Quem acompanha a minha coluna no portal da Exame, deve se lembrar que propus a mesma reflexão em 2021: entender qual palavra marcou a nossa vida profissional no ano anterior e qual gostaríamos que inspirasse o novo ciclo.
Na época, falamos sobre como paciência, resiliência e superação marcaram o nosso dia a dia no trabalho em 2020 e como a “esperança” poderia ser a nossa palavra em 2021. Esperança de reencontrar pessoas, de retomar os negócios, de sermos vacinados, de vivermos dias melhores…
Coincidentemente, a palavra do ano eleita pelo dicionário Oxford em 2021, na minha opinião, se conecta um pouco com essa ideia da “esperança”.
Para quem não sabe, anualmente, o dicionário britânico escolhe um termo, com base em uma análise de dados, que traduz o clima do ano que se encerra, que reflete a sociedade e os episódios que marcaram aquele período.
E em 2021 foi “vax”, abreviação popular para “vacina”, uma palavra que deu esperança a muitos de nós!
Bem, mas 2021 acabou e agora começamos mais um ciclo. Uma jornada de 365 dias que será definida por outros verbetes do dicionário.
Fica, então, o novo exercício de reflexão: qual termo você gostaria que definisse a sua carreira em 2022?
Assim como no ano passado, fiz uma enquete no meu perfil no LinkedIn para tentar entender qual era o desejo das pessoas para sua vida profissional neste novo ciclo. As três palavras que mais se destacaram foram promoção, recolocação e empreender.
Parece que, depois de um período cheio de desafios, medos e inseguranças, a esperança está mais forte do que nunca, nos ajudando a olhar para novos caminhos que podem ser trilhados.
Acredito que essa seja a hora de resgatar sonhos esquecidos, projetos deixados para trás, mudanças colocadas em stand-by e buscar aquela promoção tão esperada, a recolocação depois do baque de perder o emprego ou, até mesmo, mudar tudo por completo e empreender.
Aliás, segundo o relatório do Google Trends sobre as pesquisas de 2021, no ano passado foram feitas mais buscas sobre como abrir um negócio do que como conseguir um emprego.
Considerando cada uma dessas palavras separadamente, é preciso fazer algumas reflexões. Se a sua for “promoção”, tente entender qual é o cenário da área na qual você atua, se tem espaço para essa mudança ou se você teria que esperar alguém desocupar uma vaga, ou mesmo se poderia realizar esse objetivo em outra área dentro da mesma organização.
E tenha paciência! Saiba que, mesmo que você esteja há anos na mesma empresa e se destaque, pode ser que essa movimentação não aconteça de uma hora para a outra.
Também é importante avaliar se existem competências a serem desenvolvidas e que podem ajudar a criar oportunidades de progresso dentro da empresa.
E, aqui, ainda tem mais um conselho importante: não se contamine com os sentimentos ruins que podem surgir nesse processo, porque a sensação de imobilidade acaba gerando desânimo, o que, por sua vez, nos leva às queixas. Isso, claro, é compreensível, mas pode desviar o foco e atrapalhar a jornada.
Conquistar uma promoção em meio à crise pode ser um processo mais leve se você encarar os desafios com atitudes positivas.
Para os que elegeram a palavra “recolocação” em 2022, vale refletir sobre toda a sua trajetória profissional. Na verdade, acho que esse exercício é sempre importante, independentemente da sua meta de carreira. Porém, neste momento de reposicionamento, investir ainda mais no autoconhecimento ajuda a entender qual é o seu propósito e onde você quer estar não só agora, mas no futuro.
Acredito que, quando pensamos em recolocação, existem outras duas palavras-chaves: capacidade de adaptação e antifragilidade. A adaptação ainda se mostra crucial por conta dos tempos em que vivemos, o qual exige jogo de cintura e mudança de mentalidade.
Já o termo cunhado pelo economista libanês Nassim Nicholas diz respeito à capacidade de uma pessoa aceitar a volatilidade do mundo, a aleatoriedade, o risco, a incerteza, e, diante disso, tentar ser melhor.
Ser antifrágil é buscar mudar, evoluir, inovar e reinventar-se — o que tem tudo a ver com quem elegeu “recolocação” como a sua palavra de 2022.
Se a sua ideia é empreender, olha, vale apostar também na antifragilidade, pois os desafios encontrados por quem deseja ser dono do seu próprio negócio não são fáceis. A jornada que envolve burocracias, regulamentações e tributos pode fazer com que você, muitas vezes, pense em deixar o seu sonho de lado mesmo antes de começar — e é aqui que você precisa ser antifrágil. Não só isso, mas ser também criativo e ter foco para transformar um cenário desfavorável em um ambiente promissor.
No fim das contas, a verdade é que existem semelhanças entre as jornadas rumo a cada uma das três palavras. Independentemente da que foi escolhida, você precisa ter flexibilidade para fazer mudanças de rota, força para enfrentar os problemas do dia a dia, e visão para enxergar além e prosseguir.
Mais do que isso: independentemente da palavra que você deseja para a sua carreira em 2022, é necessário elaborar um plano para que os desejos não fiquem apenas no discurso. Afinal, as palavras precisam sair do papel — ou da tela — e passar para o mundo real, para a prática.
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