Como a agricultura regenerativa está ajudando a alimentar o mundo de forma diferente

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Produtor de macadâmia na Austrália usa a agricultura regenerativa para ganhar mercado

Votar com sua carteira para escolher os alimentos que vai consumir tornou-se uma maneira simples de forçar as grandes empresas agrícolas a ouvir o consumidor. Esse é um território totalmente novo para a humanidade. Com fontes vegetais e outras várias alternativas de alimentos possíveis pelo mundo, as pessoas estarão consumindo coisas muito diferentes em dez anos. 

O neozelandês Jim Richards usou muitos chapéus em sua carreira no setor de alimentos. Ele administrou uma fábrica de processamento e óleo de macadâmia na Austrália [uma das unidades da Jindilli Group]; comandou um projeto de verticalização da cadeia do amendoim em Papua Nova Guiné, construindo uma fábrica de manteiga de amendoim e ensinando aos moradores como cultivar, colher, descascar e armazenar o grão. Atualmente, ele é o CEO da Milkadamia,  empresa que atua no mercado de produtos à base de macadâmia na Austrália e nos EUA.  

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(Na Austrália, o produtor rural Trevor Roy e sua família investem na cadeia da macadâmia desde 2007, quando construíram uma fábrica. Hoje são cinco unidades de negócios:  cultivo, processamento, óleos, cuidados com a pele e bebidas. Para o mercado norte-americano, além da compra de produtores australianos, a marca também compra a castanha na África do Sul, com preferência por aquelas que começam a praticar a agricultura regenerativa.) Vale registrar que as fazendas australianas da Milkadamia são totalmente regenerativas e requerem pouca ou nenhuma irrigação, contando quase inteiramente com chuvas para o cultivo.

Jim é otimista em relação ao futuro agrícola porque o poder dos consumidores de mudar comportamentos no agronegócio está claramente presente. Com essa nova demanda do consumidor, surgem modelos econômicos muito diferentes também para os agricultores. 

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Jim Richards, CEO da Milkadamia, se diz otimista com o futuro da alimentação

Tudo isso vai mudar radicalmente os tipos de tecnologia utilizadas, mas também um rendimento muito maior gerado em áreas agrícolas verticalizadas e fundamentalmente menores. As máquinas encolherão significativamente, mas talvez o mais importante seja um aumento notável no número de pessoas que retornam a um estilo de vida mais próxima do ambiente agrícola e mais focadas no cultivo científico projetado para ser de natureza regenerativa. 

Se 20% das terras das áreas agrícolas fossem para o modelo regenerativo, novas emissões de carbono seriam zeradas. Nada, em todas as nossas escolhas, têm um efeito tão transformador. Os consumidores estão impulsionando a mudança na era digital porque estão usando suas carteiras para mudar a indústria de alimentos como nunca antes. 

A agricultura regenerativa é realmente mais barata do que os modelos de custo atuais porque tem um modelo diferente de multiculturas, ao mesmo tempo em que devolve os nutrientes à terra. Empresas como a General Mills já estão comprometendo mais de um milhão de acres (cerca de 40 milhões de hectares), nos EUA, com a agricultura regenerativa.

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Fazenda de produção de macadâmia do Jindilli Group, na Austrália

Está dado como certo que a mudança pode acontecer incrivelmente rápido em grandes negócios agrícolas. Nos EUA, isso foi visto na conversão do mercado de leite [natural] para o leite não-lácteo. A estimativa é de que os 30% do espaço de prateleira hoje ocupado pelos leites vegetais salte para 50% nos próximos cinco anos.

Jim também vê o crescimento do uso de algas para vários tipos de alimentos, incluindo aí não apenas as marinhas mas também as algas de lagoas e represas. Segundo o executivo, 60.000 tipos de alimentos comestíveis no planeta são ignorados. Os humanos se alimentam de pouco menos de 600 plantas globalmente. As escolhas serão impulsionadas pelas propensões do consumidor de pressionar os sistemas alimentares que estejam em sua influência, ao mesmo tempo em que está aberto a novas formas de alimentos. Para o executivo, o futuro de toda a agricultura é regenerativo.

*Michael Gale é colaborador da Forbes EUA, autor do best-seller (Wall Street Journal e Amazon) The Digital Helix, sobre o DNA de traços de transformação digital bem-sucedidos de 28% das corporações que prosperam na indústria de transformação digital de US$ 2 trilhões. Também é sócio fundador da Inc.digital e um dos 10 principais influenciadores globais de IA (Thinkers 360).

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