Ibovespa recua com peso de Vale, em nova sessão de pouca liquidez

  • Post author:
  • Reading time:5 mins read

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou hoje (28), em meio a um cenário externo misto e sob influência da queda das ações da Vale, na esteira da desvalorização do minério de ferro. A sessão foi novamente de baixa liquidez.

A mineradora foi a principal contribuição negativa para o índice, enquanto a JBS ficou na ponta oposta.

Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 0,71%, para 104.802,61 pontos. O volume financeiro foi de R$ 14,7 bilhões — nos primeiros pregões do mês, o montante girava entre R$ 27 bilhões e R$ 33 bilhões.

Wall Street
O S&P 500 fechou em leve baixa após bater um recorde intradiário hoje, conforme um rali de quatro dias perdeu força em negociações com baixo volume e investidores repercutiram interrupções de viagens e fechamentos de lojas causadas pela Ômicron.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) encurtaram para cinco dias o tempo de isolamento recomendado para norte-americanos com casos assintomáticos de Covid-19, ante orientação anterior de 10 dias. A atualização segue a aprovação de novos comprimidos e mais vacinas para combater o vírus, o que ajudou investidores a minimizar as preocupações com milhares de cancelamentos de voos e o fechamento de lojas da Apple, devido ao aumento de casos do coronavírus.

“Esta é uma semana encurtada pelo feriado. Portanto, os movimentos diários provavelmente serão exagerados por causa de um baixo volume relativo”, disse Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research em Nova York.

Sete dos 11 principais índices setoriais do S&P 500 subiram hoje. Tecnologia e Serviços de Comunicações lideraram quedas.

O índice S&P 500 fechou em baixa de 0,10%, a 4,786.35 pontos. O Dow Jones subiu 0,26%, a 36,398.21 pontos. O Nasdaq cedeu 0,56%, a 15,781.72 pontos.

Dólar
O dólar fechou praticamente estável contra o real hoje, em sessão sem grandes catalisadores e de baixa liquidez devido à aproximação do final do ano, com a disseminação global da Covid-19 e a saúde fiscal do Brasil no radar de investidores.

A moeda norte-americana à vista teve variação negativa de 0,01%, a R$ 5,6390 na venda, depois de mudar de sinal várias vezes durante as negociações, indo de R$ 5,6210 na mínima (-0,32%) para R$ 5,6629 na máxima do dia (+0,41%).

Na B3, às 17:20 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,03%, a R$ 5,6310.

O destaque da sessão, segundo participantes do mercado, foi o baixo volume de negócios devido à aproximação do final do ano, o que explicaria o vaivém da moeda visto mais cedo.

“Importante ratificar que estamos em uma semana de baixíssima liquidez nos mercados financeiros, por ser a última do ano, e acaba sendo difícil termos alguma ‘tração’ ou movimento que de fato nos traga para algum novo patamar”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da assessoria de câmbio FB Capital. “Devemos encerrar o ano assim, a despeito dos dois pregões que ainda temos na semana.”

Ele afirmou que a movimentação no mercado de câmbio local está em linha com o comportamento internacional do dólar, cujo índice frente a uma cesta de rivais fortes tinha leve alta nesta tarde, depois de passar boa parte do dia perto da estabilidade.

No exterior, o clima era de menor preocupação com a variante Ômicron do coronavírus e suas consequências econômicas, o que deu algum suporte a ativos mais arriscados, como as ações europeias [.EUPT] e algumas moedas latino-americanas, como sol peruano e peso chileno. O peso mexicano, importante par do real, tinha estabilidade no fim da tarde desta terça-feira.

“A pandemia está sendo lida como mais uma ‘onda’ pontual”, comentou em blog Dan Kawa, CEO da TAG Investimentos, sobre o ambiente benigno para ativos considerados arriscados, citando “cenário de curto prazo mais construtivo, mas com riscos ainda elevados e crescentes de longo prazo”.

Entre os pontos de cautela, ele apontou a inflação global e a redução dos estímulos de grandes bancos centrais.

No Brasil, receios fiscais seguiam sob os holofotes, com agentes locais monitorando a situação dos auditores da Receita Federal que entregaram seus cargos em ato contra cortes orçamentários.

“A pressão por reajustes salariais e mais gastos públicos segue intensa, mantendo um pano de fundo de incerteza e fragilidade”, disse Kawa.

Temores sobre despesas adicionais no próximo ano vêm depois de o governo ter conseguido, por meio da PEC dos Precatórios, alterar a regra do teto de gastos para abrir o espaço fiscal necessário para financiar auxílio à população no valor de R$ 400 por família.

Isso gerou entre parte dos mercados a percepção de que as regras fiscais do Brasil poderiam estar sujeitas a mais alterações no futuro de forma a comportar mais gastos, o que minaria a confiança de investidores estrangeiros no país.

Para Bergallo, da FB Capital, esse tipo de receio “deve continuar na entrada de 2022”.

Com o desempenho desta terça-feira, o dólar acumula agora alta de 8,62% contra o real em 2021, faltando apenas dois pregões para o fim do ano.

O post Ibovespa recua com peso de Vale, em nova sessão de pouca liquidez apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Deixe um comentário