As autorizações recentes dadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para o iFood e a Speedbird realizarem entregas de delivery via drones abrem um novo caminho para o desenvolvimento do ecossistema das aeronaves não tripuladas no Brasil. Os testes já estão sendo feitos há mais de dois anos e os aprendizados tirados dessas dinâmicas contribuem para a definição de regras e criação de protocolos de segurança.
Manoel Coelho, CEO da Speedbird, explica que o Brasil torna o delivery por drones como algo cada vez mais essencial, sobretudo pelos gargalos na logística e os desafios impostos pela extensão territorial. “Ainda temos uma concentração no modal rodoviário que sofre muitas variáveis como acidentes e congestionamentos, o que resulta em perdas e aumento de custos. Quando falamos em helicópteros, mesmo em São Paulo, ainda há um número restrito e é uma opção cara. No longo prazo, os drones ajudam em escala e na oferta de novas alternativas.”
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“Estamos evoluindo não só em tecnologias, mas também em aprendizados e parâmetros. As experiências em países como Israel, e mesmo os testes que realizamos no Brasil, nos fornecem parâmetros e critérios técnicos de segurança. Isso é importante por que os drones dividem o espaço aéreo com outras aeronaves, o que torna ainda mais necessário reduzir todos os riscos possíveis. Essa coexistência determina o sucesso da tecnologia.” Atualmente, não é só a entrega por drone que movimenta esse mercado, o agronegócio já utiliza drones para pulverização há algum tempo. Neste caso, a diversidade de finalidades faz com que o valor de um drone seja relativo, inclusive por variação de modelo e sofisticação.
Veja como funciona a estratégia de um delivery por drone:
Drone as a service
Juliana Saad, diretora de relações com o cliente da Speedbird, explica que não basta apenas o drone como tecnologia essencial, é fundamental ter um sistema de inteligência integrado. “No nosso caso, desenvolvemos um software que realiza a gestão das frotas, monitora manutenção e ainda define processos.”
Definição de rotas
“Para a definição da rota, não basta apenas o mapeamento, mas é necessária a aprovação. E essa definição tem que ser estratégica para quem está fazendo a entrega, mas, sobretudo, deve estar totalmente conectada a questões de condições de navegação e segurança”, explica Juliana.
Construção das “avenidas aéreas”
Outra etapa importante é a construção de “avenidas aéreas”, segundo Juliana. “São, literalmente, os corredores pelos quais o drone vai trafegar do ponto A para o B em sua rota. E depois da aprovação desse trajeto, ele não pode ser alterado em nenhuma hipótese.” Além disso, o operador não tem qualquer interferência neste processo e apenas possui três comandos que são inspirados no protocolo da Nasa: pausar, abortar ou ejetar paraquedas e finalizar a operação. Situações, que segundo a executiva, são difíceis de acontecer, mas que compõem os protocolos de segurança.
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Drone port
Por fim, além da base operacional da própria empresa, é necessário definir os drone ports, locais de onde os drones decolam e aterrissam. “Geralmente, essa estrutura tem 4 metros x 4 metros e todo o suporte de tecnologia necessário. Pode estar estar instalada em um shopping ou condomínio, por exemplo. Também é importante uma área de isolamento com alambrado por questões de segurança, geralmente ela possui três metros.”
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