O lúpulo, planta da espécie humulus lupulus, é o tempero da cerveja. É ele que confere à bebida o amargor e aroma, sendo uma de suas principais matérias-primas. Mas o país ainda é um grande importador desse insumo, com volumes acima de 3 mil toneladas por ano, embora seja o terceiro maior produtor de cerveja do mundo.
Para incentivar essa cadeia no Rio de Janeiro, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) na unidade Agrobiologia, localizada em Seropédica, município a 70 quilômetros da capital, acertou com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária) a execução de um TED (Termo de Execução Descentralizada). Ele vai servir a um projeto de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de fomento à cadeia do lúpulo e incentivo à agricultura familiar nos ambientes de montanha da região serrana do Rio de Janeiro.
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“A cultura do lúpulo está em franca expansão e tem adquirido apoios regionais em políticas públicas municipais e estaduais”, diz Ana Cristina Garofolo, chefe-adjunta de transferência de tecnologia da unidade.“Mas ainda são necessários o desenvolvimento da cadeia produtiva e a agregação de valor a ela. É nessa temática que o TED se insere.”
Liderado pelo pesquisador Gustavo Xavier, o projeto envolve recursos da ordem de R$ 420 mil. Além da unidade Agrobiologia, integram o grupo a Embrapa Agroindústria de Alimentos e a Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, do Mapa. “Espera-se, em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos, o desenvolvimento de estudos e transferência de tecnologias que auxiliem os produtores em questões de melhoria de produtividade e qualidade da produção”, afirma Garofolo.
Para o pesquisador Xavier, o recurso fortalece um projeto já em andamento, financiado pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). “Esse TED visa a desenvolver tecnologias e informações adequadas, especialmente no que se refere às características de aroma, nas condições dos ambientes de montanha”, diz.
O que a pesquisa quer descobrir
Serão estudados aspectos agronômicos da produção do lúpulo, desde a produção de mudas e seleção de variedades de aroma até controle fitossanitário alternativo, manejo da adubação e calagem e alternativas de aporte de matéria orgânica provenientes de plantas de cobertura.
Também será feita pesquisa sobre a qualidade física, química e biológica do solo considerando diferentes manejos, incluindo uso de plantas de cobertura do solo, bokashi e microrganismos na perspectiva de bioinsumos inovadores. Além disso, serão verificados processos de pós-colheita que assegurem que os alfa e beta ácidos, bem como os óleos essenciais – elementos que caracterizam o sabor e o aroma da cerveja – sejam conservados.
Por fim, serão implantadas Unidades de Referência Tecnológica para capacitação e demonstração das melhores práticas agrícolas para o cultivo do lúpulo em áreas de produção de agricultura familiar, além de serem analisados aspectos mercadológicos das flores de lúpulo, com foco na captura de valor na cadeia produtiva.
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