O Ibovespa fechou hoje (31) próximo à estabilidade, em leve baixa de 0,22%, a 119.999 pontos, após um pregão pouco movimentado. No índice povoado por papéis ligados a commodities, a alta do minério de ferro aliviou de um lado, a baixa do petróleo apertou do outro, enquanto as bolsas internacionais tiveram um dia difícil.
O barril de petróleo Brent fechou em baixa de 6,05%, a US$ 101,30, após a Casa Branca confirmar no início da tarde que os Estados Unidos vão liberar reservas da matéria-prima para aliviar a pressão sobre a oferta. A produção doméstica aumentará em 1 milhão de barris por dia este ano e cerca de 700 mil barris por dia no próximo ano.
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Ações de petrolíferas, como PetroRio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3), caíram junto com o barril e registraram baixas de 5,06% e 0,83%, respectivamente. Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) chegaram a operar no vermelho, mas conseguiram se recuperar e fecharam em alta de 0,37% e 1,39%.
O destaque negativo do pregão ficou com Méliuz (CASH3), que recuou 5,54% e corrigiu os ganhos da última sessão após a divulgação de resultados negativos.
A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 34,3 milhões em 2021, ante lucro de R$ 19,63 milhões um ano antes. A receita líquida, no entanto, somou R$ 97,7 milhões no quarto trimestre de 2021, aumento de 126% no comparativo anual.
Na outra ponta do índice, a Sabesp (SBSP3) subiu 5,46% e a Cielo (CIEL3) avançou 4,36%. A expectativa da privatização da Eletrobras (ELET6) impulsionou os papéis da empresa a uma alta de 2,79% depois que o presidente da companhia, Rodrigo Limp, afirmou nesta semana que a oferta de ações como plano de desestatização pode ocorrer em meados de agosto.
No cenário local, o anúncio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de uma taxa de desemprego menor que o esperado também ajudou a sustentar o Ibovespa. A projeção dos analistas era de 11,4%, 0,02 pontos percentuais a mais que o resultado, 11,2%.
Pedro Paulo Silveira, gestor na Nova Futura, afirma que a manutenção do fluxo estrangeiro, a queda dos juros futuros longos e certo otimismo local têm ajudado o Ibovespa. “Penso que o mercado está buscando prêmios”, diz ele.
Em Wall Street, as bolsas fecharam em baixa diante da preocupação com o fornecimento de petróleo. Depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou um embargo ao petróleo e derivados da Rússia, o país iniciou uma corrida para encontrar formas de suprir a demanda e controlar preços – ainda sem resposta.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) informou que acrescentará 432 mil barris à sua produção a partir de maio, ainda distante do total de sua capacidade ociosa, estimada em 3 milhões de barris por dia. Ainda assim, não seria suficiente para substituir toda a produção russa, que varia entre 4,5 a 5 milhões de barris por dia.
Preocupações com as consequências da invasão da Ucrânia – que já dura quase cinco semanas – e com aumentos mais agressivos dos juros nos EUA deixaram os índices de Wall Street a caminho de seu pior trimestre desde a liquidação vista no auge da pandemia, em 2020.
O Dow Jones fechou em baixa de 1,56%, a 34.677 pontos, o S&P 500 recuou 1,56%, a 4.530 pontos, e o Nasdaq perdeu 1,54%, a 14.220 pontos.
O dólar fechou em queda de 0,57%, a R$ 4,7592, terminando o pregão menos volátil que no início da sessão.
A moeda caminha para registrar seu pior desempenho mensal contra o real desde outubro de 2018 e a maior queda trimestral desde o período de abril a junho de 2009. (Com Reuters)
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