“Não temos como falar de futuro e progresso sem incluir equidade.” É com essa fala que a atriz e empresária Isabelle Drummond iniciou um dos painéis de debates Mulheres Audi, realizado na última quarta-feira (1°) na House of Progress. O local é uma iniciativa da Audi que discute performance, design, sustentabilidade e digitalização, e que tem a Forbes Brasil como mídia oficial.
A primeira mesa teve como tema “o protagonismo feminino no marketing digital”, e como as mulheres podem utilizar essa ferramenta para o empoderamento. A conversa transmitida pela Forbes Brasil contou com a participação de Bia Bottesi, diretora de marketing do Facebook, Instagram e Whatsapp no Brasil, Tatyane Luncah, fundadora e CEO da Agência Grupo Projeto Figital, e Natália Cardoso, influenciadora e empresária. Já o segundo painel, sobre “inovação e quebra de paradigma, mulheres no mercado automotivo”, trouxe a participação da líder de pós-vendas da Audi no Brasil, Milena Araújo, da piloto de Rally Cross Country e Rally Baja, Helena Deyama e de Paula Braga, CEO da Automotive Business.
Para as convidadas, falar sobre as mulheres no empreendedorismo, e nas ferramentas digitais, é essencial para o empoderamento. Isabelle, durante sua mediação, comentou que para as mulheres o empreendedorismo é diferente. “Eu sou empreendedora, mas temos outras coisas para administrar. Existe um papel social da mulher na casa, na família, com os filhos, e precisamos gerir tudo isso ao mesmo tempo”, diz.
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Beatriz Bottesi reforçou a importância de utilizar o marketing digital como forma de ser protagonista de sua própria narrativa. “A beleza é utilizar as redes para criar conteúdo, mas também para dividir conquistas. Se você não postar sua conquista, ninguém vai postar. Nós temos que ser porta-vozes de nossas histórias”, acrescenta. Antes de ser a responsável pelo marketing das marcas de Mark Zuckerberg, Beatriz teve passagem por empresas como RedBull, Coca-Cola e Nike. O conselho que ela trouxe no debate é para que as mulheres entrem no mundo digital com mais assertividade e saibam o que e como contar. “Quanto mais feliz você estiver na história que está contando, mais fluidez tem seu conteúdo”, avalia.
Porém, atingir a fluidez nem sempre é uma tarefa fácil. Especialmente para aquelas mulheres que não têm costume de compartilhar suas conquistas e vida pessoal nas redes sociais. Neste sentido, Tatyane Luncah relembrou que sempre orienta seus clientes a utilizar o marketing digital como caminho para o crescimento pessoal. “As mulheres estão sempre pensando no que as pessoas vão achar, ou que algum conteúdo é óbvio. Mas para as pessoas de fora, não é óbvio. Estamos vivendo uma era de protagonismo feminino”, diz.
Apesar disso, a especialista ressalta que a importância de ter uma estratégia bem definida. “Ter um site, blog ou perfil com um conteúdo maravilhoso de nada adianta se não houver estratégia”, afirma. Para ela, essa estratégia tem a ver com definir propósito, valores e missão. “Se a mulher pensar apenas nela, sozinha, não vai dar certo. Mas quando coloca o outro, pensa que está fazendo o que está fazendo para motivar outras pessoas, isso cria um movimento”, explica Tatyane. “Sempre quando colocamos a outra pessoa no centro, produzir conteúdo nas redes se torna muito mais fácil”.
Já a influenciadora Natália Cardoso, também presente no debate, trouxe o ponto de vista da pessoa como marca. “A ferramenta que eu sempre usei foi acreditar em minha essência. No que eu quero verdadeiramente. Eu sempre segui minha intuição, meu propósito e o que eu gosto de fazer”, diz. Falar de essência pode parecer pouco intuitivo, mas a empresária garante que basta não ir contra suas próprias ideias e valores para poder oferecer verdade na internet. Um exemplo disso é não fechar contratos com marcas que não compartilhem os mesmos pensamentos e ideais. “A minha credibilidade é uma das maiores confianças e estratégias da minha empresa”, afirma.
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O evento também discutiu o papel das mulheres em cargos de liderança e com o apoio de ferramentas digitais. Beatriz Bottesi retomou movimentos como #MeToo e #ShareBlackStories, que surgiram nas redes sociais e, em sua visão, “trazem a força como um tsunami e mudam o mundo”. Neste contexto, Beatriz afirmou: “Meu principal ponto como mulher na liderança de uma empresa de tecnologia é ser agente da mudança. Cabe a todas nós agirmos”.
Equidade e inovação
Para Paula, da Automotive Business, a quebra de paradigma não é sobre a entrada da mulher no mercado automotivo, mas sim sobre mantê-la. Milena Araújo, líder de pós-vendas da Audi no Brasil, também trouxe sua visão sobre o papel das mulheres em cargos de liderança. Milena iniciou a carreira no setor automotivo há 20 anos e possui formação em Direito, enquanto a maioria de seus colegas é de engenharia e disciplinas exatas. “Foram diversos desafios. No começo, eu me questionava muito, pensei em fazer curso de mecânica e engenharia. Mas depois percebi que não precisava ser igual ao time. Que a minha diferença me fez crescer e trabalhar cada vez melhor”, comenta a executiva. “O que nós podemos fazer enquanto mulheres é abrir portas. Eu fui abrindo portas e, com isso, percebi que somos uma grande comunidade”.
Helena Deyama, piloto de Rally Cross Country e Rally Baja, avalia que entrou tarde neste segmento, mas não deixou que a idade fosse um impeditivo em suas competições. Durante a conversa, ela relembra que comprou seu primeiro carro de trilha aos 35 anos e correu seu primeiro Rally dos Sertões, maior competição de trilhas do Brasil, apenas aos 39 anos. Hoje, Helena acumula 17 participações na competição e 12 pódios.
“Eu trago a idade para demonstrar que nunca é tarde para começar. O meu primeiro campeonato brasileiro eu venci com 45 anos e, com 54, fui bicampeã de Rally Baja. E não pretendo parar tão cedo”, afirma. Em sua primeira competição, aos 35 anos, ela relembra que as pessoas presentes não acreditavam que conseguiria completar a prova. Mas Helena não só finalizou a trilha como também terminou em primeiro lugar. “Ninguém acreditava que eu iria finalizar, muito menos vencer”, diz.
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Milena Araújo, líder da Audi, trouxe como aprendizado para as mulheres do segmento que seu maior desafio foi resolver a insegurança internamente. “A gente acredita que está tudo bem, mas as pesquisas dizem que não, que ainda há um espaço muito grande. Eu precisei entender que estava no lugar certo, que era capaz, e que deveria atuar para completar, não para ser igual”, diz.
A House of Progress, da Audi, tem duração de 32 dias. A casa sedia conversas, apresentação de veículos, lançamentos da marca, e experiências gastronômicas comandadas pelos chefs Alex Atala e Leonardo Paixão. O espaço está instalado na Casa Fares, na avenida Europa, em São Paulo. Mesmo local que abrigou o primeiro showroom da Audi no Brasil. São recebidos convidados de quarta a sábado, e a casa fica aberta ao púbico aos domingos. As inscrições podem ser feitas pelo site www.audihouseofprogress.com.br.
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