Anvisa aprova uso da CoronaVac na vacinação de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos

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Ueslei Marcelino/Reuters

O pedido original era para que fossem aplicadas em crianças e adolescentes entre 3 a 17 anos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu aprovar nesta quinta-feira a imunização em caráter emergencial de crianças e adolescentes sem comorbidades entre 6 a 17 anos contra Covid-19 com a vacina CoronaVac.

A diretoria seguiu de forma unânime a linha da recomendação apresentada pelo gerente-geral de Medicamentos, Gustavo Mendes, de que para esse público-alvo foram apresentados dados que atestam os benefícios dessa imunização, reduzindo a ocorrência de casos graves, internações e mortes.

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“A totalidade das evidências científicas disponíveis sugerem que há benefícios e segurança para utilização da vacina na população pediátrica”, disse Gustavo, ao destacar que a dosagem da vacina é a mesma que a dos adultos.

A agência concordou parcialmente com o pedido que tinha sido apresentado pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo paulista.

O pedido original era para que fossem aplicadas em crianças e adolescentes entre 3 a 17 anos independentemente de terem qualquer tipo de comprometimento da imunidade. Mas a diretoria entendeu que não foram apresentados dados suficientes para garantir segurança para esse público estendido.

A aplicação da CoronaVac será em duas doses, com intervalo de 28 dias.

O gerente da Anvisa disse que, dessa vez, foram apresentados o estudo de fase 3 sobre o desempenho da vacina para crianças liberada no Chile. Em agosto passado, a agência rejeitou o uso do imunizante para o público pediátrico.

A diretora Meiruze Souza Freitas, relatora do pedido, disse que as vacinas continuam sendo a melhor medida de saúde pública contra a Covid, que ainda oferece um alto nível de agravamento e hospitalizações.

“Aprovar o uso de mais uma vacina pediátrica é ampliar o direito do acesso ao imunobiológico que tem a finalidade de proteger a saúde, em especial no momento em que há aumento de disseminação da variante Ômicron e a livre vontade da grande maioria dos pais para vacinar seus filhos”, destacou.

A vacina CoronaVac –desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, que tem como parceiro no Brasil o Butantan– recebeu autorização para uso emergencial em adultos e foi a primeira a ser utilizada no Brasil, com forte uso no início do ano passado. Posteriormente, ela foi suplantada por outros imunizantes.

Governo

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo deve adotar o uso pediátrico da CoronaVac no plano nacional de imunização. O ministério foi procurado para comentar a decisão da Anvisa, mas não respondeu de imediato.

O governo de São Paulo informou na véspera que iria começar a vacinar crianças com a CoronaVac logo após a aprovação da Anvisa.

De acordo com o governador João Doria (PSDB) e com Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, que envasa a CoronaVac, existem 15 milhões de doses da vacina em estoque e, dessas, 10 milhões já estão reservadas à população infantil paulista.

No momento, crianças de 5 a 11 anos de idade estão sendo vacinadas com a versão pediátrica da vacina da Pfizer, mas a quantidade de doses distribuídas pelo Ministério da Saúde aos Estados ainda é pequena. A expectativa é que 20 milhões de doses da Pfizer sejam disponibilizadas no primeiro trimestre.

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