Seca leva mais de 81 mil produrores a acionarem o seguro rural

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Áreas que receberam plantio da segunda safra de milho na região de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso

Segundo o Ministério da Agricultura, 42.541 apólices de seguro rural foram acionadas e 38.906 comunicados de perdas realizados no Proagro

Em meio aos impactos do fenômeno climático La Niña, que reduziu as chuvas e elevou temperaturas no Sul do país, mais de 81 mil produtores afetados pela seca acionaram seguro ou o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) nesta safra de verão, mostraram dados do governo federal hoje (28).

No total, 42.541 apólices de seguro rural foram acionadas e 38.906 comunicados de perdas (COPs) realizados no Proagro, informou o Ministério da Agricultura em nota.

O levantamento tem como base dados das seguradoras habilitadas no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do ministério e do Banco Central do Brasil, autarquia responsável pelo Proagro.

“Os destaques… são os prejuízos nas lavouras de milho e de soja, devido à estiagem que afeta parte de algumas regiões dos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo”, disse a pasta.

A soja tem quase 37 mil acionamentos (32% das apólices sinistradas) e 22,2% da área contratada com seguro afetada, que equivale a 1,7 milhão de hectares que serão vistoriadas pelas seguradoras.

Na quarta-feira, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reduziu em 4,2 milhões de toneladas sua projeção para a safra de soja do país em 2022, agora estimada em 135,8 milhões de toneladas e abaixo do recorde obtido na temporada anterior, em função da seca na região Sul.

No milho, dos quase 39 mil acionamentos de Proagro, o cereal se destaca com mais de 26 mil comunicados de perdas (68,7% do total) e o Rio Grande do Sul, onde os produtores lideram a contratação do programa, representa 53,2% dos comunicados de perdas, atingindo 20.719 operações.

Outros cultivos também têm sido afetados, como o feijão, arroz, cana-de-açúcar, frutas e verduras, além da pecuária leiteira, conforme o levantamento.

“A seca ainda não cessou seus efeitos e as lavouras estão em período de colheita, o que deve alterar esses números no próximo levantamento ao final de fevereiro”, acrescentou o ministério.

No total, está em análise nas seguradoras um valor segurado da ordem de 2,7 bilhões de reais em indenizações. No Proagro, o montante chega a 2,3 bilhões.

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