Os países membros da OIC (Organização Internacional do Café), principal órgão intergovernamental que trata das questões globais do produto agrícola, elegeram hoje (10) a cafeicultora brasileira Vanusia Nogueira como a nova diretora-executiva, a primeira mulher a liderar a entidade.
A mudança na Organização Internacional do Café acontece à medida que aumenta a pressão na indústria global de café, bem como em outros setores de processamento de alimentos, como o cacau, por um ambiente mais sustentável e justo, principalmente no que diz respeito aos agricultores.
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Os cafeicultores de todo o mundo vêm sofrendo pressão nos últimos anos devido ao retorno financeiro insuficiente da atividade, o que tem causado o abandono de fazendas em lugares como a América Central, aumentando os fluxos de imigração ilegal para os Estados Unidos.
Mas os preços subiram para um pico de 10 anos nas últimas semanas, depois que o clima severo prejudicou a produção no maior produtor do Brasil no ano passado.
Nogueira substituirá outro brasileiro, José Sette, que estava à frente da organização desde 2017.
Ela disse em um comunicado que está ciente dos desafios que o setor enfrenta.
“Vamos buscar a coordenação setorial para trabalhar em questões prioritárias como renda próspera e bem-estar para cobrir custos e possibilitar uma vida digna aos produtores”, disse ela.
A nova líder afirmou que espera trabalhar para ampliar a transparência do mercado, propor e implementar políticas globais de financiamento, com foco na produção e fornecimento sustentáveis, bem como no consumo responsável.
Nogueira vem de uma família tradicional produtora de café no Brasil e já dirigiu a associação de cafés especiais do país. Ela também esteve entre os organizadores do Fórum Mundial de Produtores de Café (WCPF), sem fins lucrativos.
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