A casa de leilões Sotheby’s vendeu um raro diamante negro de 555,5 quilates – que se acredita ter vindo do espaço – pelo astronômico valor de US$ 4,28 milhões em um leilão em Londres na última terça-feira (8). A oferta foi fechada em 3,2 milhões de libras, sem contar a taxa ao comprador.
“O Enigma”, como é conhecido, é o maior diamante lapidado do mundo a ser leiloado, de acordo com o Guinness World Records, com 55 facetas. Ele pesa mais que o “Great Star of Africa” (530,2 quilates) e o “Golden Jubilee” (545,67 quilates). Raros, os diamantes negros são considerados de origem extraterrestre, porque eles contêm pequenas quantidades de nitrogênio e hidrogênio e podem chegar a 2 bilhões de anos de idade.
“O tamanho, forma e origem do Enigma é que o fazem inovador e fantástico”, diz Tobias Kormind, cofundador e diretor administrativo da joalheria europeia online 77 Diamonds. “Além de ser o maior diamante lapidado do mundo, o Enigma é notavelmente especial por várias outras razões”.
Tradicionalmente, diamantes são precificados pela claridade e ausência de cor. Diamantes negros não são comumente usados em joias e são principalmente usados para perfurações industriais. Mas, nos últimos anos, muitos diamantes negros naturais como o “Black Orlov” (67,5 quilates), o “Amsterdam Diamond” (33,74 quilates) e agora o Enigma têm feito deles uma mercadoria valorizada.
A origem dessas pedras acrescenta fascínio ao Enigma, que joalheiros e geólogos têm chamado de mistério interestelar não resolvido. Enquanto a maioria dos diamantes são escavados de rochas ígneas formadas das profundezas da Terra, diamantes negros são encontrados em depósitos sedimentares que ficam mais perto ou na crosta terrestre. Isso sugere que diamantes negros podem ter vindo do espaço e alguns acreditam que eles tenham sido formados por impactos de meteoros ou por explosões de supernovas.
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A elegante finalização e a lapidação do Enigma deram impulso ao preço final do leilão. O Enigma bruto teria sido comprado no fim dos anos 1990 e pesaria mais de 800 quilates em sua forma natural. Foram mais de três anos para esculpi-lo na forma atual. De acordo com a Sotheby’s, apesar de seu peso assombroso, o Enigma é raro por ter apenas 55 facetas e “um grau tão alto de refinamento que é quase inconcebível”.
Kormind diz que enquanto a maioria dos diamantes é esculpida em uma de dez formas mais populares, o Enigma se assemelha a uma mão, uma outra raridade na indústria de joias. Sua forma é uma referência ao símbolo do Oriente Médio que lembra a palma da mão, a hamsá, um símbolo de proteção e uma arma de defesa contra o olho gordo; ele também representa bençãos, poder e força, segundo a Sotheby’s.
Apesar de o lance final para a compra do Enigma não ter sido um recorde, Kormind diz: “O que não se pode negar é que o Enigma é um diamante de atributos inigualáveis com que pode se gabar”. Ele acrescenta, “imagine revelar aos seus convidados que você é dono do maior diamante lapidado do mundo”.
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