Um notebook gamer e 120 mil seguidores no TikTok. Foi com esse capital que Pedro Caxa tornou seu projeto, o game Camp Wars, famoso e viável. Em 2020, após decidir criar o jogo como forma de lidar com um período de depressão, Pedro postou o primeiro vídeo falando do projeto no TikTok. O conteúdo chegou a 1,5 milhão de visualizações em poucos dias. Já o segundo teve o dobro: 3 milhões, o que motivou uma vaquinha que arrecadou, à época, R$ 4,5 mil.
A repercussão e o dinheiro arrecadado foram os embriões para que o jogo recebesse, no final do ano passado, investimento do Itaú. “Assim nasceu Camp Wars, fruto de uma terapia e chamando a atenção de cinco investidores. Em pouco tempo, tínhamos recursos e uma equipe que o desenvolve até hoje. Estamos na fase do refino final. O jogo deveria ter sido lançado no ano passado, porém tivemos desafios para atualização e ajustes já que a demanda foi alta: mais de 100 mil pessoas tiveram contato com o game em um mês.”
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“Criar um game no Brasil é desafiador, desde a questão do dólar, considerando que precisamos de softwares e equipamentos, até o pagamento de profissionais. Isso fez com que nosso orçamento em reais fosse muito menor do que o necessário. Esse ano, o objetivo é tornar o Camp Wars forte no Brasil e Portugal. Por lá, estão 10% dos nossos fãs. Naturalmente que, após o lançamento, existe uma curva de melhoria que leva muito tempo”, explica Pedro.
O desenvolvedor ressalta que é mais comum empresas de jogos no Brasil ganharem dinheiro no mercado internacional do que com o nacional. “A Wildlife, que tornou-se um exemplo ao virar unicórnio, é a trigésima quarta maior empresas de games do mundo e seus jogos vendem muito mais lá fora. Tenho amigos cuja renda de seus jogos vêm 98% de outros países. Na verdade, estou fazendo o caminho inverso, de tentar aqui primeiro.”
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“Existe um Camp Wars antes e após a parceria com o Itaú, até hoje tenho dificuldades para acreditar que essa parceria aconteceu, quando o Itaú decidiu nos apoiar além de ajudar a turbinar o desenvolvimento do jogo, já que o orçamento estava curto, o banco também trouxe uma equipe incrível para trabalhar conosco, tanto da galera do próprio banco como da agência especializada, a Druid que trabalhou com eles na plataforma #IssoMudaOGame”, conclui Pedro.
Robson Harada, superintendente de Growth Marketing do banco explica que o fomento da indústria nacional de desenvolvimento de jogos é uma das premissas das ações recentes da marca no cenário. “Temos uma série de grandes estúdios produzindo games nacionais tão bons quanto aqueles que são feitos em outros lugares do mundo. Mas o que queremos, com a nossa marca e histórico de apoio a grandes causas, é dar voz e visibilidade para projetos como o do Pedro, que começou como um jogo de estudo e foi abraçado pela comunidade gamer e nas redes sociais, onde o Pedro é um fenômeno”, explica Harada.
Cenário gamer em ascensão
Em entrevista recente à Forbes Brasi, Rodrigo Terra, presidente da Abragames e cofundador da ARVORE Immersive Experiences, destacou o potencial da indústria brasileira de games. No ano passado, as exportações de jogos desenvolvidos aqui cresceram 600% representadas por um total de 140 empresas participantes do projeto Brazil Games. A iniciativa é da APEX e da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos). No total, a receita ultrapassou os R$ 10 bilhões (US$ 2 bilhões).
Terra explica que a iniciativa visa capacitar empresas para exportar produtos de forma segura e inserir empresários brasileiros no cenário internacional de produção de jogos. “O mercado de games tem natureza 100% exportadora, seu formato digital tem potencial para que os serviços e produtos sejam facilmente distribuídos. Através de nossas ações e da qualidade da mão de obra brasileira, os produtos e serviços de games do Brasil estão presentes em 95% dos países de todo o mundo”, diz Terra.
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