American Airlines aposta no Brasil com oferta de voos maior que a prevista antes da pandemia

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Alexandre Cavalcanti, diretor de vendas no Brasil, afirma que dólar alto não deve ter grande impacto nas viagens internacionais dos brasileiros

O fim das medidas de combate à Covid-19 em grande parte do mundo e a reabertura das fronteiras norte-americanas levaram a American Airlines a passar por um boom de vendas no Brasil e planejar uma oferta de voos maior do que a prevista no período pré-pandemia.

A procura por passagens ganhou impulso em meados de setembro, quando Washington anunciou que permitiria a entrada de turistas estrangeiros vacinados. “As nossas lojas, de um dia para o outro, tiveram um aumento de 140% nas transações. Em uma semana, o volume de ligações na central de atendimento cresceu 125%. O impacto foi imediato, mesmo sem saber naquele momento a data exata nem as regras [para entrada nos EUA]”, diz Alexandre Cavalcanti, diretor de vendas da companhia no Brasil.

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Em outubro, a American Airlines aumentou o número de voos semanais entre Brasil e EUA de 17 para 20 – operação do trecho São Paulo-Nova York passou de três vezes por semana para ser realizada diariamente. Em novembro, já são 27 frequências semanais, que serão ampliadas para 47 em janeiro e 54 em fevereiro.

Antes da crise do novo coronavírus, a companhia chegou a operar 52 voos semanais entre Brasil e Estados Unidos em épocas de pico, mas as cidades de origem e destino não eram as mesmas. Já havia planos de encerrar as operações dos trechos São Paulo-Los Angeles e Brasília-Miami, por exemplo, afirma Cavalcanti. “Na verdade, levando esse número em consideração, estamos melhor em termos de oferta do que estávamos no pré-pandemia, porque já íamos tirar essas rotas [e ficar com um número menor]”, explica ele.

A expectativa é que o restabelecimento do fluxo de passageiros leve o Brasil de volta ao posto de maior mercado estrangeiro da companhia aérea nas Américas, que atualmente é ocupado pelos países caribenhos. Vários deles não fecharam fronteiras no último ano e se tornaram destinos populares para norte-americanos de férias ou em home office.

O câmbio, porém, é fator que pode atrapalhar esses planos tanto da companhia quanto dos consumidores. A projeção dos economistas ouvidos pela pesquisa Focus desta semana é que o dólar encerre o ano a R$ 5,50, o que não exclui a possibilidade de forte volatilidade até lá. Cavalcanti, no entanto, acredita que o impacto da cotação deve ser limitado. “O brasileiro se ajusta. Contanto que o câmbio fique estável, o brasileiro se programa para viajar. Talvez o perfil de viagem mude”, diz ele.

A importância do mercado brasileiro para a American Airlines se reflete na estratégia da empresa, que está há 31 anos no país. Em setembro, a companhia investiu R$ 1,05 bilhão na compra de uma participação de 5,2% na Gol, garantindo um assento no conselho de administração e selando a parceria de codeshare (compartilhamento de voos). O aporte veio em boa hora para a aérea brasileira. No balanço do terceiro trimestre, a Gol relatou prejuízo de R$ 884,6 milhões e dívida líquida estimada em R$ 15,8 bilhões.

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