O Ibovespa opera em alta de 1,24% na abertura do pregão de hoje (29), a 103.496 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O mercado doméstico segue atento às decisões fiscais em Brasília e às novas projeções de alta do IPCA. No cenário internacional, os mercados seguem preocupados com a nova variante do coronavírus e suas consequências para a economia.
O dólar avança 0,18% ante o real, por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,6049.
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Especialistas passaram a ver a inflação no teto da meta em 2022, em um cenário ainda de piora forte da expectativa para o crescimento, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.
O levantamento realizado com uma centena de economistas mostra que a projeção para a alta do IPCA este ano e no próximo segue subindo. Para 2021, a estimativa avançou pela 34ª semana seguida e foi a 10,15%, contra 10,12% antes, bem acima da meta de 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para 2022, a conta aumentou em 0,04 ponto e chegou a 5,0%, exatamente o teto da meta, que é de 3,5%, também com margem de 1,5 ponto. Foi a 19ª vez seguida que a projeção aumentou.
Já em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as projeções foram reduzidas de expansão de 4,80% para 4,78% em 2021; para 2022, caíram de 0,70% para 0,58%.
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) encerrou o mês de novembro com variação positiva de 0,02%, depois de ter avançado 0,64% em outubro, diante do recuo na inflação ao produtor.
O setor de serviços brasileiro também mostrou menos otimismo em novembro, tanto sobre a situação atual quanto futura, e a confiança caiu ao menor nível em cinco meses, informou a FGV. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) teve perda de 2,3 pontos e foi a 96,8 pontos neste mês, menor nível desde junho (93,8 pontos).
“A disseminação da queda sugere que o ritmo de recuperação perde um pouco de força no final do ano. Apesar do avanço do programa de vacinação, o ambiente macroeconômico frágil pode adicionar mais incerteza na continuidade da recuperação na virada para 2022”, explicou o economista da FGV Rodolpho Tobler em nota.
Mercados internacionais
De forma geral, os mercados amanheceram analisando as últimas informações sobre a variante ômicron do coronavírus.
O temor de novos bloqueios à circulação de pessoas e fechamento de economias provocou uma onda de vendas de ativos de risco na sexta-feira passada (26). Mas, após as notícias do fim de semana, investidores avaliavam chances de a nova cepa ser mais transmissível, porém menos letal, o que amenizaria a probabilidade de medidas mais drásticas como lockdowns.
Nos Estados Unidos, os mercados futuros mostram tendência de alta após dois dias de volumes menores de negociação por causa do feriado do Dia de Ação de Graças e da Black Friday.
Na Ásia, as ações da China fecharam em queda nesta segunda-feira, em meio aos temores com a ômicron, embora analistas prevejam impacto limitado sobre as ações das companhias do país. A Guosheng Securities disse que a nova variante se tornou uma incerteza para os mercados e que os investidores devem permanecer cautelosos no curto prazo.
O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 0,95%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,27%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,04%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 1,63%.
Na Europa, a confiança econômica diminuiu em novembro em linha com as expectativas, mostraram dados nesta segunda-feira, com os consumidores se tornando menos otimistas e reduzindo suas expectativas de inflação. O indicador de sentimento econômico da Comissão Europeia caiu a 117,5 pontos em novembro de 118,6 em outubro para os 19 países que usam o euro.
O principal motivo para o recuo foi a redução do otimismo entre consumidores preocupados com uma quarta onda da pandemia de coronavírus e potenciais novas restrições.
Na indústria, o sentimento teve leve queda a 14,1 em novembro, ante 14,2 em outubro. Para os serviços, o sentimento subiu a 18,4 de 18,0.
Por lá, as bolsas operam em alta. O Stoxx 600 ganhava 0,92%; na Alemanha, o DAX sobe 0,53%; o CAC 40 em alta de 0,86% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 1,02%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 1,10% no Reino Unido.
Commodities
Os contratos futuros do aço na China foram negociados em uma faixa estreita nesta segunda-feira, por temores com a demanda devido à ômicron, enquanto os preços do carvão metalúrgico e do coque caíram após uma queda nos futuros do carvão térmico.
“Afetados pela nova variante do coronavírus, os preços do aço caíram durante a sessão noturna por causa do pânico”, escreveu a GF Futures em uma nota, acrescentando que o impacto real na demanda e no fornecimento do metal industrial pode ser limitado.
Os futuros do minério de ferro de referência saltaram 4,8%, para 615 iuanes por tonelada, devolvendo parte da alta anterior de 6,1%. O contrato caiu 6,7% na sexta-feira.
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