A Cemig marcou para 11 de fevereiro a abertura de propostas de fornecedores para a construção de cerca de 250 megawatts-pico (MWp) em projetos solares, com a estatal mineira avançando em empreendimentos fotovoltaicos maiores em sua estratégia de retomar crescimento orgânico no setor de geração de energia renovável.
À Reuters, o diretor de geração e transmissão da elétrica, Thadeu Carneiro da Silva, disse que a licitação aberta pela companhia prevê a contratação de empresas EPCistas, responsáveis pela obra e equipamentos, para três empreendimentos solares: Boa Esperança (80 MWp), Jusante (87 MWp) e Três Marias Flutuante I (70 MWp).
Todos estão localizados no Estado de Minas Gerais, que é prioridade no plano de investimentos da Cemig, e tiveram sua energia vendida no mercado livre através da comercializadora do grupo, disse Silva.
“Com isso, de fato vamos começar com quase 250 MWp em construção e, em paralelo, continuamos com o desenvolvimento de outros projetos, como a ampliação de PCHs (pequenas hídricas)”.
Atualmente, a atuação da Cemig no mercado de energia solar está concentrada em pequenas usinas com até 5 MW, enquadradas na modalidade de geração distribuída.
Segundo o executivo, o processo licitatório deveria ter sido aberto em novembro do ano passado, mas acabou sendo postergado devido à disparada do preço dos equipamentos e dificuldades da cadeia de suprimento observadas na época.
“A incerteza da entrega de equipamentos era o maior desafio, mais do que propriamente os custos. Hoje já vemos que os custos estão em baixa, e os dessaranjos (da cadeia de suprimentos) tendem a melhorar”.
HÍDRICAS E EÓLICAS
A Cemig está avançando também com a ampliação da potência de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Novas máquinas na PCH Poço Fundo devem entrar em operação em abril, ampliando a capacidade instalada da usina em mais 15 MW, dos atuais 8 MW, afirmou Silva.
A companhia vê ainda potencial para agregar novas máquinas na hidrelétrica Três Marias, caso o governo decida realizar um leilão específico para contratar reserva de potência da fonte hídrica. Hoje, o investimento para aumentar a capacidade do empreendimento, de 396 MW, não para de pé, disse o executivo.
“Com o leilão, num curto espaço de tempo, conseguiríamos entregar potência com confiabilidade para o sistema.”
Já no caso das eólicas, a Cemig tem projetos mais avançados para usinas no Nordeste, nos Estados de Pernambuco, Piauí e Bahia, mas também identifica potencial para a fonte em Minas Gerais, principalmente no norte e divisa com a Bahia.
O plano de investimentos da Cemig prevê cerca de 6 bilhões de reais em investimentos em geração e transmissão de energia até 2025. Desse total, mais de 4 bilhões devem ser direcionados a novos projetos de geração, com previsão de implantação de pelo menos 1 gigawatt em usinas renováveis.
TRANSMISSÃO
No segmento de transmissão, a Cemig pretende participar do leilão previsto para junho e tem interesse principalmente no lote 1, que prevê reforços na rede elétrica de Minas Gerais.
“Vamos participar desse leilão, (seremos) competitivos, estamos nos preparando para isso”, disse Silva, lembrando que a companhia disputou a viva voz um ativo com a Neoenergia no último certame, realizado em dezembro.
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