Seguindo o ritmo de 2021, ano que registrou recorde de investimentos em startups no Brasil, com um total de US$ 9,4 bilhões em aportes, o início de 2022 dá sinais de que os próximos meses também devem ser aquecidos para o ecossistema de inovação. Somente em janeiro, vários aportes movimentaram o cenário, alguns deles de grande destaque.
Em entrevista recente à Forbes Brasil, Alex Szapiro, head do SoftBank no Brasil, destacou as perspectivas promissoras para 2022, ainda sob o efeito do ano passado. “Todo esse contexto, impulsionado também pela mudança no comportamento, fez com que muita gente empreendesse e outros acelerassem soluções e tecnologias que tinham correlação com essas novas dinâmicas de consumo. Também tem um outro movimento, de novas tecnologias, que afetam ao ecossistema. Sobretudo na América Latina, começamos a enxergar negócios e soluções suportados por tecnologias como blockchain, criptomoedas, Web3 e outros conceitos que fazem com que alguns segmentos ganhem novas dinâmicas, entre eles, principalmente o financeiro.”
Creditas e Gupy em destaque
Nesta segunda-feira, (31), a Gupy, startup de tecnologia para RH, anunciou um aporte de R$ 500 milhões em rodada liderada pelos fundos SoftBank Latin America e Riverwood, com a participação da Endeavor Catalyst e acompanhada pelos atuais investidores Oria Capital e Maya Capital. O investimento de meio bilhão é o maior já recebido por uma plataforma de RH na América Latina e um dos maiores já feitos em uma startup brasileira fundada por mulheres. No ano passado, a Gupy já havia recebido R$ 40 milhões e, no final do ano, comprou a Niduu, startup de educação corporativa.
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Na semana passada, doze meses após ter se tornado unicórnio, a Creditas, startup especializada em crédito com garantia, recebeu um aporte de US$ 260 milhões e passou a valer US$ 4,8 bilhões. Desde que iniciou suas operações, há dez anos, a empresa já levantou US$ 829 milhões. A última rodada foi acompanhada por Fidelity Management, Actyus e Greentrail. QED Investors, SoftBank e Kaszek Ventures, antigos investidores da empresa, também participaram.
Fintechs na liderança dos investimentos
A fintech catarinense Credoro também protagonizou aporte em janeiro que resultou em uma fusão com a paulistana Cobre Fácil. O aporte de R$ 50 milhões da americana Feba Capital possibilitou essa junção. A holding já havia investido anteriormente nas duas startups. Ainda no grupo das fintechs, a Movile, holding do iFood, investiu R$ 93 milhões na a55, plataforma que viabiliza crédito para empresas de tecnologia.
No ano passado, o segmento que mais atraiu investimentos foi o de fintechs, captando US$ 3,7 bilhões em 2021 em 176 rodadas, seguido pelas retailtechs (com US$ 1,3 bilhão aportados em 87 transações) e pelas real estate (US$ 1, 07 bilhão em 32 rodadas). Também se destacaram as startups de saúde, que levantaram US$ 530 milhões ao longo de 69 negociações, e as de mobilidade, que receberam US$ 411 milhões em 20 transações.
Marketplace e e-commerce também em alta
Outro segmento que recebeu destaque foi o de marketplace e e-commerce. A Tul, e-commerce colombiano voltado para pequenos lojistas da construção civil, recebeu aporte de US$ 181 milhões e formalizou sua entrada no Brasil. A plataforma vai ampliar suas operações no México. Também atuante no comércio eletrônico, focada em mercadorias para pequenos negócios, a Inventa recebeu investimento de R$ 115 milhões em uma rodada liderada pelos fundos Monashees e Andreessen Horowitz.
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Agronegócios e proptechs chamam atenção
A agrotech Agrolend, startup especializada em financiamento rural, recebeu um aporte de R$ 80 milhões em uma rodada liderada por Valor Capital que também teve Continental Grain, SP Ventures, Barn e Provence Capital. O objetivo da empresa é chegar a uma carteira de R$ 1 bilhão em até dois anos. A Tabas, proptech que reforma apartamentos bem localizados em São Paulo e Rio de Janeiro, captou R$ 80 milhões para iniciar plano de expansão.
Nasce uma dupla de bilionários brasileiros
Com pouco mais de 20 anos, os brasileiros fundadores da Brex se tornaram, em janeiro, os novos bilionários brasileiros do ano, graças a uma rodada de financiamento anunciada que quase dobrou o valor de avaliação da fintech, fundada há cinco anos. Na terça-feira (11), a Brex levantou US$ 300 milhões em uma rodada de financiamento liderada pelas empresas de investimento Greenoaks Capital e TCV (Technology Crossover Ventures), o que lhe garantiu uma avaliação de mercado de US$ 12,3 bilhões – um salto considerável em relação aos US$ 7,4 bilhões de nove meses atrás.
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