300 Franchising se prepara para faturar R$ 5,5 bilhões e entrar na Bolsa em 2022

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300 Franchising / Divulgação

Os irmãos Leonardo e Leandro Castelo fundaram a 300 Franchising em 2018

Bolsa de Valores, Portugal e Estados Unidos. Esses são alguns dos territórios que a 300 Franchising pretende conquistar em 2022. A holding de franqueadoras se prepara também para dobrar seu faturamento. A previsão é crescer de R$ 2,2 bilhões, em 2021, para R$ 5,5 bilhões até o fim do próximo ano nas projeções mais conservadoras, segundo o CEO e fundador, Leonardo Castelo.

Para alcançar essa expansão em um setor de concorrência acirrada, a estratégia da 300 Franchising é montar um “exército de sardinhas”, diz o executivo. Na prática, isso significa comprar participações em franqueadoras de pequeno e médio porte e investir em um plano de aceleração e em mentorias durante os primeiros 90 dias de sociedade.

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O modelo de negócios da empresa causa certo estranhamento, segundo Castelo. “A gente não consegue explicar para as pessoas o que estamos fazendo. O mercado não consegue entender nem o tamanho e força que a gente tem”, diz ele.

A holding tem 87 marcas em seu portfólio, que, juntas, somam 6,5 mil franquias ao redor do país. Até o momento, há 400 redes na lista de espera da empresa.

“Queremos entrar em 2022 com 100 marcas. Costumamos fechar aproximadamente 600 contratos de franquia por mês”, diz Castelo, que fundou a holding em 2018, ao lado de seu irmão, Leandro. Para o final do ano que vem, a perspectiva é chegar a 120 marcas e 17.100 unidades.

Para fazer parte do grupo, as marcas precisam ter ao menos dois anos de operação e 15 unidades abertas. “Primeiro avaliamos o empreendedor e sua capacidade de planejamento e execução; depois o negócio e se ele pode ser escalável para todo o Brasil, sem travas financeiras, tributárias ou logísticas”, explica o CEO. “O terceiro pilar é o time, [avaliamos] se o negócio está no momento de escalar ou se precisa de mais estudos”.

Depois que uma marca é escolhida, a holding compra uma participação de em média 35% da franqueadora e inicia um plano estratégico de 90 dias de duração. Os primeiros 30 dias são focados na contratação de um time de no mínimo sete pessoas alinhado com os valores da empresa. Então, é realizada uma imersão cultural, em que todos os funcionários aprendem sobre a história, o código de ética, os valores e o propósito da companhia.

“Somente após entender tudo sobre a marca a gente começa a trabalhar em ferramentas de tecnologia e otimização de processos internos, por mais 30 dias, em média”, conta Castelo. A primeira franquia do negócio é vendida a partir do 75o dia, em geral.

O número de aberturas pode variar a depender do segmento. Em empresas de alimentação, Castelo afirma que são realizados em média oito contratos por mês. Já em empresas de estética, esse número sobe para 12. “A empresa que entra em nossa sociedade tem que querer crescer no mínimo 60 unidades por ano”, diz. “Mas isso pode ser muito maior. A hamburgueria B-Burguer, por exemplo, fechou 300 contratos de franquia nos 90 dias depois da nossa aceleração”.

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A maior parte das marcas do portfólio da 300 Franchising é de prestação de serviços e de alimentação, com 27 e 26 representantes cada. Há também oito franqueadoras de moda; sete de estética; cinco de odontologia, de ensino, de sorvetes e de açaí; quatro de produtos de limpeza e duas de saúde.

Por causa do foco em marcas de pequeno e médio porte, as empresas que entram na 300 costumam ter em média 30 a 50 unidades em funcionamento. “A gente proporciona para essas empresas crescimento de mais de 100% já no primeiro ano”, afirma Castelo.

Depois da aceleração, algumas dessas marcas passaram a disputar a liderança em seus segmentos em número de unidades. É o caso de Açaí Concept (350 franquias), Next Tecnologia (122), Frango no Pote (115) e Nails 2 You (80).

O próximo passo, diz o CEO, é entrar na Bolsa e expandir para fora do país utilizando metodologias semelhantes às de startups. “Queimamos muito dinheiro em marketing e aquisição de novos franqueados para fazer as marcas voarem. O nosso pensamento de curto prazo não é de caixa, é de crescimento”, diz.

Para entrar no mercado de capitais, o CEO aposta em IPOs de holdings que controlarão redes de franquias que atuam em um mesmo segmento. “Quando o investidor compra ações, ele costuma ser especialista no segmento. Ele não quer ser tão generalista quanto a gente. Então estamos montando super-holdings que atendam diferentes públicos de um mesmo setor”, diz Castelo. Ele cita como exemplo as sete marcas do portfólio que oferecem serviços de beleza, como unhas em gel, depilação e programas de emagrecimento, que poderiam ser reunidas sob uma mesma empresa para a abertura de capital.

Em 2022, a 300 Franchising prevê abrir o capital de uma holding voltada para franquias de alimentação que incluirá quatro marcas nas quais a empresa tem participação, assim como outras três controladas por outras companhias. O empresário não revela os nomes das franqueadoras envolvidas. Também para 2022 está prevista a internacionalização do grupo, com chegada a Portugal em julho e aos Estados Unidos em dezembro; em 2023, a companhia quer entrar no mercado chinês.

O plano dos empreendedores é abrir uma filial em cada um desses países e utilizá-las como porta de entrada para a Europa, a América do Norte e a Ásia. “A princípio, queremos levar cinco marcas para Portugal, três para os Estados Unidos e uma para a China. Se a gente emplaca uma marca na China, já se torna um negócio bilionário”, prevê o CEO. “Também queremos ser a porta de entrada das empresas desses países no Brasil, intercambiando as marcas entre os continentes”.

Para a Europa, a estratégia é levar três empresas de estética, que oferecem unhas em gel, depilação e emagrecimento; uma de alimentação e uma de prestação de serviços. Já para os Estados Unidos, a holding acredita no potencial de expansão da Açaí Concept e da Frango no Pote –esta última é também a aposta da companhia para a China.

Neste cenário, o principal desafio da 300 Franchising é a contratação de pessoas em larga escala. “Já chegamos a contratar 60, 70 pessoas em um mês. Encontrar gente de marketing digital está sendo um desafio enorme”, diz Castelo. Essa dificuldade levou a companhia a abrir mão do trabalho presencial na sede, em São Paulo, para poder contratar profissionais de outros estados, conta o CEO. A 300 Franchising emprega 700 pessoas diretamente, e 28 mil por meio de franquias e marcas.

 

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