Mais de US$ 1,3 bilhão, esse é o montante que a chamada creator economy movimentou no ano passado, de acordo com a CB Insights. Esse valor ainda é baixo diante do potencial da chamada indústria da influência. Com mais tecnologia e startups especializadas, esse ecossistema vem se fortalecendo e evoluindo da simples ideia de um post pago na redes sociais de um influenciador, para a estruturação de modelos de negócios e receitas.
Nohoa Arcanjo, fundadora da startup Creators.llc, criada em 2017 para conectar criadores de conteúdo a empresas por meio de algoritmos, explica que a plataforma, atualmente, possui mais de 8 mil criadores registrados e cerca de 60 clientes, dentre eles marcas como Google, Amazon, Globoplay, Nubank, iFood, Xiaomi, TikTok, e agências como BETC, VMLY&R e AlmapBBDO. “Percebemos que a creator economy era o movimento emergente que está ditando o futuro do trabalho – onde pessoas buscam viver do compartilhamento de suas paixões”, explica.
Forbes Brasil – Qual foi a principal motivação para o surgimento da Creators.llc?
Nohoa Arcanjo – Nossa tese principal sempre esteve centrada no trabalho criativo flexível e independente – acreditamos que o talento precisa ser independente para fazer aquilo que ama e atingir a melhor performance. Nossa busca sempre foi uma solução que olhasse para as dores que as novas formas de trabalhar na indústria criativa geram. E em nossa jornada percebemos que a creator economy era o movimento emergente que está ditando o futuro do trabalho – onde pessoas buscam viver do compartilhamento de suas paixões.
FB – Vocês repensam a ideia do creator e adicionam um elemento forte de comunidade, qual a importância dessa conexão?
NA – O ecossistema de influência está sofrendo mudanças estruturais: antes linear, hierárquico e puramente comercial, a influência se volta hoje à comunidade, ao engajamento e é guiada pela verdade no conteúdo. Essa dinâmica impõe a necessidade de um maior esforço de diálogo e construção conjunta para a criação de ações que consigam suprir as demandas de todas as partes – dos criadores, seus públicos e das marcas que almejam permanecer relevantes.
FB – Um outro elemento de vocês é a tecnologia, o quanto essa mentalidade tech evoluiu no mundo da influência?
NA – De olho no potencial criativo do ecossistema de conteúdos digitais no país, a startup oferece facilidade e segurança de forma tecnológica para facilitar o match como: algoritmos de curadoria, contrato inteligente, shortlist automatizado e split de pagamentos via plataforma, inclusive já é possível montar squads em outras moedas como dólar e euro. Em 2022, o objetivo é continuar a expansão do produto no mesmo ritmo, visando um faturamento de R$ 24 milhões. Tais planos não dizem respeito somente à Creators, mas correspondem às expectativas de diversos criadores de conteúdo que estão cada vez mais investindo no engajamento de suas comunidades. São, portanto, consequências do grande potencial de um modelo de negócios que soube transpor a barreira entre o físico e o digital, humanizando nossas relações online no momento que mais necessitamos.
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FB – Há uma conversa muito forte sobre creator economy, o que muda neste novo contexto em que conectamos vendas, negócios e vários outros conceitos?
NA – A monetização dos creators, que engajam suas comunidades através de sua criatividade é um tema que muitas startups e grandes companhias estão prestando atenção. Hoje uma creator especializada em beauty que tem uma comunidade de 1 milhão de seguidores em algum canal, pode ter mais sucesso no lançamento de um produto de beleza desenvolvido por ela, do que uma gigante como L’Oréal ou Unilever. Chegamos num lugar onde marcar precisam ser creators para abrir conversas honestas com suas comunidades e creators estão virando marcas e lançando produtos.
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