A Tommy Hilfiger se juntou ao Metaverse Fashion Week com um espaço de varejo virtual pop-up na plataforma Decentraland. Avatares visitantes foram recebidos com encarnações flutuantes em 3D de mercadorias físicas, algo que, no mundo real, é mais uma novidade de passarela do que uma prática padrão no visual merchandising. “Nossa base digital estava em um ótimo lugar e pudemos evoluir a partir daí”, disse Martijn Hagman, CEO da Tommy Hilfiger Global sobre a participação no evento. “Até agora, os consumidores estão mostrando apetite por essas interações e estamos comprometidos em ser relevantes em sua jornada.”
Quando se trata de varejo digital, a Hilfiger atua há muito tempo na vanguarda da inovação. A marca americana de propriedade da controladora PVH Corp., hospeda desfiles de moda voltados para o público, com transmissões ao vivo compráveis e tecnologia AR integrada desde 2016.Mais recentemente, em dezembro de 2021, fez parceria com os criadores da comunidade Roblox que reinterpretaram algumas das peças de assinatura da marca. A coleção resultante de 30 wearables digitais estava disponível para os jogadores comprarem para seus avatares usarem no universo de jogos Roblox.
LEIA TAMBÉM: Desfile no metaverso tem Dolce & Gabanna, Tommy Hilfiger e Paco Rabanne
A Decentraland difere de outras plataformas, pois é baseada em blockchain, portanto, entre outras coisas, permite a integração NFT com outras propriedades. “Trata-se realmente de testar e aprender. A beleza dos ambientes virtuais é que podemos experimentar coisas novas.” disse Hagman. “Estamos experimentando como esses elementos e ambientes podem coexistir para fornecer uma jornada perfeita ao consumidor, por exemplo, uma experiência totalmente digital ou vender produtos físicos no ambiente virtual e vice-versa. Esses aprendizados nos permitirão aprimorar ativações futuras e evoluir nosso ecossistema digital.”
O metaverso valeu a pena?
Martijn Hagman, CEO da Tommy Hilfiger Global, fala sobre a estratégia da marca no metaverso e os aprendizados dessa experiência.
Forbes – Por que essa abordagem phygital foi importante para a marca?
Martijn Hagman – Cada vez mais, vemos a aceleração dessa fusão entre os mundos digital e físico. As incógnitas do metaverso são emocionantes e estão levando as marcas a quebrar as barreiras entre o digital e o físico, possibilitando que a indústria entre em uma nova era de comércio que entusiasma os consumidores. Alguns de nossos programas digitais, como ferramentas de vendas digitais, design 3D, VR e experiências de IA nas lojas, funcionam como porta de entrada para esse novo mundo.
F – Você vê a Web 3.0 como um novo e importante canal de receita para o negócio?
Hagman – O metaverso representa um novo fluxo de receita que estamos testando no momento, à medida que continuamos aprendendo e entendendo o que isso significa. Ele está aqui para ficar e é uma parte essencial da jornada do consumidor sobre como eles experimentam nossa marca e interagem com ela. Está se tornando claro que os produtos somente digitais e as receitas de produtos físicos em mundos virtuais se tornarão significativos no médio e longo prazo.
F – Em que outras áreas você imagina que a Web 3.0 agrega valor para o varejo?
Hagman – A tendência que vemos agora é que o digital, com o tempo, se tornará a principal dimensão de tudo o que fazemos. Particularmente no varejo, abrindo oportunidades para atender aos desejos específicos dos consumidores; pense em personalização, sob demanda, gratificação imediata, e a lista continua.
LEIA TAMBÉM: Cavallini, da Singularity: “fala-se de metaverso sem resolver o básico”
F – Você já está vendo um impacto na aquisição de clientes por causa dessa ação no metaverso?
Hagman – Mesmo que o mundo das criptomoedas seja anônimo, uma coisa que sabemos é que a Metaverse Fashion Week abriu as portas para novos consumidores. Também nos permitiu conhecer os atuais de novas maneiras. Estamos constantemente inovando como engajamos e imergimos a próxima geração em nossa marca, e estamos comprometidos em estar onde nossos consumidores estão.
F – O metaverso facilitará um futuro mais sustentável para o varejo?
Hagman – Do ponto de vista da sustentabilidade, o metaverso está funcionando como um catalisador para algumas importantes iniciativas digitais, ao mesmo tempo em que desafia nossas formas atuais de trabalhar. As possibilidades virtuais estão lançando luz sobre algumas das falhas atuais na cadeia de valor global e levando as marcas a acelerar as melhorias – somando-se à nossa ambição de nos tornarmos uma empresa mais sustentável.
O post Desfile da Tommy Hilfiger no metaverso valeu a pena? CEO responde apareceu primeiro em Forbes Brasil.