Principal ativo de produção de petróleo da Enauta, o campo de Atlanta na Bacia de Santos está operando no sistema de produção antecipada, com capacidade de produção reduzida, de cerca de 12 mil a 13 mil barris por dia (bpd).
A companhia está realizando a contratação de equipamentos e fornecedores para o projeto, que no futuro poderá atingir uma produção de 50 mil a 60 mil barris por dia (bpd). A expectativa é de que o processo seja concluído nos próximos meses, para que a decisão sobre o sistema definitivo, quando é feito o investimento mais elevado, possa ser tomada até o fim de março do próximo ano.
Em paralelo, a companhia está avançando com o processo de atração de parceiro privado para o ativo, após a saída da Barra Energia.
A previsão é de que haja um desfecho nos próximos meses, afirmou Oddone, que compareceu hoje a um evento na B3, em São Paulo, em comemoração aos 10 anos da Enauta na bolsa.
Com a ambição de se tornar a principal produtora independente do país, a Enauta está em processo de reestruturação de seu portfólio e se concentrará em negócios com potencial para elevar sua geração de caixa. O CEO da companhia disse ver uma série de oportunidades de aquisição no mercado, principalmente envolvendo desinvestimentos da Petrobras, mas não comentou ativo específicos.
“Temos caixa e capacidade de endividamento”, destacou.
A Enauta chegou a fazer proposta para adquirir os campos de Albacora e Albacora Leste da Petrobras, integrando um consórcio com EIG Global Energies Partners e 3R Petroleum . No entanto, a proposta selecionada pela estatal foi do grupo PetroRio e Cobra. Embora já tenha havido um “rebid”, caso as empresas não cheguem a um acordo nas negociações finais, a Enauta continua “inscrita” no processo, indicou Oddone.
A Enauta também prevê realizar, entre o fim deste ano e o início de 2022, a perfuração do primeiro poço no prospecto Cutthroat, na Bacia de Sergipe-Alagoas.
Ainda segundo o executivo, a Enauta esperará consolidar a reestruturação de seu portfólio em exploração e produção de petróleo para apostar em energias renováveis, a exemplo do que vem fazendo grandes petroleiras.
Investimentos em renováveis não estão no planejamento estratégico atual da companhia, mas podem entrar no radar a partir de 2025, caso a empresa tenha sucesso em sua estratégia de curto e médio prazo.
Em relação ao projeto sobre combustíveis e que taxa a exportação de petróleo, aprovado nesta terça-feira pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Oddone avaliou que é uma “péssima” sinalização para o setor privado.
Para o executivo, ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), os mecanismos para tentar controlar preços de combustíveis vão contra os esforços realizados nos últimos anos para atração de investimentos privados no aumento de produção no país.
(Com Reuters)
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