Morreu na madrugada de hoje (15) o jornalista, escritor e cineasta Arnaldo Jabor, aos 81 anos. O carioca estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após ter sofrido um AVC e faleceu em decorrência de complicações do episódio.
Jabor trilhou uma carreira como cineasta durante o movimento do Cinema Novo, um dos mais importantes da indústria cinematográfica brasileira e responsável por retratar a realidade do país de forma não idealizada, a partir da década de 1960. Sua primeira produção foi o documentário “Opinião Pública”, de 1967, uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.
Entre seus sucessos de crítica e público, estão os longas “Toda Nudez Será Castigada” (1973), adaptado da peça homônima de Nelson Rodrigues; “O Casamento” (1975), último filme da atriz Adriana Prieto e que rendeu a Camila Amado o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante; “Com Tudo Bem” (1978), vencedor do prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília, com atuações de Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro; “Eu Te Amo” (1980), que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, e “Eu Sei que Vou Te Amar” (1986), indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, com Thales Pan Chacon e Fernanda Torres, que aos 20 anos levou o prêmio de melhor atriz no festival francês.
Nos anos 1990, Jabor passou a colaborar com jornais, telejornais e programas de rádio e TV nos quais se popularizou nacionalmente com comentários irônicos e ácidos da atualidade brasileira. Sua estreia foi como colunista do jornal “O Globo” em 1995, seguido de trabalhos como comentarista para a Rede Globo – no “Jornal Nacional”, “Jornal da Globo”, “Bom Dia Brasil”, “Jornal Hoje”, “Fantástico” – e da Rádio CBN. Até 2003, participou do programa “Manhattan Connection”, da GNT. Foi colunista do jornal “O Estado de S.Paulo” e colaborou com reportagens para a “Folha de S. Paulo” e o jornal gaúcho “Zero Hora”.
O cineasta também publicou oito livros, como “Os canibais estão na sala de jantar”, “Amor É prosa, Sexo É poesia”, “Pornopolítica” e seu último, “O Malabarista”, de 2014. Arnaldo Jabor deixa três filhos e uma neta.
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