Transformar um jogo que chega a mais de 200 milhões de pessoas em uma série animada. Esse foi o desafio proposto pela Riot Games, em outubro de 2019, ao anunciar a adaptação do universo de League of Legends para o formato em série. Com um atraso de um ano, fruto da pandemia da Covid-19, Arcane estreou no início de novembro e foi uma das séries com melhor desempenho durante a primeira semana de estreia na Netflix.
O desafio, no entanto, não estava relacionado apenas ao roteiro ou aos argumentos da construção narrativa, mas em levar personagens e comportamentos muito específicos e familiares aos gamers, também para o público geral. “O nosso maior esforço foi encontrar o momento ideal da história que pudesse entreter e atender a dois tipos de audiência: os fãs e jogadores, já imersos no universo do game e envolvidos com seus personagens, e um público consumidor de entretenimento que não conhece o jogo”, explica Priscila Queiroz, head de publishing da Riot Games Brasil.
Nesse sentido, explica Priscila, Arcane funciona tanto como uma expansão das histórias de League of Legends, como um produto independente. “O futuro do entretenimento tem jogos no centro. Eles são o meio para levar o público até a próxima grande fronteira do entretenimento: uma experiência imersiva onde o fã encontra uma exploração sem limites da história.”
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“Uma experiência imersiva pode ter diferentes características e ocorrer em diferentes plataformas e dispositivos. Por isso, ao longo dos anos, evoluímos nossas tecnologias para publicação de conteúdo dentro e fora dos jogos, o que nos permitiu criar experiências cross-game – algo que começamos a fazer no ano passado. Para o lançamento de Arcane, usamos os aprendizados dos últimos eventos para entregarmos RiotX Arcane, uma experiência multijogos e multi-plataforma que oferece várias possibilidades de imersão para os fãs que quiserem se aprofundar mais neste mundo”, explica.
Outro elemento importante é a independência do conteúdo. “Ao usar elementos do jogo de maneira sutil ou conectada à trama, evitamos a sensação de que é necessário entender sobre o jogo para assistir à série, ao mesmo tempo em que oferecemos aos fãs de longa data a experiência de encontrar as referências e aproveitar a série em várias camadas. Sejam itens do jogo no fundo das cenas, ou habilidades dos campeões usadas nas lutas, os fãs de League of Legends encontram várias camadas na série – e quem não é fã ainda consegue se conectar profundamente com a história”, explica.
Por fim, Priscila explica que Arcane existe por causa da mobilização dos fãs e da comunidade. “Eles nos motivam a construir experiências e histórias imersivas que terão impacto durante gerações. Estamos desenvolvendo e expandindo o universo de League of Legends há anos, seja em texto e vídeos cinematográficos ou pela música, com a criação de bandas formadas pelos personagens do jogo, como K/DA, Pentakill e True Damage. Além da experiência multiplataforma RiotX Arcane, nossa parceria com Netflix e Twitch para que criadores pudessem fazer co-streaming da premiere de Arcane, e as ações como as lives Undercity Nights e Arcane Live Show tiveram como objetivo colocar a comunidade no centro das experiências”, conclui Priscila.
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