No Dia do Queijo, comemorado hoje (20), escolher um produto de alta qualidade para degustar pode ser desafiador, mas não é preciso viajar para nenhuma meca, como França, Itália, Espanha ou Grécia. É possível encontrar iguarias que não deixam nenhuma dúvida sobre a arte de produzir esses lácteos aqui mesmo no Brasil. O país possui cerca de 170 mil produtores de queijos artesanais que processam algo em torno de 70 variedades, segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
O Brasil, como um dos cinco maiores produtores mundiais de leite, com cerca de 35 bilhões de litros por ano, vindos de 1,2 milhão de produtores, ainda tem muito que avançar, mas já ganha prêmios importantes nos palcos do mundo. Para comemorar esse dia, a Forbes relembra os vencedores do “World Cheese Awards”, conhecido também como o “Oscar do Queijo”, realizado em Oviedo, na Espanha, em novembro. Cerca de 4 mil queijos de cinco continentes foram degustados por 250 jurados. Com 40 inscritos, o Brasil se saiu bem e emplacou 14 medalhas de ouro, prata e bronze.
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Com a marca Serra das Antas saindo na frente, conquistando seis medalhas, a posição de Minas Gerais foi reforçada como uma das principais regiões queijeiras do país. Mas outros estados, como São Paulo e Santa Catarina, também mostraram seu valor na produção dos lácteos.
Para comemorar o Dia do Queijo, além da lembrança dos prêmios, abaixo está a lista dos cinco produtores que se destacaram no “World Cheese Awards” e devem continuar sendo referência no setor:
Vale do Testo – Pomerode (SC)
Produzido pela Pomerode Alimentos, no município catarinense de mesmo nome, o Vale do Testo foi um dos dois únicos queijos brasileiros a receber a medalha de ouro no “World Cheese Awards”. A queijaria nasceu há cerca de cinco anos, pelas mãos de Juliano Mendes, que também criou a cerveja Einsebahn. A receita do Vale do Testo foi elaborada dois anos depois. É um queijo semiduro e de casca lavada, que passa por 6 meses de maturação. Tem notas de “sabores de amêndoas, caldo de carne e defumados”.
Tipo Reblochon – Serra das Antas (MG)
Inspirado em um laticínio de origem francesa, o queijo tipo Reblochon, maturado por 3 meses, é produzido pela marca Serra das Antas, queijaria no município de Bueno Brandão (MG). Semimole e com casca lavada, tem cor amarela-alaranjada e sabor suave, levemente amanteigado e frutado. Foi outra das produções brasileiras a receber uma medalha de ouro no “World Cheese Awards”. A queijaria, que deu os primeiros passos ainda nos anos 1980 com produtos de leite caprino, e que depois começou a processar leite de vaca, também ganhou reconhecimento para outros cinco produtos colocados no concurso: Vó Bastião, Parmesão, tipo Raclette, Lua Cheia e tipo Comté.
Tulha – Fazenda Atalaia (SP)
Primeiro brasileiro a levar uma medalha de ouro no “World Cheese Awards”, na edição de 2016, o queijo Tulha voltou a ganhar um novo ouro em 2021. Produzido na Fazenda Atalaia, localizada em Amparo, interior de São Paulo, o queijo maturado por 12 meses tem massa quebradiça, cor avermelhada e possui um sabor complexo, definido pelos criadores como “salgadinho delicadamente cítrico, com a presença de cristais que lembram maracujá”. No caso, Rosana Rezende, esposa de Paulo Rezende, um dos herdeiros da fazenda centenária que produz queijos desde os anos 1990. No concurso, esses artesãos do leite também emplacaram uma medalha de bronze para seu queijo Caprinus.
Serra do Lopo – Capril do Bosque (SP)
Único queijo produzido com leite de cabra e búfala, dentre os ganhadores brasileiros do “World Cheese Awards”, o Serra do Lopo é produzido pela Capril do Bosque, em Joanópolis (SP), município nos contrafortes da Serra da Mantiqueira a quase mil metros de altitude. Criado pela professora universitária Heloísa Collins, docente da PUC por quatro décadas, o queijo campeão é maturado por 60 dias e possui casca lavada na cerveja em, no mínimo, por 20 banhos. Desta forma, a casca se torna seca e fina, mas a massa é cremosa. Uma sugestão da criadora é que o queijo seja aquecido e servido como um “fromage fondu”, ao lado de uma cerveja artesanal de médio corpo.
Tipo Quarck – Laticínios São João (MG)
Embora a figura do queijo seja muito associada a algo sólido, o “World Cheese Awards” também selecionou um queijo brasileiro cremoso. O queijo tipo Quarck, da Laticínios São João, da empresa mineira por trás da marca Lac Lélo, sediada em São João do Oeste, é produzido a partir da fermentação de leite padronizado e pasteurizado com cultura láctea selecionada. É uma opção indicada para uma dieta com baixo teor de gordura, calorias e sódio. A empresa, fundada por Ruben Grasel em 1999, também recebeu uma medalha de bronze para o seu requeijão cremoso. Hoje, o grupo familiar tem cinco fábricas no país e um mix de cerca de 250 produtos no segmento de lácteos.
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