Naturalista visto como Darwin moderno, E.O. Wilson, morre aos 92 anos

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Reuters

Interesse de Wilson por formigas o levou a conclusões sobre a natureza humana direcionadas pela genética

E.O. Wilson, naturalista norte-americano apelidado de Darwin da modernidade cujo interesse por formigas o levou a conclusões sobre a natureza humana direcionadas pela genética, e não pela cultura, morreu ontem (26) aos 92 anos, informou sua fundação.

Ao lado do naturalista britânico David Attenborough, Wilson era visto como uma das maiores autoridades mundiais sobre história natural e conservação.

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“E.O. Wilson era chamado de ‘herdeiro natural de Darwin’ e era conhecido afetuosamente como ‘o homem-formiga’ por seu trabalho pioneiro como entomologista”, escreveu a fundação, que não mencionou a causa da morte, mas disse que uma homenagem à sua vida está planejada para 2022.

Além do trabalho inovador em evolução e entomologia, em seus últimos anos Wilson comandou uma campanha para unir as comunidades científica e religiosa em uma parceria ímpar que ele sentia representar a melhor chance de preservar a Terra.

Wilson apresentou suas ideias em mais de 30 livros, dois dos quais, “On Human Nature”, de 1979, e “The Ants”, de 1991, conquistaram o Prêmio Pulitzer de não-ficção. Seu estilo de escrita era muito mais elegante do que se poderia esperar de um cientista.

Ele até se aventurou na ficção, embora se atendo a um tópico que conhecia profundamente, em 2010 com “Anthill”, romance sobre amadurecimento que trata de um menino do Estado norte-americano do Alabama que tenta salvar pântanos.

Entre seus livros mais polêmicos está “Sociobiology: The New Synthesis”, de 1975, no qual escreveu que todo o comportamento humano é produto da predeterminação genética, não da experiência adquirida. Ao se pronunciar a favor da natureza humana, e não da educação, ele provocou uma avalanche de críticas –seus oponentes mais ríspidos o acusaram de ser racista e sexista.

Um manifestante atirou água em Wilson durante uma conferência. Mais tarde, ele disse que era uma questão de orgulho pessoal estar disposto a buscar a verdade científica apesar de tais ataques.

Ele conseguiu conciliar ciência e religião em seu livro de 2006 “The Creation: An Appeal to Save Life on Earth”, uma série de cartas escritas a um pastor batista imaginário em busca de uma aliança ecológica para salvar a Terra.

Em 2011, durante um discurso de formatura na Universidade da Carolina do Norte, Wilson argumentou que a humanidade precisa mudar a maneira como cuida do planeta. “Temos emoções da Idade da Pedra, instituições medievais e tecnologia divina”, disse ele.

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