As maiores tendências para os ambientes de trabalho em 2022

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Unidade da Regus: em sintonia com o novo modelo de trabalho

Em 2022, a pandemia continuará por aqui e ainda terá impacto na vida de todos. Mas é justo dizer que já aprendemos a nos adaptar e a nos comportar na forma como executamos nosso trabalho.

Se você está entre os felizardos que podem escolher quando, onde e como trabalhar, provavelmente já está usufruindo os benefícios que o modelo de trabalho híbrido, tão comentado nos últimos dois anos, oferece em termos de qualidade de vida. Porém, para grande parte da população, esse modelo ainda é novo e deverá ser testado em 2022. O modelo híbrido soa como objeto de desejo para quem não pode executá-lo, seja porque sua atividade atual não permite, seja porque a tecnologia e a estrutura da empresa não são adequadas, seja porque os gestores não querem implantá-lo. (Conheço casos de empresas onde diretores ou donos definem que a volta deve ser 100% presencial, pois eles querem assim e ponto final.)

Quando falamos de locais de trabalho, 2022 nos permite pensar em três grandes modelos: escritórios centrais, escritórios regionais remotos e colaboradores em regime híbrido. O que deve mudar é o fato de que agora os colaboradores serão os decisores de onde e como trabalhar com base em sua necessidade, e não por ordem direta de seus gestores. (Fica a dica para os líderes: invistam em um bom software que faça a gestão de demanda de espaço, caso sua empresa ainda tenha espaço próprio e não saiba como fazer o gerenciamento do modelo híbrido; nessa modalidade, o colaborador espera ter o melhor dos dois mundos, e é importante que ele não se sinta impactado negativamente quando vai ao escritório ou coworking.)

Todas ou quase todas as companhias estão repensando a necessidade de um escritório central, já que, na pandemia, dois terços delas devolveram ou diminuíram o espaço alugado para esse fim, conforme diversas pesquisas de mercado de grandes consultorias imobiliárias. Por outro lado, 90% dos colaboradores querem a flexibilidade e a liberdade de escolher onde e quando trabalhar. Unindo as duas demandas, é fácil deduzir que o modelo híbrido é a principal tendência que se apresenta.

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Tiago Alves é CEO da Regus & Spaces no Brasil e autor do livro “Nem Home Nem Office”

Foco nas habilidades

Para construir a força de trabalho, será necessário dar menos atenção ao nome dos cargos e mais às habilidades de cada colaborador, que no seu conjunto representarão as vantagens competitivas que cada empresa tanto busca. Competências e habilidades serão mais decisivas do que nunca, pois elas endereçam os desafios das empresas nestes tempos especialmente desafiadores. Cargos, na contramão, descrevem como colaboradores de maneira individual estão relacionados à estrutura da organização, algo que se diluiu durante o distanciamento social.

Nós vimos essa tendência dar os primeiros passos com os movimentos de grandes empresas rumo a uma estrutura mais horizontal. Quando elas passarem a focar nas habilidades de seus colaboradores e na solução ágil dos problemas de seu negócio, estarão no caminho certo para permanecerem vivas por mais tempo. O foco na habilidade e na competência trará benefícios também para o colaborador, pois isso o deixará mais bem posicionado para capitalizar suas oportunidades de carreira dentro – e fora – da empresa. O desafio de reter talentos é o grande efeito colateral dessa mudança de paradigma.

Resiliência

Antes da Covid-19, as contratações tinham como pano de fundo a formação de equipes eficientes – portanto, a formação de organizações eficientes. No pós-pandemia, a ênfase na formação dos times vai mudar no sentido de construir organizações resilientes. Se redundâncias ou sobreposições de habilidades na mesma equipe pareciam algo negativo, agora serão uma precaução importante.

Isso revela outra subtendência: empregadores estão entendendo a importância de cuidar da saúde mental e do equilíbrio na vida de seus colaboradores. Muitos estão assumindo responsabilidades para ajudar sua força de trabalho a manter o bem-estar físico, mental, social e financeiro. A questão é como fazer isso sem soar invasivo.

Garantir que seus colaboradores estejam saudáveis o suficiente para que a empresa não seja impactada novamente é um forte elemento do que podemos chamar de resiliência corporativa. Fazem parte do sucesso desse posicionamento a flexibilidade, o bom senso e a adoção de políticas claras e objetivas de direitos e deveres. Os colaboradores, por sua vez, devem ter em mente que a saúde deles depende da saúde da empresa. Por isso, colaboradores e empregadores devem trabalhar em total sintonia.

IA e metaverso

O Fórum Econômico Mundial previu, há alguns anos, que a inteligência artificial (IA) e a automação devem criar mais de 100 milhões de empregos no mundo até 2025. Ao mesmo tempo, muitos verão seus cargos e funções mudarem drasticamente em decorrência dessas mesmas tecnologias.

Num primeiro momento, a inteligência artificial pode ser usada para realizar tarefas repetitivas e liberar os colaboradores para tarefas mais estratégicas ou que precisem do toque humano (criatividade, intuição, inteligência emocional). Muitas companhias buscarão compensar parte da produtividade perdida utilizando tecnologias que impulsionem a entrega dos colaboradores – metaverso e realidade aumentada: tudo começa aqui.

Várias empresas estão investindo em tecnologias voltadas para o monitoramento de performance e medição do comportamento dos colaboradores, uma maneira direta – e controversa – de buscar aumento de eficiência. Plataformas digitais já permitem que se monitorem funcionários em seus e-mails e mídias internas ou usando ferramentas como o Slack, que traz métricas de produtividade para quem gerencia funcionários remotos.

Claro que estamos falando de uma linha muito fina. A mesma ferramenta que mede produtividade pode ser vista como invasora de privacidade ou como um modelo frio de gestão, produzindo um efeito contrário ao esperado naqueles que sentirem sua liberdade fiscalizada, cerceada.

Mais uma vez, recomendo bom senso, equilíbrio, transparência e diálogo entre os envolvidos. Até porque a quantidade de softwares e aplicativos voltados para a gestão do tempo e das atividades dos colaboradores não para de crescer. Essa tendência está cada vez mais próxima de todos nós. E o futuro não pede licença para passar.

* BrandVoice é de responsabilidade exclusiva dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião da FORBES Brasil e de seus editores.

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