A maturidade tecnológica como tendência para 2022

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Essa hiperconectividade nos leva ainda a uma outra tendência há muito discutida: o uso consciente de dados de consumidores para as empresas criarem experiências digitais melhores (Crédito: Getty Images)

Um novo ano inicia e a busca por novas tecnologias que estarão em alta nos próximos meses é um padrão já adotado há muito tempo em diversos setores da Economia. Afinal, é o momento de reunir a equipe e planejar os investimentos e definir as áreas que serão prioritárias ao longo do ano. Contudo, o que chamamos de tendência não é algo efêmero ou que surgirá de repente. Pelo contrário: podemos observar que a maioria das tecnologias que serão relevantes nos anos subsequentes já estão dando as cartas na mesa não é de agora.

Inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT), realidade virtual (RV) e outras tantas inovações já são discutidas e apresentadas nas grandes exposições faz anos. Portanto, não deveriam representar uma grande novidade para os líderes que buscam ser disruptivos. A obra “Inevitável: as 12 forças tecnológicas que mudarão nosso mundo”, do especialista em inovação Kevin Kelly, lançada em 2017, já apontava que essas tecnologias estavam no começo e moldariam a forma como vivemos hoje.

Um grande exemplo é o comércio eletrônico, que mesmo antes da pandemia da Covid-19 já ganhava relevância para marcas e consumidores, porém nesses dois últimos anos sofreu um crescimento exponencial, se tornando um hábito real de consumo. Segundo dados da 44ª edição da pesquisa Webshoppers realizada pelo Ebit|Nielsen, no primeiro semestre de 2021, o e-commerce bateu recorde de vendas, somando mais de R$ 53 bilhões. Agora, presenciamos a entrada do segmento B2B, que deve movimentar ainda mais capital devido ao alto valor das transações.

Portanto, as tecnologias que vão potencializar os negócios em 2022 são, na verdade, “velhas” novidades. A diferença é que presenciaremos cada vez mais uma integração entre elas e o próprio amadurecimento das inovações, inserindo o digital ainda mais em nossas rotinas profissional e pessoal. Nesse sentido, como uma marca pode, por exemplo, utilizar a inteligência artificial para otimizar a jornada de compra do consumidor em um e-commerce? Para as empresas que já estão inovando, a resposta é clara: a IA é capaz de mapear dados de navegação para melhorar as campanhas de marketing digital, incluindo recomendação de produtos e resultados de buscas, entre outros.

Outro exemplo atual de como as tecnologias vão se integrar é a chegada do 5G ao Brasil, que abrirá novas maneiras para os consumidores interagirem com a mídia, principalmente por meio das realidades aumentada e virtual, via experiências completamente imersivas e colaborativas. Isso representa um mundo inteiro de novas possibilidades para as marcas atraírem clientes. Dados da Adobe estimam que o potencial de mercado para companhias dos mais diversos segmentos alcance US$ 2 trilhões com a chegada da próxima geração de conexão de internet móvel.

Devido à baixa latência do 5G, o consumo de conteúdos online por meio de dispositivos móveis também aumentará. Levantamento da Ovum indica que a nova tecnologia expandirá o mercado global de mídia em redes celulares de US$ 170 bilhões, em 2018, para mais de US$ 420 bilhões em 2028. Os gastos do consumidor com entretenimento também dobrarão de tamanho nos próximos dez anos, atingindo US$ 150 bilhões globalmente.

Essa hiperconectividade nos leva ainda a uma outra tendência há muito discutida: o uso consciente de dados de consumidores para as empresas criarem experiências digitais melhores e mais pertinentes ao público-alvo. Sabe-se que o cerne da maioria das tecnologias digitais, como o 5G, está nos dados. O white paper “Data Age 2025”, da IDC, prevê que a soma dos dados mundiais aumentará de 33 zetabytes, em 2018, para 175 ZB, em 2025 – uma taxa de crescimento anual de 61%.

Para 2022, uma das principais tarefas é estudar como conectar esses diversos recursos tecnológicos disponíveis formando uma grande teia, onde tudo se conversa. Antes de terminar, entretanto, vale deixar um lembrete caso alguém tenha se esquecido de outra tendência relevante para os negócios atuais e futuros: a experiência do cliente deve estar no centro dessa rede de tecnologia. Sempre.

Federico Grosso é general manager da Adobe para América Latina.

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