Pesquisas sobre o termo “ESG” chegaram ao seu ápice no Google em 2021, segundo dados do Google Trends, atingindo um número quatro vezes maior do que em 2020. Enquanto os investimentos sustentáveis têm atraído cada vez mais adeptos, muitas pessoas ainda estão tentando decifrar o significado do termo que tem dominado o mundo dos negócios.
Afinal, o que significa ESG?
Em inglês, a sigla significa “environmental, social and governance”, e é utilizada para se referir às práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa. No Brasil, também é possível encontrar o termo “ASG”, traduzindo esses componentes para o português.
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O “ESG” surgiu pela primeira vez em um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2005, intitulado “Who Cares Wins” (em português, “Ganha quem se importa”). Na ocasião, instituições financeiras de diversos países se reuniram para encontrar uma maneira de incluir as questões ambientais, sociais e de governança no mercado de capitais.
Hoje, o termo é relacionado principalmente a investimentos que se baseiam em empresas que cumprem esses critérios. De acordo com o estudo da consultoria PwC divulgado em outubro, 79% dos mais de 360 investidores ouvidos afirmam que as práticas de ESG impactam as tomadas de decisão de seus investimentos. Já quase metade afirma que pretende retirar recursos de empresas que não promovem ações concretas seguindo esses princípios.
Quando o assunto é ambiente (E), uma empresa precisa ter iniciativas para proteger e preservar os recursos naturais. As ações podem englobar questões como neutralização de emissões de carbono, mitigação do desmatamento, proteção dos oceanos, utilização de energias renováveis, entre outros.
Já o “S” se refere às relações que as empresas estabelecem com os indivíduos que fazem parte do seu universo. Boas ações nesse contexto podem envolver respeito às leis trabalhistas, direitos humanos, diversidade e inclusão e até projetos para reduzir a desigualdade na sociedade.
Por fim, para cumprir com os critérios de governança (G), a empresa deve garantir uma boa conduta corporativa. Isso envolve promover a independência do seu conselho de administração, e investir em mecanismos para impedir casos de corrupção, discriminação e assédio no ambiente de trabalho, por exemplo.
Além dos produtos com foco em ESG, também vale mencionar os chamados “investimentos de impacto”. Nesse caso, o aporte não considera apenas as práticas que mitigam os riscos sociais, ambientais e de governança, mas se a empresa opera de maneira ativa e cria projetos para promover impactos positivos nessas instâncias.
Como investir seguindo esses princípios
Existem diversas modalidades de investimentos que permitem alocar recursos em empresas que seguem os princípios ESG, tanto em renda variável quanto em renda fixa.
Na renda variável, os fundos com foco em ESG despontam como a maneira mais tradicional. Nesse caso, as ações que compõem o fundo são selecionadas por um gestor profissional, e pertencem a empresas que cumprem com os critérios mencionados anteriormente. Investidores adquirem cotas do fundo, e os ganhos são divididos entre os participantes de maneira proporcional aos valores depositados por cada um.
Também há os ETFs, conhecidos como “fundos de índices”, que buscam replicar um índice de sustentabilidade. Alguns exemplos são o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), o Índice de Carbono Eficiente e o S&P/B3 Brasil ESG. A função do gestor é usar os recursos dos investidores para comprar as mesmas ações incluídas na carteira desses índices, adquirindo uma rentabilidade semelhante.
Para retirar os “intermediários” da jogada, também é possível optar pela compra direta de ações de empresas que cumprem com os critérios ESG. Dessa forma, você monta a sua carteira de forma autônoma, embora também exista a opção de seguir carteiras recomendadas, pesquisas de mercado, ou índices e prêmios distribuídos no setor.
Na renda fixa, os investimentos mais comuns são os títulos verdes e os títulos sociais. Similares aos títulos de dívidas comuns, eles são instrumentos emitidos por empresas, governos e entidades multilaterais com a finalidade de atrair capital para projetos sustentáveis ou sociais, a depender do título escolhido.
Para unir os propósitos dos dois tipos, é possível investir em títulos de sustentabilidade, que buscam custear projetos com caráter socioambiental. Já os títulos vinculados à sustentabilidade são instrumentos de dívida que têm como objetivo fazer com que o emissor alcance metas ESG, como neutralizar as emissões de gás carbônico em suas operações, embora não tenha relação com projetos sustentáveis “independentes”.
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