Neste semana, a Bloomberg informou que a cantora de 34 anos que se tornou empresária – e bilionária – está trabalhando com Morgan Stanley e Goldman Sachs em uma oferta pública inicial de sua marca de lingerie, a Savage X Fenty. O IPO, que pode acontecer ainda este ano, pode levar a empresa de Rihanna a valer mais de US$ 3 bilhões.
Shannon Coyne, cofundadora da empresa de consultoria de produtos de consumo Bluestock Advisors, diz que a avaliação provavelmente decorre mais do poder de estrela de Rihanna do que de um histórico comprovado de vendas. Ela aponta para o fato de que a marca Savage X Fenty tem menos de cinco anos e apenas um punhado de lojas físicas em operação. “Neste momento, US$ 3 bilhões parece muito porque seus itens não são caros, então ela teria que fazer muito volume em lingerie, ou cerca de US$ 140 milhões em Ebitda.”
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Investimentos de US$ 125 milhões
A Savage X Fenty começou o ano anunciando uma nova rodada de financiamento de US$ 125 milhões liderada pela Neuberger Berman para apoiar suas primeiras butiques nos Estados Unidos e planos de expansão no exterior. Até o momento, a empresa com sede em El Segundo, Califórnia, levantou US$ 310 milhões em financiamento.
No ano passado, a cantora se juntou oficialmente à lista dos bilionários, com um patrimônio líquido, estimado pela Forbes, de US$ 1,7 bilhão. A maior parte de sua riqueza é proveniente de sua empresa de cosméticos, Fenty Beauty, avaliada em cerca de US$ 1,4 bilhão. Rihanna detém ainda uma participação estimada de 30% na marca de lingerie Savage X Fenty, que vale cerca de US$ 270 milhões.
Gary Young, CEO da Royalty Exchange, diz que é razoável supor que sua participação de 30% será transferida para 30% do capital da empresa se fizer IPO com uma avaliação de US$ 3 bilhões. Se for esse o caso, a participação de Rihanna na empresa valeria US$ 990 milhões.
Lingerie para empoderar
As copresidentes da Savage X Fenty, Natalie Guzman e Christiane Pendarvis, disseram à Forbes em janeiro que a empresa registrou uma taxa de crescimento composta de receita de 150% a cada ano desde seu lançamento, em 2018. Analistas dizem que a fama de Rihanna não é tudo o que está alimentando esse crescimento. “Claramente houve um pivô entre a indústria íntima, onde certos temas de empoderamento e inclusão estão gerando interesse”, diz Simeon Siegel, diretor administrativo da BMO Capital Markets. “Este mercado tem uma oportunidade atraente.”
Há muitos concorrentes no espaço de vestuário íntimo. Startups como ThirdLove, Parade e CUUP já se firmaram como líderes na categoria de sutiãs. E a SKIMS, empresa de shapewear cofundada por Kim Kardashian, arrecadou US$ 240 milhões em janeiro, atingindo uma avaliação de US$ 3,2 bilhões.
Enquanto isso, a Victoria’s Secret, que controla 40% da categoria de lingerie, está no meio de um rebranding para mudar a imagem das modelos angelicais e atender a mulheres reais. A empresa superou as expectativas de crescimento para o quarto trimestre de 2021, com alta de 3,6% ano a ano.
Coyne acrescenta que ir a público pode ser o que a marca Savage de Rihanna precisa para vencer a Victoria’s Secret – mas não será fácil. “Ela pode ocupar o primeiro lugar, mas precisará de muito volume para vender tanto e muita distribuição ”, diz Coyne. Um IPO pode acelerar seu varejo e continuar a consolidar seu lugar. “Com seus preços e branding, ela está criando uma marca inclusiva, é por isso que ela é conhecida”, continua Coyne. “Ninguém está fazendo isso tão bem, ainda que outras marcas estejam tentando.”
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