A Cresco Labs, empresa produtora de cannabis de Illinois, nos EUA, anunciou a intenção de compra da nova-iorquina Columbia Care por US$ 2 bilhões em uma transação de ações.
Com a aprovação do negócio, a Cresco será a maior produtora e vendedora de cannabis dos EUA, com cerca de 100 dispensários (nome das lojas de cannabis) em 18 estados.
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“Não poderíamos estar mais animados”, afirma Charlie Bachtell, CEO da Cresco. “É uma oportunidade única de criar uma liderança na indústria; é um momento muito importante porque há uma reforma regulatória federal em andamento”.
A maconha ainda é ilegal em nível federal, mas 37 estados possuem algum tipo de mercado controlado, com 18 deles permitindo a venda para adultos. No ano passado, as vendas legais totalizaram US$ 26 bilhões nos EUA e até 2030 o mercado deve crescer para até US$ 65 bilhões, segundo Cowen, banco de investimento.
Nicholas Vita, co-fundador e CEO da Columbia Care, se juntará ao conselho da Cresco, mas Bachtel deve manter a liderança da companhia. A Reuters divulgou na terça-feira (22) que as duas empresas estariam se aproximando de um acordo.
Mas o acordo poderá enfrentar obstáculos, incluindo a alienação de vários dispensários e algumas licenças em estados onde as duas empresas se sobrepõem, como Arizona, Flórida, Illinois Massachusetts, Nova York e Ohio. Nova York, onde a maconha medicinal é legalizada e o mercado de uso adulto do estado está em processo de lançamento, deve ser um mercado de US$ 4,2 bilhões em cinco anos. “É uma grande oportunidade em que temos sobreposição – são estados incrivelmente valiosos nos quais as pessoas querem estar, então há um bom mercado para desinvestimento”, diz Bachtell.
A Columbia Care expandirá a presença da Cresco para estados com mercados de cannabis já estabelecidos, como Califórnia e Colorado, bem como estados como Nova Jersey e Virgínia, que já permitiram o uso adulto, mas ainda não lançaram vendas. “Temos os mercados materiais de hoje, mas [Columbia Care] tem os mercados de amanhã”, diz Bachtell.
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De acordo com os termos do acordo, a Cresco deve adquirir todas as ações emitidas e em circulação da Columbia Care. Os acionistas da Columbia Care receberão 0,5579 de uma ação da Cresco Labs para cada ação da Columbia Care, o que representa um prêmio de 16% com base no preço de fechamento da Columbia Care e um prêmio de 19% das ações da Cresco Labs. Os acionistas da Columbia Care deterão aproximadamente 35% da Cresco Labs.
“Desde nossa fundação, nossa missão tem sido entregar o melhor resultado para nossos stakeholders”, disse Vita em comunicado. “Em um setor em evolução, as oportunidades para melhor cumprir nossa missão por meio da consolidação nos levaram a este momento histórico.”
Ambas as empresas estão listadas publicamente no Canadá por causa da proibição federal dos EUA à cannabis. Columbia Care e Cresco viram os preços de suas ações caírem 50% no ano passado, mas não estão sozinhos – todo o setor teve dificuldade em manter os preços das ações em alta, pois o governo dos EUA não fez progressos significativos em regulamentações para a cannabis durante o governo Biden. A empresa combinada terá a segunda maior pegada de varejo do setor depois da Trulieve (Cresco tem 49 dispensários e a Columbia tem 99.)
A nova empresa também diversificará o número de estados de onde vem a maior parte da receita da Cresco. No momento, 80% de sua receita é derivada de Illinois, Pensilvânia e Massachusetts. Se o acordo for fechado, esses estados devem representar apenas 50% da receita da empresa, com estados como Colorado, Flórida e Nova Jersey subindo na lista.
“Nos concentramos na cannabis como um produto embalado para o consumidor para ter acesso a 70% do mercado endereçável. E como pretendemos transformar nosso portfólio de marcas no Miller High Life, Coca-Cola e Johnnie Walker Blue Label da cannabis”, diz Bachtell.
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