O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Estados Unidos) anunciou ontem (27) uma nova regra para isolamento por Covid-19. Pessoas infectadas com o coronavírus e que estiverem assintomáticas só precisarão ficar isoladas por 5 dias, reduzindo sua orientação de isolamento pela metade após descobertas de que o risco de transmissão tem redução importante depois da infecção.
A atualização das regras sugere isolamento de cinco dias, seguido por cinco dias de uso de máscara perto de outras pessoas, em qualquer situação. O CDC também atualizou a orientação para aqueles que foram expostos à Covid-19, dizendo que aqueles que estiverem totalmente vacinados e tiverem recebido a dose de reforço não precisam de quarentena, mas devem usar máscara perto de outras pessoas nos dez dias seguintes ao contato.
Pessoas que não foram vacinadas ou que receberam a vacina há mais de seis meses e não tiveram dose de reforço, mas tiveram contato com alguém infectado, devem fazer uma quarentena de cinco dias e usar máscara perto de outras pessoas por outros cinco dias, de acordo com o CDC.
“A variante Ômicron está se espalhando rapidamente e tem um impacto potencial em todas a sociedade”, disse a diretora do CDC Rochelle Walensky por meio de comunicado oficial. “A atualização das recomendações do CDC para isolamento e quarentena levam em conta o que sabemos sobre a disseminação do vírus e a proteção oferecida pela vacinação e a dose de reforço”.
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Maioria dos casos nos EUA é de Ômicron
A variante de rápida disseminação foi detectada pela primeira vez no sul da África e em Hong Kong no mês de novembro, com o primeiro caso conhecido nos Estados Unidos identificado em 1º de dezembro em uma pessoa totalmente vacinada que havia viajado para a África do Sul.
A agência também revisou para baixo a proporção da Ômicron para a semana encerrada em 18 de dezembro, de 73% para 22%, dizendo que há um amplo intervalo de previsão publicado no gráfico da semana passada, em parte por causa da velocidade com que a Ômicron está se espalhando.
A variante Delta respondeu por 41,1% de todos os casos de Covid-19 nos EUA até 25 de dezembro, de acordo com dados da agência de saúde pública nesta terça-feira.
O ex-comissário da Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) Scott Gottlieb disse no Twitter que, se a nova estimativa do CDC sobre a prevalência da Ômicron for precisa, a leitura sugere que uma boa parte das atuais hospitalizações ainda pode estar sendo causada pelas infecções com a Delta.
A agência disse que os dados incluem projeções modeladas que podem divergir de estimativas ponderadas geradas em datas posteriores.
Ômicron pode desbancar Delta
O estudo cobriu apenas um pequeno grupo de pessoas e não foi revisado por pares, mas mostrou que pessoas infectadas com a Ômicron, especialmente aquelas que foram vacinadas, desenvolveram imunidade aprimorada contra a variante Delta.
A análise envolveu 33 pessoas vacinadas e não vacinadas infectadas com a variante Ômicron na África do Sul.
Embora os autores tenham descoberto que a neutralização da Ômicron aumentou 14 vezes em 14 dias após o registro, eles também descobriram que houve um crescimento 4,4 vezes maior na neutralização da variante Delta.
“O aumento da neutralização da variante Delta em indivíduos infectados com a Ômicron pode resultar na diminuição da capacidade da Delta de reinfectar esses indivíduos”, disseram os cientistas que conduziram o estudo.
Os resultados do estudo são “consistentes com a Ômicron desbancando a variante Delta, uma vez que ela pode induzir imunidade que neutraliza a Delta, tornando a reinfecção pela Delta menos provável”, disseram.
De acordo com os cientistas, as implicações dessa mudança dependem de a Ômicron ser ou não menos patogênica em comparação com a Delta. “Nesse caso, a incidência de casos graves da Covid-19 seria reduzida e a infecção pode mudar para se tornar menos prejudicial aos indivíduos e à sociedade.”
(Com Reuters)
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