A definição de inovação aponta para aquilo que está relacionado a construção, renovação, novidade. Inovar pode parecer algo simples à primeira vista. No entanto, em um contexto de constante mudança e acelerada transformação, para inovar na prática é preciso buscar novas formas de olhar para o mundo que ajudem a trazer novas respostas, permitindo o avanço do conhecimento humano para resolver os grandes problemas e desafios de empresas, pessoas e da nossa sociedade.
Os desafios não são menores na América Latina. A boa notícia é que as pessoas confiam e esperam que nós, líderes empresariais e governos, tomemos as rédeas da inovação. Em cada 10 consumidores no Brasil, 9 acreditam no poder da ciência & tecnologia para resolver grandes desafios, de acordo com a pesquisa do Institute for Business Value da IBM.
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A maioria dos entrevistados confia que as tecnologias emergentes como a robótica, IA, nuvem hibrida, 5G e tecnologias semicondutoras serão a chave para novas descobertas e soluções. No entanto, acredito que por mais que a tecnologia seja importante, ela será ainda mais quando aliada ao talento dos profissionais da região, em cada setor, por todo o ecossistema de inovação. Somos nós humanos que damos vida à tecnologia e devemos ser responsáveis, éticos e transparentes em seu desenvolvimento e uso. Sem o nosso input, ação e olhar atento, vivemos sob o risco de cairmos em más práticas que só aprofundarão a desigualdade econômica e social na contramão da inovação.
Então, nossa missão é criar soluções inovadoras nas quais seres humanos e tecnologia possam se encontrar. Aqui estão algumas áreas em que a colaboração aberta entre empresas, academia, startups e governos pode fazer a diferença.
Com o apoio da tecnologia, descobertas que levariam 10 anos podem ser
alcançadas muito mais rapidamente, trazendo uma contribuição efetiva. O pensamento científico está disponível para todos, não apenas nos laboratórios. A aplicação desse método em conjunto com tecnologias como IA, computação de alto desempenho e computação quântica pode alterar exponencialmente a velocidade e a escala das soluções. Hoje muitas tecnologias estão ao alcance, por meio da nuvem, o que permite que qualquer criador em qualquer cidade do Brasil, por exemplo, trabalhe conectado com profissionais de todo o mundo para acelerar seu processo de descoberta de novas soluções.
Novos competências: cultura e conhecimento como ingredientes para a inovação
Profissionais curiosos, que conhecem sua missão, têm clareza sobre a estratégia e trabalham em equipe são capazes de contribuir significativamente para as mudanças que resultam em avanços e melhorias. Esses comportamentos devem ser promovidos por uma cultura de colaboração, na qual as equipes sintam que têm espaço para questionar e propor. Além disso, a maioria dos funcionários diz que a pandemia os obrigou a aprender novas formas de trabalho e tecnologias, e sabem que precisam continuar aprendendo. Ampliar as competências em diversas áreas, não apenas em tecnologia e metodologia, mas também em ética em IA, desenvolvimento de pensamento científico e colaboração, será fundamental para conectar tecnologia e humanos.
Novos ecossistemas: inovação aberta e colaborativa
Os desafios são urgentes e, para enfrentá-los, precisamos de descoberta mais rápida, colaboração aberta e capacidade de levar o conhecimento a novas fronteiras. Por isso, é preciso considerar as comunidades abertas e trabalhar de maneira integrada com o ecossistema para que interesses e expectativas estejam alinhados na construção de um caminho que seja valorizado por todos. O talento está em toda parte, nas empresas, na academia, nas startups e em todos os lugares da cadeia de inovação local.
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Como líderes, precisamos reforçar uma cultura de co-criação e aproveitar o potencial de cada profissional da organização para que sejam eles que ultrapassem as fronteiras do conhecimento e desenvolvam soluções para os problemas mais urgentes, apoiados em tecnologias exponenciais e todo o ecossistema. Para isso, é fundamental criar um ambiente certo: as organizações precisam ser transparentes com seus funcionários e compartilhar dados para co-criar junto com eles. Isso ajuda a aumentar o envolvimento, fortalece a cultura da empresa e, mais importante, ajuda a construir um sentimento de pertencimento. Em resumo, é preciso colocar as pessoas no centro, pois melhorias e mudanças são feitas com elas e por elas.
Tonny Martins é gerente geral da IBM na América Latina. O executivo começou sua carreira como estagiário na empresa há 29 anos e ocupou diversas posições de liderança nos segmentos de Serviços, Soluções e Consultoria de Negócios.
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