A Reserva, marca da divisão AR&Co, lança sua primeira plataforma orientada à Web3 e metaverso: a Reserva X. Inicialmente, ela dará nome a uma coleção de NFTs, tokens não fungíveis na sigla em inglês, e traz o pica-pau da Reserva em versão Toy-Art batizada de Pistol Bird.
De acordo com Pedro Cardoso, diretor de marketing digital e head de UX/UI da Reserva, o projeto vem sendo estudado há mais de um ano onde foram contempladas várias possibilidades com tecnologias baseadas em blockchain. “Para o nosso primeiro Drop de NFT, estreitamos laços com a comunidade e abrimos antecipadamente um canal no Discord com o objetivo de entender e dialogar com este público, construindo projetos que fizessem sentido para comunidade e gerassem valor”, diz Pedro.
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Parte da venda dos NFTs será direcionada à ONG Banco de Alimentos, parceira de longa data da marca. A ReservaX conta ainda com a expertise da LumX Studios, parceiro de tecnologia, com quem tem acordo de exclusividade nas inciativas e projetos para a área de moda e vestuário. Rony Meisler, fundador e CEO da Reserva, fala sobre a importância da Web3 para o futuro da moda.
Forbes Brasil – Há algum tempo você já discute e produz conteúdo sobre Web3, por que é importante prestar atenção a esse conceito?
Rony Meisler – Meu interesse enquanto empreendedor não está necessariamente nas questões dos produtos finais da Web3, como NFTs, Criptomoedas ou o Metaverso. Minha curiosidade mora na tecnologia do blockchain e nas suas possíveis aplicações. O mesmo smart contract capaz de permitir o envio direto de dinheiro entre pessoas físicas também tem o poder de descentralizar e assim impactar todos os mercados que possuem concentração de poder e valor. Mercados como o Imobiliário, Mobilidade, Entretenimento, Financeiro, Artes, Varejo e Energia, para mencionar apenas alguns, serão completamente disputados pela Web3.
FB – Como o blockchain pode ser útil de forma prática?
Rony – Imagine você que por meio do blockchain, ao invés de comprar um apartamento inteiro, você poderá comprar apenas um metro dele. Ou então que você, sendo um músico, poderá vender tokens do seu próximo álbum para financiá-lo de maneira já amarrada nas plataformas de distribuição digital por meio de um smart contract, permitindo, assim, que quando o álbum for lançado os royalties sejam automaticamente distribuídos entre os fãs compradores dos ativos virtuais. A informação é nossa e não deles e, portanto, a tecnologia do blockchain permitirá que o negócio ao redor da nossa informação também seja nossa e não deles.
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FB – A indústria da moda é uma das mais avançadas no que diz respeito à lógica de NFT e outras tecnologias, quais as oportunidades e desafios?
Rony – A moda ainda está experimentando a tecnologia do blockchain principalmente por meio de projetos de marketing e lealdade. Quando vendem um NFT, não vendem apenas uma peça escassa de arte, mas principalmente uma chave única criptografia e digital para destravar um conjunto de benefícios de marca para seus compradores. Quando criam mundos em algum metaverso, para além do forte PR gerado, o fazem por entender que, em algum momento, as pessoas vão valorizar a compra de seus bens digitais tanto quanto o de seus bens físicos. O blockchain certamente também trará benefícios às marcas no que diz respeito a questão do mapeamento e transparência dada aos consumidores com relação às suas cadeias de fornecimento, a chamada rastreabilidade, dando ao consumidor total visibilidade do impacto socioambiental daquele produto.
FB – No caso da Reserva, por que é importante investir e ter soluções relevantes de tecnologias relacionadas à Web3?
Rony – Não apenas para a Reserva, mas para qualquer negócio a curiosidade e a experimentação de novas tecnologias e soluções é o melhor caminho para se aprender: fazendo. E em se tratando da Web3, um movimento com potencial de transformar por completo a nossa sociedade e cultura, não se trata apenas de investir em uma tecnologia, mas principalmente de sobreviver em um mundo e em um mercado tão competitivo como o nosso.
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