A Índia pode vender mais de 6 milhões de toneladas de açúcar no mercado mundial este ano, mesmo com uma decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) de que desrespeitou regras ao oferecer subsídios à exportação, o que provavelmente não terá impacto nas vendas ao exterior, disseram autoridades comerciais.
As robustas exportações de açúcar do segundo maior produtor mundial podem manter um controle sobre os preços globais, que estão sendo negociados atualmente perto de seu nível mais alto em 4 anos e meio devido à menor produção no principal produtor, Brasil.
Na terça-feira (14), um painel da Organização Mundial do Comércio decidiu a favor do Brasil, Austrália e Guatemala em uma disputa comercial com a Índia em painel iniciado em 2019 sobre subsídios ao açúcar, e pediu a Nova Délhi que se conformasse com as regras globais.
“Não há subsídio à exportação de açúcar no momento e, portanto, não há absolutamente nenhum impacto da ordem do painel da OMC no que diz respeito às exportações de açúcar indiano”, disse Abinash Verma, diretor-geral da Indian Sugar Mills Association (ISMA, na sigla em inglês), órgão que representa os principais produtores privados do setor.
Para o atual ano comercial de 2021/22, a Índia abandonou um subsídio à exportação em vigor nos últimos três anos. O subsídio ajudou as usinas indianas a exportarem um recorde de 7,2 milhões de toneladas de açúcar na temporada 2020/21.
Os produtores rivais disseram que Nova Délhi quebrou as regras da OMC ao fornecer apoio interno excessivo e subsídios à exportação de açúcar e cana-de-açúcar.
A Índia apelará da decisão da OMC, mas pode continuar com suas políticas existentes até uma decisão final, disse Verma, citando as regras da organização comercial.
As usinas de açúcar indianas já foram contratadas para exportar 3,5 milhões de toneladas de açúcar este ano e podem, no final das contas, exportar mais de 6 milhões de toneladas, disse Prakash Naiknavare, diretor administrativo da National Federation of Cooperative Sugar Factories.
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