Petrobras fará testes do ‘diesel renovável’ em parceria com a Vibra

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Reuters

Diesel renovável tem origem nos óleos vegetais ou na gordura animal

A Petrobras e a distribuidora de combustíveis Vibra iniciarão no próximo mês testes com o chamado diesel R5 (com 5% de conteúdo renovável, como óleo de soja), produzido na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), informou a estatal em nota hoje (28).

Os testes serão feitos em conjunto com três linhas de ônibus operadas pela Auto Viação Redentor, em Curitiba. Os veículos rodarão com o novo combustível pelos próximos seis meses.

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A petroleira já testou com sucesso o sistema de produção do chamado diesel renovável na Repar, em meados de 2020, mas a nova fase é importante para confirmar a efetividade do produto, que pode aumentar a mistura de conteúdo não fóssil no diesel comercializado no país.

O diretor de Refino e Gás da Petrobras, Rodrigo Costa, havia antecipado à Reuters a informação da realização dos testes, mais cedo neste mês, sem revelar os nomes dos parceiros. Para iniciar o uso comercial do diesel R5, a Petrobras pleiteia junto ao governo que o produto seja incluído nos mandatos de mistura obrigatória ao diesel fóssil vendido nos postos.

No período dos testes, disse a Petrobras, serão fornecidos cerca de 120 mil litros do combustível para ônibus de Curitiba, com o objetivo de avaliar, em situação real, a influência do novo combustível na redução de emissões, no desempenho e na manutenção desses veículos.

O novo combustível R5 é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais ou gordura animal com óleo diesel de petróleo. O combustível sai da refinaria com 95% de diesel mineral e 5% do diesel R5. A Vibra (ex-BR Distribuidora) fará a adição obrigatória de 10% de biodiesel éster e entregará o produto final ao cliente com 15% de conteúdo renovável.

De acordo com a Petrobras, até mesmo óleo de cozinha usado pode ser utilizado no processo de produção do R5. Ele pode ser produzido em unidades dedicadas pelo coprocessamento em unidades de hidrotratamento de óleos vegetais com o diesel de petróleo.

Apesar de ainda não ser usada industrialmente no Brasil, a tecnologia de coprocessamento é amplamente utilizada na Europa e nos Estados Unidos, “por se tratar da forma mais rápida e barata de se introduzir o diesel renovável no mercado, já que utiliza as unidades industriais existentes nas refinarias de petróleo”, disse a companhia.

Atualmente, está em discussão no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a possibilidade de o R5 também ser considerado no teor obrigatório de biocombustível no óleo diesel.

A Petrobras afirmou ainda que, caso seja aceita, a introdução do novo combustível trará vantagens para o consumidor, à medida que a adoção do produto viabiliza a utilização de teores mais elevados de renováveis nos novos motores a diesel. “Além disso, propiciará maior competição entre os biocombustíveis para motores a diesel. A concorrência impulsiona a melhoria de qualidade e redução de custos de ambos os produtos (diesel renovável e biodiesel éster).”

A Vibra anunciou anteriormente projeto na área de diesel renovável em parceria com a Brasil BioFuels, que prevê a construção da primeira biorrefinaria do Brasil para a produção do HVO, conhecido como diesel verde, fabricado com 100% de óleo vegetal. O investimento para a construção da fábrica, de R$ 1,8 bilhão, será feito pela BBF, enquanto a Vibra garantiu a aquisição de 100% da produção.

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