Traders de café buscam pagamento antecipado em novos negócios com Rússia

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Nacho Doce/Reuters

Atualmente, a Rússia é o sexto maior importador de café no mundo

Os comerciantes de café estão buscando pagamento antecipado em qualquer novo acordo para vender grãos para a Rússia, já que as sanções ocidentais atingem o sistema financeiro do sexto maior importador do mundo.

Traders do Brasil, maior exportador mundial e fornecedor número 1 da Rússia, disseram que adicionaram o país a uma lista de destinos arriscados e sancionados que exigem pagamento antecipado, incluindo Síria, Líbano e Irã.

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“Muitas incertezas agora em termos de capacidade de pagamento, então novos negócios apenas com 100% de pagamento adiantado”, disse o corretor de café Thomas Raad, dono de uma trading que envia regularmente para destinos arriscados.

José Marcos Magalhães, presidente da cooperativa de café Minasul, disse que o pagamento antecipado será exigido em qualquer novo acordo para a Rússia, um cliente regular.

Ele acrescentou que a cooperativa também precisaria de garantias em relação ao transporte, já que as linhas de contêineres estão restringindo as viagens à Rússia desde a invasão da vizinha Ucrânia.

Raad disse que está atualmente negociando com um comprador russo, tendo enviado amostras de café para aprovação, mas ainda não discutiu o pagamento.

O Swift, o sistema internacional de mensagens bancárias usado para transferências de dinheiro, disse ontem (1) que estava aguardando instruções sobre quais bancos russos deveriam ser desconectados do sistema sob as sanções.

O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) disse que as mudanças no Swift certamente podem afetar as transações, mas a situação ainda não está clara.

A associação afirmou que a Rússia comprou 1,2 milhão de sacas de café brasileiro em 2021, avaliadas em US$ 177 milhões.

Raad disse que a criptomoeda pode ser uma opção de pagamento.

“Eu aceitaria criptomoedas porque estou familiarizado com isso, mas muitos exportadores não”, disse ele.

Para que isso funcione, disse Raad, o importador russo precisaria de acesso a um corretor de criptomoedas que pudesse concluir as duas partes do pagamento, de preferência usando o USD Coin, uma moeda digital atrelada ao dólar americano.

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