ranking Global Forbes de Bolsas de Criptomoedas incluirão constantemente as informações mais recentes sobre um grande número de empresas de criptomoedas; portanto, continue consultando-as.
Procure sinais de que a empresa é regulada. Há algumas maneiras de identificar empresas reguladas:
• Elas costumam apresentar informações sobre riscos e regulamentos na parte inferior da página inicial
• Consulte a página “Terms of Service” (“Termos de Serviço”) do site e identifique onde a empresa está domiciliada; essa página é às vezes denominada “Terms” (“Termos”), “Terms of Use” (“Termos de Uso”), “Legal” (“Jurídico”) e “User Agreement” (“Contrato do Usuário”)
• Consulte a página “About Us” (“Sobre Nós”) para ver se a empresa informa onde opera e se é regulada
• Se você achar difícil encontrar informações sobre a sede e os números de telefone da empresa e onde ela está domiciliada, provavelmente isso é intencional, então você não deve perder seu tempo com essa empresa
Leia avaliações de clientes. Reserve um tempo para ler avaliações de clientes em lugares como o site TrustPilot.com, mas esteja ciente de que, às vezes, as empresas tentam burlar o sistema contratando pessoas para fazer falsas avaliações positivas e mostrando, por exemplo, um grande número de avaliações positivas e títulos às vezes escritos de maneira engraçada. Outro truque que elas usam é dar incentivos financeiros ou de outra natureza a clientes reais que façam avaliações positivas. Outros lugares com avaliações interessantes sobre bolsas de criptomoedas são a Apple Store e a Google Play Store, que contêm classificações de aplicativos e detalhes bastante precisos do que os usuários gostam e não gostam no aplicativo e na prestadora de serviços. Grupos em redes sociais também oferecem comentários francos sobre sua experiência com empresas de criptomoedas, mas é difícil dizer quando uma história de terror em uma rede social é autêntica e representativa de problemas mais amplos em uma empresa.
Procure sinais de vida. Se você descobrir que o anúncio mais recente do site é de um ano atrás, pode ir embora sem pensar. Procure um blog ou boletim informativo que contenha comentários relevantes e atuais sobre o mercado ou novos produtos sendo adicionados semanalmente.
Procure as taxas divulgadas pela empresa. Digite “trading fees” (“taxas de negociação”) e “[nome da empresa de criptomoedas]” no seu mecanismo de busca favorito para checar se as taxas são altas ou baixas. Em geral, uma taxa alta é superior a 1,0% do valor investido, enquanto as taxas baixas tendem a ficar mais próximas de 20 pontos-base ou menos. Existem outros tipos de taxas que você deve analisar e comparar: taxas de depósito / retirada, taxas de custódia e comissões (se houver).
Informe-se sobre o histórico da empresa e seus investidores. Caso haja pouco histórico a respeito de uma empresa ou uma mera descrição do motivo de eles terem lançado o serviço, tenha extrema cautela.
O post As melhores corretoras de criptomoedas do mundo apareceu primeiro em Forbes Brasil.