O Ibovespa fechou hoje (1º) em alta de 1,31%, a 121.570 pontos, em movimento contrário às bolsas europeias e americanas. O índice foi liderado pela Vale (VALE3) e ações ligadas ao consumo interno, como Méliuz (CASH3) e Cielo (CIEL3). Na semana, o índice acumula alta de 2,1%.
O Méliuz fechou em alta de 9,38% após o Banco Central aprovar a aquisição do Grupo Acesso pela companhia, uma fintech do setor de soluções de pagamento que opera as marcas Acesso, Acesso Bank, Bankly e Banco Acesso. O negócio de R$ 324,5 milhões ainda precisa passar pelo crivo da assembleia de acionistas do Méliuz, mas já anima investidores e analistas desde que foi anunciado, em maio do ano passado.
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Já a alta da Cielo pode estar conectada ao receio dos investidores de que a greve dos servidores do Banco Central – por tempo indeterminado, em busca do reajuste e reestruturação da carreira – possa afetar o pix, levando consumidores a utilizar cartões de crédito e débito. A empresa teve ganhos de 8,04%.
Outras ações de consumo interno também se destacaram: Natura (NTCO3) e Magazine Luiza (MGLU3) avançaram 7,68% e 7,77%, respectivamente.
A Vale (VALE3) subiu 1,42% depois que o minério de ferro marcou alta de 3,5% na China. Dados fracos de atividade industrial doméstica reforçaram as expectativas de medidas adicionais de estímulos econômicos no país asiático, dando fôlego extra à commodity.
Na outra ponta do índice, a Petrobras (PETR3, PETR4) é impactada negativamente pelo recuo de 0,90% do barril de petróleo, que fechou a US$ 99,38. As ações da petrolífera caíram 0,03% e 1,32%, respectivamente, também puxadas para baixo pelo efeito negativo de uma entrevista em que o ex-presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, afirmou que Bolsonaro interveio ativamente na estatal.
Os papéis de exportadoras sofreram com a queda mais acentuada do dólar. Usiminas (USIM5), Klabin (KLBN11), Suzano (SUZB3), Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) perderam 1,43%, 1,62%, 1,70%, 0,55% e 0,16%.
O dólar fechou em baixa de 1,94%, a R$ 4,6668, marcando a quinta semana consecutiva de queda.
Investidores têm apontado um fluxo constante de recursos estrangeiros para o Brasil como o responsável pela desvalorização do dólar neste ano. A B3 informou hoje, após revisão dos seus dados, que o saldo do fluxo de capital estrangeiro na bolsa em 2022 é de R$ 64,1 bilhões – queda de 29,6% ante número estipulado anteriormente.
A disparada das commodities desde o início da guerra na Ucrânia também tem favorecido o país, bem como outras nações exportadoras desse tipo de produto. O patamar elevado da Selic serve como impulso adicional para o real.
Em Wall Street, a diminuição do desemprego impulsionou os principais índices dos EUA pela manhã, mas o reforço da necessidade de maiores aumentos na taxa de juros desanimou os mercados pela tarde.
Após um dia volátil, o Dow Jones teve alta de 0,40%, a 34.818 pontos, o S&P 500 subiu 0,34%, a 4.545 pontos, e o Nasdaq avançou 0,29%, a 14.261 pontos.
O Departamento de Trabalho dos EUA apontou abertura de 431 mil vagas de trabalho em março, abaixo da expectativa do mercado de 490 mil, embora o número do mês anterior tenha sido revisado para cima em 72 mil postos.
A taxa de desemprego caiu a 3,6%, mínima desde fevereiro de 2020, de 3,8% em fevereiro e projeção de 3,7%. O conjunto dos indicadores reitera cenário que permite ao Federal Reserve, o banco central dos EUA, elevar os juros em 0,5 ponto percentual em maio, o que já era a projeção majoritária do mercado.
“Nenhuma das informações do relatório de hoje ajuda o Fed com a difícil tarefa pela frente. Na verdade, o risco de um aperto mais rápido do Fed no curto prazo permanece altamente concebível”, disse Charlie Ripley, estrategista sênior de investimentos da Allianz Investment Management. (Com Reuters)
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