Transplante biológico entre plantas pode melhorar produtividade em 30%

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Embrapa/Divulgação

Cultivos como o da soja, uma das commodities mais importantes para o Brasil, podem ser mais produtivas

Um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em parceria com a Revbio, empresa de Paulínia (SP), que produz fertilizantes microbiológicos, mostrou que é possível transferir microrganismos das plantas de uma área biologicamente mais equilibrada para outras áreas colapsadas.

Ao que a pesquisa indica, este transplante biológico pode melhorar a produtividade das lavouras em até 30%. A Embrapa afirma que isso é possível através da alteração da microbiologia da rizosfera, a região do solo influenciada pelas raízes das plantas. Ou seja, a transposição ou inclusão de bactérias e fungos de uma área produtiva pode potencializar os resultados do produtor que possui solos agrícolas degradados.

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“A planta tratada apresenta outro comportamento metabólico, o vigor é elevado, as folhas ficam mais verdes, a área foliar é aumentada, refletindo em produtividade”, explica André May, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, unidade localizada em Jaguariúna (SP), e que coordenou o estudo.

O conceito foi testado em uma ampla variedade de culturas de interesse comercial — como milho, soja, feijão e cenoura — e respondeu com aumentos de produtividade em condições reais de cultivo entre 10% e 30%, inclusive com melhoria no desempenho da resistência a doenças e pragas de algumas lavouras, com redução de uso de defensivos agrícolas em algumas situações.

Para realizar a pesquisa, os pesquisadores da Embrapa selecionaram lavouras de alta produtividade, sem problemas fitossanitários, para serem doadoras de solo com carga microbiana positiva. Esse solo especial, então, foi adicionado a substratos organicamente preparados e acondicionados em sacos para o cultivo das plantas sadias.

Depois, os microrganismos foram extraídos das plantas doadoras saudáveis e estabilizados em um pó solúvel em água que pode ser aplicado por tratamento de sementes ou pulverização foliar, dependendo do tipo de cultura.

“A única diferença desse processo criado para os já existentes no mercado é que tratamos a vida com a própria vida, ou seja, utilizamos a força da natureza em benefício da agricultura”, explica May. “Tratamos soja com os microrganismos da soja e cenoura com os microrganismos da cenoura, e assim por diante.”

Com as diferenças microbianas, a nova técnica abre a possibilidade para a criação de diversos novos produtos para cada tipo de cultura. E é aí que a Revbio se encaixa. A empresa de fertilizantes microbiológicos e parceira do estudo tem a tecnologia licenciada para desenvolver o processo de produção e tornar o produto comercializável.

“O resultado tem se mostrado consistente e promissor. Nosso produto age como se fosse um colostro materno, rico em praticamente tudo do que a planta necessita para desenvolver seu sistema imunológico, gerando uma planta adulta mais saudável e produtiva”, afirma Pedro Carvalho, fundador da Revbio e engenheiro bioquímico graduado pela USP (Universidade de São Paulo).

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