BRF projeta ‘boom’ de festas de final de ano e vendas em níveis pré-Covid

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Ceias fartas e reuniões de amigos e familiares que querem tirar o atraso após quase dois anos de pandemia deverão fazer as festas de final de ano melhores do que em 2019, quando não havia restrições devido ao coronavírus, avaliou a companhia de alimentos BRF, líder nos chamados produtos natalinos.

Mas não apenas esta demanda represada será responsável por trazer bons resultados para a empresa dona de marcas como Sadia e Perdigão, disse à Reuters o VP de Mercado Brasil da BRF, Sidney Manzaro.

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Ele ressaltou que a companhia se preparou para o período, e que os cenários traçados das flexibilizações sociais e cobertura vacinal estão se confirmando, ao mesmo tempo em que acredita que o aparecimento no Brasil da nova variante do vírus, Ômicron, não muda projeções.

“As comemorações, em casas com os amigos e familiares, serão mais intensas do que o histórico. Teremos um boom de celebrações de fim de ano maior do que 2019, maior que o histórico, com mais gente. Como tem muita coisa represada e agenda curta, é provável que as pessoas se juntem mais”, declarou.

Ele não divulgou projeções mais detalhadas, mas disse que a empresa também aposta em mesas fartas, mesmo em um cenário macroeconômico desafiador e de pressão de custos –com a alta de importantes insumos, os preços das carnes subiram em 2021.

Contudo, Manzaro citou a vantagem de preços das carnes de aves e suínas –foco da BRF— sobre a bovina, um movimento que tende a se acentuar no Natal e Ano Novo.

A participação de frango no consumo de proteínas no Brasil aumentou para 43%, enquanto em carne suína subiu para 15%, ade ovos subiu para 19%, e a bovina caiu pra 23%, segundo dados oficiais citados pela BRF.

“Bovinos continua fora do jogo comemorativo, ele tem perdido cada vez mais espaço… e nunca esteve tão distanciado o boi do frango, até mesmo agora do suíno”, disse o executivo, lembrando que um peru é muito mais competitivo que uma peça de picanha, e ainda serve melhor um número maior de convidados de uma festa.

Em termos competitivos com outros produtos, efeitos cambiais também deverão tirar o brilho de importados, com o bacalhau, acrescentou.

Questionado sobre a concorrência de gigantes como a JBS, que atua com a marca Seara em processados, o executivo da BRF disse que empresa vem ganhando participação de mercados nos últimos anos neste segmento de festas.

“Sinônimo de peru é Sadia… E de outro lado temos o chester…”, afirmou, dizendo que um importante indicador de que a companhia tem avançado em produtos festivos é que eles desaparecem das lojas após o período de comemorações.

Para o VP de Mercado Brasil da BRF, as tradicionais marcas da empresa vão preponderar porque os consumidores farão escolhas por produtos conhecidos, para “não errar” em uma ceia tão aguardada.

E também porque a companhia tem investido em inovações, como um peru com crosta crocante e chester temperado para churrasco, que devem impulsionar as vendas de produtos de maior valor agregado e com mais praticidade no preparo.

“As marcas são muito importantes, mas temos inovado muito, saímos da briga do preço, a taxa de inovação em comemorativos, ela nunca foi tão alta nos últimos anos”, comentou.

Segundo dados fornecidos pela BRF, a companhia é líder de mercado com mais de 57% de participação em aves especiais e mais de 73% no mercado de perus, disse a empresa com base em números da Nielsen Scantrack, de 2020.

Em suínos, a empresa afirma ter a liderança dos suínos de Natal, sendo o pernil o corte de destaque dentre os itens do portfólio.

ÔMICRON

Questionado especificamente sobre o impacto da variante Ômicron, com alguns casos já registrados no Brasil, o executivo daBRF disse acreditar que esse novo fator não deverá afetar os negócios e as projeções para as festas de final de ano.

“Não trabalhamos com mudança no cenário até o final do ano, as ceias serão maiores do que em 2019″, reafirmou ele.

Ele ainda disse que mesmo com o cancelamento de festas públicas em algumas cidades, isso pode acabar sendo positivo para as vendas de alimentos, já que mais pessoas passariam a se reunir em casas.

“Vai ter fartura”, destacou.

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