O Ibovespa opera em alta de 0,72% na abertura do pregão de hoje (23), a 113.703 pontos, às 10h35, horário de Brasília. O índice acompanha o tom otimista dos mercados internacionais, embora os dados macroeconômicos domésticos limitem os ganhos nesta manhã.
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) subiu 0,99% em fevereiro, de uma taxa de 0,58% em janeiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse é o maior nível para o mês em seis anos, impulsionado pela aceleração dos custos no setor de educação
Com isso, no acumulado de 12 meses, o índice subiu 10,76%. Essa taxa é mais do que o dobro do teto da meta de inflação para 2022: 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Enquanto isso, as tensões na fronteira da Ucrânia continuam pautando os mercados. Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a primeira onda de sanções contra a Rússia, apesar de ter ressaltado que espera que a diplomacia ainda esteja disponível.
“Embora essas medidas possam representar o início de uma resposta, a gente ainda pode ver medidas mais severas pela frente. O que foi anunciado até o momento deve ter um impacto reduzido na economia russa”, avalia Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora.
Em termos de investimento global, o Brasil pode ser beneficiado pelas sanções à Rússia, ao ser visto como um substituto. Analistas lembram que o conflito atinge países que são considerados importantes produtores de commodities como insumos agrícolas, grãos e minérios, assim como o Brasil.
O dólar opera em queda de 0,86%, sendo negociado a R$ 5,0075 na venda, devido à manutenção de fluxos para o mercado doméstico, que oferece juros atrativos.
Na Ásia, o mercado acionário chinês fechou em alta, impulsionado pelos papéis de tecnologia e energia, após o aumento de compras líquidas por investidores do exterior. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Shangai e Shenzhen, subiu 1,07%.
Sobre o posicionamento chinês em relação às tensões na Ucrânia, Hua Chunying, representante do ministério de Relações Exteriores do país, afirmou hoje que o governo chinês “acredita que sanções nunca foram uma maneira efetiva de resolver problemas”.
O mercado acionário japonês permaneceu fechado por conta do aniversário do Imperador Naruhito.
O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,60%; o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,12%; enquanto o Shangai, na China continental, avançou 0,93%.
Na Europa, os principais índices operam em alta. Andreas Billmeier, economista da Western Asset Management, afirma que esse movimento se deve ao “alívio” sentido pelos mercados de que as sanções impostas à Rússia, a princípio, não desestabilizariam a economia global.
Já sobre os próximos passos do BCE (Banco Central Europeu), Robert Holzmann, presidente do banco central da Áustria, indicou que a autoridade monetária pode começar a elevar os juros antes de encerrar seu programa de compra de títulos.
Com a inflação em máximas recordes nos últimos meses, o BCE recuou recentemente em uma promessa de não elevar os juros este ano, mas tem mantido há tempos que o fim das compras de títulos virá primeiro, antes de qualquer aumento das taxas.
“Mas também seria possível dar um primeiro passo sobre os juros no verão [do Hemisfério Norte] antes do fim das compras e um segundo no fim do ano. Eu seria a favor disso”, disse o presidente em declarações publicadas hoje.
Por volta das 10h35, o Stoxx 600 ganhava 0,93%; na Alemanha, o DAX subia 1,08%; na França, o CAC 40 operava em alta de 1,40%; na Itália, o FTSE MIB ganhava 1,03%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 avançava 0,67%.
No cenário das commodities, os contratos futuros de minério de ferro em Dalian fecharam em baixa. As preocupações com o ambiente regulatório da China ditaram os ânimos hoje, após as autoridades chinesas afirmarem que impedirão uma “acumulação excessiva” de minério de ferro. (Com Reuters)
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