Ibovespa cai em nova sessão de volume fraco e com pressão de servidores no radar

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O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou hoje (29) em queda, a segunda consecutiva, atrás das principais bolsas dos Estados Unidos e da Europa. A sessão foi novamente de volume reduzido por conta dos feriados de final de ano.

O crescimento dos casos de Covid-19 pelo mundo em meio à propagação da variante Ômicron e a pressão de servidores por reajustes salariais no Brasil estiveram no radar do mercado.

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O Ibovespa caiu 0,72%, a 104.107,24 pontos, menor patamar de fechamento desde 1º de dezembro. O volume financeiro foi de R$ 15,4 bilhões — no início do mês, girava entre R$ 27 bilhões e R$ 33 bilhões.

A Petrobras foi a que mais pesou no índice.

“Não tem nada específico (que fez o Ibovespa cair), é o Brasil performando pior do que o resto do mundo porque sua economia está pior”, diz Roberto Attuch, presidente da OHMSResearch.

Nos EUA, o S&P 500 subiu 0,14% e o Dow Jones avançou 0,3%, ambos para patamares recorde de fechamento, enquanto o Nasdaq caiu 0,1%.

O índice pan-europeu STOXX 600 também teve queda tímida. Os mercados internacionais seguem monitorando o avanço da Ômicron, que tem influenciado na onda de alta de casos de Covid-19 pelo mundo.

Países como França, Portugal e EUA registraram recordes diários de casos de coronavírus. Ainda assim, dados preliminares divulgados nas últimas semanas indicaram que a variante pode ser menos grave do que o temido inicialmente. Essa leitura foi uma das principais explicações para a disparada dos mercados externos recentemente.

No Brasil, servidores das carreiras de Estado, que alcançam mais de 200 mil pessoas, decidiram fazer paralisações em janeiro e avaliar uma greve geral em fevereiro, em protesto pela falta de uma política de reajuste salarial do governo federal.

As medidas seguem um primeiro movimento de auditores da Receita Federal, após a concessão pelo governo de Jair Bolsonaro de aumentos apenas para categorias vinculadas às forças policiais. No mercado, o receio é de que uma ampla política de reajuste impacte as contas orçamentárias.

O avanço acima da expectativa do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) em dezembro pesou, enquanto o governo central, que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou superávit primário em novembro melhor do que as expectativas.

Destaques

– AZUL PN caiu 7,3%, GOL PN recuou 6,7% e CVC BRASIL ON cedeu 7,3%, diante de nova alta de casos de Covid-19 em várias partes do mundo, o que pode impactar negócios de aéreas e de turismo.

– BR MALLS ON subiu 0,5% e ALIANSCE SONAE avançou 2,26%, após empresas revelarem conversas iniciais para uma fusão, ainda que ressaltando que nenhuma proposta tenha sido feita oficialmente.

PETROBRAS PN caiu 0,8% e ON recuou 0,35%. O petróleo Brent chegou a cair na sessão, mas fechou em alta após dados mostrarem que os estoques de combustíveis dos EUA caíram na semana passada. Também ficou no radar as liminares judiciais que suspenderam reajustes do preço do gás natural pela Petrobras em alguns Estados.

– VALE ON subiu 0,6%, junto com ações de siderurgia.

– VIA ON avançou 1,4% e MAGAZINE LUIZA ON caiu 1%. As duas ações registraram performances positivas nos últimos dias. AMERICANAS ON fechou estável.

– POSITIVO ON subiu 5,9%, CSN MINERAÇÃO ON teve alta de 0,9% e 3R PETROLEUM avançou 4,4%. As ações entrarão na carteira teórica do Ibovespa para o período de janeiro e abril de 2022. INTER PN e GETNET UNIT, que foram retiradas, caíram 3,75% e 3,44%, respectivamente.

Wall Street

Em Wall Street, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam em máximas recordes hoje com um impulso de varejistas como Walgreens e Nike, com investidores minimizando preocupações com a disseminação da variante Ômicron.

O Dow Jones subiu seis pregões consecutivos, o que marca a mais longa sequência de ganhos desde uma série de sete sessões, de 5 a 15 de março deste ano.

O S&P 500 ganhou 0,14%, para 4.792,94 pontos. O Nasdaq perdeu 0,10%, para 15.765,57 pontos. O Dow Jones subiu 0,25%, para 36.491,04 pontos.

Dólar

O dólar fechou o penúltimo pregão do ano em forte alta contra o real, em movimento exacerbado pela baixa liquidez, após novas mobilizações de funcionários públicos por aumentos salariais levantarem temores sobre mais gastos da União em 2022.

Depois de chegar a tocar R$ 5,7010 no pico da sessão, o dólar à vista fechou em alta de 0,97%, a R$ 5,6939 na venda, seu maior patamar desde o dia 21 deste mês (R$ 5,7394).

Na B3, às 17:06 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,18%, a R$ 5,6945. (com Reuters)

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