A captação de US$ 2 bilhões em bonds pela JBS, realizada ontem (16), no exterior, foi um marco. A empresa de proteína animal realizou a operação com o menor spread da história para um emissor corporativo do Brasil. “Como a demanda pelos papeis da companhia superou em cerca de três vezes a oferta, a empresa conseguiu taxas bastante favoráveis”, contou uma fonte com conhecimento da operação. Em comunicado ao mercado registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a própria JBS destacou ter obtido as menores taxas da sua história.
A JBS tem sob seu chapéu a JBS Brasil (que inclui Friboi e Swift), a Seara, a JBS USA Beef, a JBS USA Pork e a Pilgrim’s Pride. Em 2020, a receita líquida da companhia foi de RS$ 270,2 bilhões, valor 32,1% acima de 2019. O Ebitda ajustado foi de R$ 29,6 bilhões, um aumento de 48,7% na comparação com o mesmo período anterior.
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A captação em bonds, a primeira da empresa após o reposicionamento como Full Investment Grade (com rating elevado para grau de investimento pelas agências de avaliação de risco Fitch Ratings e Moodyʼs), foi dividida em duas emissões sincronizadas de US$ 1 bilhão cada. A primeira emissão teve yeld (retorno obtido a partir do investimento) de 2,72% ao ano, cupom de 2,5% ao ano, que é o pagamento de juros periódico sobre o valor de determinado título. O vencimento está para 2027. Foi esse conjunto que representou o menor spread over treasury mencionado acima. Até então, esse feito tinha sido alcançado pelo Bradesco.
A segunda emissão foi do tipo “sustainable linked bonds”, ou seja, atrelada aos compromissos e metas sustentáveis da empresa. A operação teve yeld de 3,146% ao ano, cupom de 3% e vencimento em 2032. As emissões foram coordenadas por BTG Pactual, XP, Santander, Bradesco BBI, Barclays, Mizuho, BMO Capital Markets e RBC Capital Markets. A captação não apenas reabriu o mercado para emissores brasileiros após um hiato de quase dois meses, mas também foi a primeira emissão inaugural “investment grade” de um emissor brasileiro desde 2019.
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