Home office de luxo: arquitetos contam como criar o ambiente perfeito

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O projeto Tree House, de Guilherme Torres, tem a mesa Fifties, da NOS Furniture com design do arquiteto, e cadeiras Oscar, de Sérgio Rodrigues

O distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19 tornou o home office algo comum. Com ele, veio a necessidade de se ter espaços adequados para trabalhar em casa. Como fazer isso? Fernanda Marques e Guilherme Torres, dois arquitetos premiados no Brasil e no exterior, explicam que o espaço precisa ter silêncio, iluminação, ventilação, ergonomia e conforto, com móveis escolhidos a dedo.

Segundo Fernanda, o ambiente ideal deve ser, antes de tudo, tranquilo e arejado. “De preferência, não no quarto onde você dorme. É importante procurar estabelecer um espaço que se descole da sua vida pessoal (seu sono, por exemplo), isso aumentará sua produtividade. Escolha um local que não seja de grande fluxo dos demais moradores da casa, para garantir que você não tenha distrações e barulhos, interrompendo o foco do trabalho.”

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Um ótimo lugar para posicionar a mesa de escritório, de acordo com a arquiteta, é de frente para a janela, para receber iluminação natural e ventilação durante o dia. “Se preferir trabalhar contra ela, fique atento para o período de maior incidência de sol e, se necessário, considere a instalação de cortinas ou persianas.”

Para Guilherme, silêncio é fundamental. “Durante o auge do confinamento viam-se tentativas de reuniões em meio à gritaria de crianças, por exemplo”, afirma. O arquiteto também reforça a importância da iluminação. “É outro ponto a ser levado em consideração. Se houver luz natural, melhor!”

Mobiliário para o espaço

Os melhores móveis, de acordo com Fernanda, são uma mesa com altura adequada (recomenda-se que tenha 75 cm de altura) e uma cadeira ergonômica. “Considere um modelo de cadeira com ajustes de altura e encosto, assim você poderá ajustá-la e usá-la com outra mesa, caso queira trocar o local do seu posto de trabalho.”

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O projeto Oskar, de Fernanda Marques, tem poltronas Leve Kilin, de Sérgio Rodrigues, e cadeira Verus Triflex, da Herman Miller

Outros itens necessários são uma luminária (ou lustre) capaz de garantir níveis de iluminação adequados e gaveteiro ou estante para armazenamento de itens próximos à mesa, “para não ter que se levantar a todo instante à procura dos materiais que você mais usa”, diz Fernanda, que atua nas áreas de design de interiores e de produtos além da arquitetura.

Móveis de apoio, como gaveteiros e estantes, ajudam a guardar papéis e documentos. “Para manter a mesa de trabalho livre, recomendo a aquisição de peças para fixar lembretes, separar lápis e canetas, caixa para guardar carregadores de celular e notebook e bandeja para jarra de água”, diz Fernanda.

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Na MV House, de Guilherme Torres, a mesa é a PI, da NOS, com design do arquiteto, e a cadeira é a Physix Conference, da Vitra

A harmonização dos móveis influencia o seu bem-estar, a produtividade e a saúde durante o período de trabalho, segundo a arquiteta. “Se possível, tenha também uma poltrona confortável para leitura e descanso. Assim, terá a oportunidade de fazer uma pausa e relaxar por alguns minutos fora da cadeira onde passa mais tempo trabalhando.”

Além da luz natural, vale usar a iluminação artificial sempre que necessário. “Para contar com boas condições de luz em todo o ambiente e evitar ofuscamentos, opte por luz branca e luminárias fixadas no teto capazes de produzir iluminação suave e homogênea. Como recurso complementar, uma luminária com foco direcionável deve também ser incorporada à mesa de trabalho”, explica a arquiteta.

Cadeira para home office

Para Guilherme, que também é designer de móveis, o melhor investimento para o espaço é uma boa cadeira. “Com laptops e outros gadgets, a vida online se tornou muito mais prática”, afirma. O arquiteto diz avaliar também a necessidade de um gaveteiro, que pode receber uma impressora, dependendo da atividade do cliente. “Dê preferência para mobiliário solto. Muito cuidado com armários fechados, são um convite à acumulação.”

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O home office do projeto Jaraguá, de Fernanda Marques, tem a poltrona Ginger, da Poltrona Frau

Fernanda Marques gosta de usar modelos retangulares de mesas. “São os mais flexíveis, podendo ser inseridos no centro do ambiente, encostados a paredes ou mesmo inseridos embaixo de vãos. A madeira, em geral, é o material mais utilizado em meus projetos, por ser mais aconchegante, tanto para o toque quanto para o visual do ambiente como um todo. Embora existam opções de metal, vidro e até mesmo plástico rígido que podem atender bem às necessidades dos clientes. O fundamental é que, além de estável, o móvel seja leve e fácil de se deslocar para facilitar a limpeza e a manutenção.”

Uma cadeira ergonômica costuma ser o item mais caro entre os móveis do home office, de acordo com a arquiteta, “mas, ainda assim, aconselho meus clientes a investirem na sua compra.” Não existe um modelo ideal para ela. “Existem modelos mais ou menos ajustáveis. Não apenas o assento, mas o encosto também deve ser confortável e ajustável”, explica.

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Neste outro projeto de Guilherme, a V2 House, a mesa escolhida também foi a Fifties, da NOS; a cadeira é a Sayl, da Herman Miller

Guilherme indica a cadeira Aeron Chair, da Herman Miller. “É um clássico do design ergonômico. Tenho a minha há uns 18 anos”, afirma. Fernanda destaca que a ergonomia deve ser trabalhada junto com o design. Entre as marcas de móveis sugeridas por ela estão: Poltrona Frau, Galotti&Radice, Minotti, B&B Italia, Flexform, Poliform e Molteni. “Na Herman Muller, o design pode não ser tão sofisticado como as demais, mas a ergonomia e conforto são de grande relevância”, diz.

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