DIs seguem marcha de alta e taxas a termo apontam Selic média de 12,8% no começo de 2023

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Regis Duvignau/Reuters

A curva de DI embutia 109 pontos-base de alta do juro básico em março, um pouco acima dos 105 pontos-base da véspera

As taxas dos contratos de DI negociados na B3 voltavam a subir hoje (9), sobretudo na “barriga” da curva, refletindo mais ajustes do mercado à possibilidade de a Selic terminal ficar mais alta e no pico do ciclo por mais tempo.

Mais cedo, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou que a atuação da autarquia para debelar a inflação tem sido bastante incisiva, destacando que o índice de preços segue em dois dígitos e, por isso, “a batalha está longe de estar ganha” e exige “bastante trabalho pela frente”.

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A curva de DI embutia 109 pontos-base de alta do juro básico em março, um pouco acima dos 105 pontos-base da véspera. A precificação para maio aumentava de 65 pontos-base de elevação para 67 pontos-base.

Esses trechos são de curtíssimo prazo. A correção maior, contudo, ocorria nos contratos de vencimentos mais dilatados.

O DI outubro 2022 saltava 8,5 pontos-base, depois de ganhar 14,5 pontos-base na véspera. O DI janeiro 2023 –que reflete apostas para as movimentações da Selic ao longo do ano de 2022– subia 11 pontos-base, a 12,225% ao ano, após disparar 16,5 pontos-base na quarta-feira, repercutindo a ata do Copom, considerada “hawkish” (inclinada a aperto monetário).

O DI janeiro 2024 tinha alta de 13,5 pontos-base, após salto de 18 pontos-base na véspera.

As taxas a termo de juros futuros (FRAs, na sigla em inglês) também revelavam um mercado que vê chances de juros mais altos por mais tempo.

O FRA entre janeiro e fevereiro de 2023 apontava CDI médio de 12,72% ao ano (o que daria uma Selic média no período de 12,82%), quase 1 ponto percentual acima do visto em 3 de fevereiro, no pregão seguinte à sinalização do Bacen no comunicado do Copom divulgado na noite anterior –que, diferentemente da ata, foi considerado “dovish” (menos inclinado a restrição monetária).

O movimento no mercado de juros nesta quarta-feira ocorria com investidores analisando o IPCA de janeiro, que, como esperado, mostrou desaceleração, mas ainda assim marcou a maior taxa para o mês desde 2016, evidência das pressões inflacionárias em curso.

Também nesta quarta, operadores receberam números revelando queda menor que a esperada nas vendas no varejo brasileiro em dezembro, o que pode ter enfraquecido eventual demanda por venda de taxa de juro no mercado, abrindo espaço para as altas dos DIs.

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