Como viabilizar ideias inovadoras no agro e ajudar os empreendimentos com potencial de se tornar negócios relevantes para o setor foi o que motivou a criação do Agrifutura, no ano passado, evento destinado à avaliação de startups agro, as agtechs e as agfintechs. A segunda edição, agora presencial, ocorreu neste final de semana (12 e 13) nos jardins do Instituto Biológico, na capital paulista.
Realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), o evento premiou três inovações, dentre 101 startups inscritas e 50 selecionadas. As campeãs foram as startups paulistas Grão Brasil, Brasil Agritest e Britchis Lichias.
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“O evento pretende conectar várias ‘pontas’ da cadeia produtiva, como os setores de pesquisas, desenvolvedores (startups) e o próprio mercado na busca por tecnologias, de processos e de políticas públicas. Disso, surgirão novas empresas e negócios, com alto impacto para a sociedade como um todo”, afirma Sérgio Tutui, coordenador da Apta.
A disputa foi dividida nas categorias “Ideação”, “MVP [produto mínimo viável]” e “Tração e Escala”. As startups selecionadas tiveram a oportunidade de realizar pitches de cinco minutos para apresentarem seus projetos, que foram julgados por especialistas da área e por um grupo de jornalistas especializados em agronegócio. “As startups vieram com ideias de conexão campo-cidade, de soluções de dores dos produtores e uma vontade imensa de empreender”, diz Vera Ondei, editora de Agro da Forbes que fez parte do time de jurados. “Ideias que ainda precisam de ajustes, a projetos prontos para escalar, são jornadas empreendedoras que merecem a atenção do mercado.”
Na categoria de “Ideação”, em que empresas apresentaram projetos que ainda “estão no campo das ideias”, a vencedora foi a Grão Brasil, que mostrou como acelerar o transporte de grãos entre Jacareí, no interior de São Paulo, e o porto de São Sebastião, no litoral. O projeto propõe o uso de dutos para transportar 1.200 toneladas de grãos por hora.
Como prêmio, a startup receberá uma mentoria dos institutos da Apta. “Com o apoio da Apta, conseguiremos ampliar esse projeto, que oferecerá ao produtor, nas próximas décadas, uma facilidade para escoar sua produção, com um sistema sustentável de alta frequência”, afirma Marcelo Honório, CEO da Grão Brasil.
No campo de “MVP”, a agtech Brasil Agritest, que analisa características físico-químicas de grãos de soja para controlar a qualidade da produção, levou como prêmio uma mentoria do Instituto de Inovação Israelense. Esta entidade, uma nova parceira do Agrifutura, assinou um protocolo de intenções com a secretaria de agricultura para ações destinadas a impulsionar o desenvolvimento sustentável do agronegócio.
Na categoria “Tração e Escala”, que tem por objetivo impulsionar o crescimento de uma empresa, a finalista foi a fazenda Britchis Lichias Brasileiras, de Itaí (SP), onde há 113 hectares com 23 mil pés de lichia de produção, de sete diferentes variedades da fruta de origem chinesa. Na fazenda há 12 variedades. O prêmio foi uma viagem a Israel, onde a agtech fará uma imersão no ecossistema de inovação do país, hoje considerado um dos mais importantes pólos de evolução tecnológica.
“Israel é um dos países mais desenvolvidos em tecnologia para o agronegócio, então ter a possibilidade de poder conversar com eles e receber apoio para ampliar o leque de produtos da indústria da lichia será muito bom para nós, como empresa, mas também ótimo para a cadeia de valor da fruta, que pena hoje no Brasil”, afirma Ricardo Pinto, da fazenda Coatiara e um dos fundadores da agtech.
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