A Petrobras teve lucro líquido recorde de R$ 106,7 bilhões em 2021, ante R$ 7,1 bilhões no ano anterior, principalmente devido ao avanço de 77% do preço do barril do petróleo no período e valores mais altos dos combustíveis.
Paralelamente ao resultado, a companhia informou ontem (23) o pagamento de dividendos recordes de R$ 101,4 bilhões referentes ao exercício de 2021.
Contribuíram com o lucro maiores volumes de venda no mercado interno e melhores margens de derivados, com impulso da “retomada econômica após o auge da pandemia da Covid‐19 em 2020”, segundo a empresa.
A petroleira, que foi beneficiada também por maior comercialização de gás e energia elétrica, registrou recebimentos pela venda de ativos superior a R$ 25 bilhões em 2021.
O Ebitda ajustado somou R$ 234,58 bilhões, alta de 64% ante o ano anterior.
No quarto trimestre, a empresa teve um lucro líquido de R$ 31,5 bilhões, contra resultado trimestral recorde de R$ 59,9 bilhões no mesmo período de 2020, quando houve uma importante reversão de baixa contábil.
Em nota, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que os resultados do quarto trimestre foram consistentes e mostraram “que uma empresa saudável e comprometida com a sociedade é capaz de crescer, investir, gerar empregos, pagar tributos e retornar dinheiro aos seus acionistas, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento do país.”
O conselho da Petrobras aprovou dividendos complementares de R$ 37,3 bilhões ontem, somando um total de R$ 101,4 bilhões relativos ao exercício de 2021.
“Nada disso seria possível para uma empresa endividada sem capacidade de gerar valor. Estes resultados demonstram que a qualidade do nosso trabalho se traduz de maneira inequívoca em riqueza para a sociedade”, disse Luna no relatório financeiro.
O pagamento recorde de dividendos foi possível após a companhia ter batido antecipadamente sua meta de dívida bruta de US$ 60 bilhões no terceiro trimestre, prevista originalmente para 2022.
No fim de 2021, a dívida bruta alcançou US$ 58,7 bilhões, queda de 1% ante o trimestre anterior, principalmente em função de pré‐pagamentos e amortizações de dívidas. Em 2021, a redução foi de 22%.
A estatal informou ainda que recolheu em 2021 o total de R$ 202,9 bilhões em tributos e participações governamentais, versus R$ 128,7 bilhões em 2020.
A receita líquida cresceu 66% no ano passado em relação a 2020, para R$ 452,7 bilhões, devido à alta de 77% do preço do Brent em reais e ao aumento da demanda no mercado interno.
A empresa destacou ainda o aumento nas vendas de gás natural e energia elétrica, tendo em vista o aumento do despacho termelétrico em 2021 e a recuperação da demanda do segmento industrial.
Resultado trimestral
O lucro líquido no quarto trimestre ficou semelhante aos R$ 31,1 bilhões registrados no trimestre anterior.
A empresa pontuou que no quarto trimestre houve menor reversão de impairment e maiores gastos com importação e participações governamentais.
“Por outro lado, tivemos maiores preços de venda, menor desvalorização cambial e ganhos com alienação de ativos”, disse a empresa.
O resultado trimestral também foi beneficiado por itens não recorrentes, devido a ganho com vendas de ativos e com o recebimento pelo acordo de coparticipação referente ao excedente da Cessão Onerosa do campo de Búzios, dentre outros fatores, disse a companhia.
No total, a empresa recebeu R$ 10,44 bilhões pela venda de ativos no quarto trimestre, somando R$ 25,49 bilhões no ano.
Ao excluir os efeitos não recorrentes, o lucro líquido trimestral teria sido de R$ 23,8 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou R$ 62,9 bilhões entre outubro e dezembro, alta de 33,8% na comparação anual.
A receita de vendas subiu 10% no quarto trimestre em relação ao período entre julho e setembro, também em função da valorização de 16% do Brent no período e de fatores de conversão cambial.
“Estes fatores foram parcialmente compensados pelo menor volume de exportação de petróleo e de vendas de derivados no mercado interno, com destaque para o diesel e GLP, devido à sazonalidade do consumo destes produtos”, disse a empresa.
As vendas de gasolina tiveram efeito inverso, com maiores volumes devido à sazonalidade do produto e ganho de participação de mercado sobre o etanol pela competitividade em preços para o consumidor, que favoreceu a opção do consumidor pelo combustível fóssil em todos os Estados do Brasil.
Houve ainda queda nas receitas com energia elétrica, tendo em vista o menor despacho termelétrico com a melhora nas condições hidrológicas no quarto trimestre.
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