Minerva vê lucro do 4º tri subir a R$ 150,3 milhões; Athena e vendas para os EUA impulsionam

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A Minerva Foods reportou ontem lucro líquido de R$ 150,3 milhões para o quarto trimestre de 2021, alta de 31,7% no comparativo anual, em meio a avanços da Athena Foods e de exportações, principalmente para os EUA que aumentaram participação nas compras durante embargo da China.

A maior companhia exportadora de carne bovina da América do Sul registrou recorde de R$ 735,3 milhões no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do quarto trimestre, com elevação de 19,2% no ano a ano.

A receita líquida do período somou R$ 7,5 bilhões, avanço de 31,6% impulsionado pelo faturamento de exportações e efeitos sazonais das vendas domésticas de fim de ano.

A receita bruta da divisão Athena Foods, que compreende as operações das unidades no Paraguai, Argentina, Uruguai, e Colômbia, atingiu R$ 4,12 bilhões, forte crescimento de 70,4% no ano a ano.

Com o mercado brasileiro ainda com custo elevado de oferta de matéria-prima e consumo interno afetado pela pandemia, a Athena Foods teve aumento de 7,2% nos abates da Minerva no quarto trimestre, para 507,4 mil cabeças. A unidade do Brasil ficou praticamente estável com 383,6 mil cabeças abatidas.

O CEO da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, disse a jornalistas que o cenário atual é positivo, diante da tendência de maior disponibilidade de gado no Brasil neste ano e no próximo, somada à ampla demanda internacional e preços atrativos para a carne em dólar.

“A China (após o fim do embargo) vem liderando movimentos de compra importantes. Você tem sim mais demanda no mercado, em um momento em que a Austrália segue mais restrita (em oferta) e a Europa também tem restrições”, disse ele em videoconferência.

Com isso, ele acredita que a América do Sul segue ocupando mais espaço no mercado externo, enquanto o consumo interno ainda sente impactos econômicos.

O CFO da companhia, Edison Ticle, acrescentou que as cotações em dólar da proteína bovina avançaram, “então as margens devem estar até melhores do que no quarto tri do ano passado”.

No acumulado de 2021, a Ásia representou 52% das exportações da divisão Brasil da Minerva, queda de um ponto percentual ante 2020. Já a participação do Nafta cresceu de 5% para 16%, puxada pelo aumento de embarques para os Estados Unidos, que, segundo Galletti, se tornou um mercado extremamente importante para a empresa.

“Sim, é um mercado que se consolidou como importantíssimo… temos uma carne com teor de gordura menor, portanto ela é fundamental para a indústria americana para fazer os blends, eles têm uma carne mais gordurosa”, explicou Galletti.

Ele disse que durante o período em que o Brasil ficou impedido de embarcar para a China –por um embargo devido a dois casos atípicos da doença “vaca louca” que foi de setembro a dezembro de 2021– os Estados Unidos chegaram a representar 30% da exportação da companhia, no quarto trimestre.

“E a boa notícia é que mesmo com a volta da China, não estamos vendo as exportações para os EUA arrefecendo”, afirmou Ticle.

Após uma habilitação concedida em janeiro, a Minerva passou a somar sete unidades brasileiras habilitadas pelos EUA. O país já é terceiro maior comprador de carne bovina do Brasil, atrás da China e Hong Kong, segundo dados da indústria.

DIVIDENDOS

Neste cenário, a Minerva propôs o pagamento de dividendos complementares no montante de 200 milhões de reais, ou cerca de R$ 0,34 por ação. Desse modo, totalizando R$ 400 milhões distribuídos como proventos referentes ao exercício fiscal de 2021, alcançando assim um payout de 67% do lucro líquido do ano e um ‘dividend yield’ de aproximadamente 6,5%.

Sobre os estudos de migração da base acionária para fora do Brasil, os executivos disseram que não há um prazo definido, mas a análise deve levar de três a seis meses para ser concluída. A bolsa norte-americana Nasdaq é uma das cotadas, disse uma fonte à Reuters em janeiro.

 

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